Um retrato do Brasil hoje. Vale avisar: os prints deste post têm caráter meramente ilustrativo
Uma prática muito comum em discussões (especialmente aquelas que despertam grandes paixões) é a de fugir do assunto em questão e atacar a pessoa que está falando. Essa é a chamada falácia ad hominem (do latim, “contra a pessoa”).
>> Leia também: Conheça – e evite – a falácia do falso dilema
O vídeo abaixo é exagerado de propósito, mas ilustra muito bem uma das formas como isso pode acontecer:
A falácia do argumento ad hominem pode assumir a forma de um ataque direto a características pessoais do seu oponente, sejam elas reais ou imaginadas (gênero, nacionalidade, partido político, orientação sexual, aparência, religião, hábitos, temperamento etc.).
Mas esse ataque também pode ser mais sutil para colocar em dúvida o caráter do enunciador, sua motivação ou até mesmo a sua capacidade intelectual de propor uma ideia ou argumento válido.
O objetivo é sempre o mesmo: desviar a atenção para o enunciador a fim de que não seja preciso rebater seu argumento ou ideia.
Além de conter um ataque direto, o comentário acima chama a atenção para supostos erros de pontuação no que seu oponente escreveu, o que talvez vise deslegitimar o que a pessoa teria dito. Não há qualquer menção à ideia que está sendo discutida.
Em um comentário muito comum em portais, a pessoa, em vez de apontar aquilo que julga incorreto em uma matéria, ataca o veículo que a publicou: foge do tema que está sendo discutido (neste caso, a publicação era sobre a ditadura militar no Brasil, mas o comentário fala sobre outra coisa), ofende o autor da matéria e sugere a existência de interesses escondidos, visando comprometer a integridade do veículo.
Como evitar?
É muito fácil cair nessa falácia, mas procure sempre isolar o argumento em uma discussão e tratar exclusivamente dele. Lembre-se de que, embora possam influenciar suas posições, o caráter ou circunstâncias da pessoa geralmente nada têm a ver com a verdade ou falsidade dos argumentos em si.