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Correção redação do vestibular da Fuvest 2012

Por Mariana Nadai
Atualizado em 24 fev 2017, 16h03 - Publicado em 13 ago 2012, 22h36
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A dissertação “O paradoxo da participação política no mundo globalizado”, feita para o vestibular 2012 da Fuvest, é um excelente exemplo de redação esperada no vestibular. Isso porque o texto apresenta ótimos desempenhos em aspectos que, de uma maneira ou de outra (com algumas mínimas variações a depender da instituição de ensino), fazem parte da grade de correção de qualquer grande avaliação vestibular. Dentre esses itens de avaliação, destacam-se:

Correção redação do vestibular da Fuvest 2012

Para ler a redação, clique na imagem

– Confira o tema da redação do vestibular 2012 da Fuvest

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Adequação ao TEMA proposto

A dissertação reflete uma boa e precisa compreensão do recorte (pergunta temática) dentro do vasto tema (política). O autor do texto em questão optou por “responder” ao questionamento temático – PARTICIPAÇÃO POLÍTICA: INDISPENSÁVEL ou SUPERADA? – lançando mão da segunda possibilidade: para o vestibulando-autor, a participação política encontra-se superada, no sentido de apagada, esquecida no atual cenário – o mundo globalizado.

O autor define essa situação como um paradoxo, já que essa superação da política (do pensamento político, do agir político; da efetividade da política enfim) não combina com o intenso fluxo de informações ao qual se tem acesso, através das ferramentas internáuticas, no mundo de hoje. Esse paradoxo existe, porque a negação da política vai de encontro ao poder de comunicação interpessoal que a internet oferece e que, teoricamente, poderia favorecer um ambiente – global – politicamente muito instigante, efetivo, ativo, produtivo.[

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Título

A escolha do título “O paradoxo da participação política no mundo globalizado” é mais um dos vários pontos positivos deste texto. Além de se tratar de um item obrigatório (era uma das instruções presentes na proposta de redação), o autor fez bem em escolher uma frase titular que aborda – concisa e qualitativamente – o principal objeto de reflexão do seu texto.

GÊNERO DISSERTATIVO

O texto apresenta elementos tipicamente dissertativos, uma vez que  a argumentação desenvolve e embasa, com eficiência, a ideia lançada no primeiro parágrafo. A conclusão, como esperado em uma dissertação, retoma as ideias trabalhadas ao longo do texto visando à ratificação da resposta à “pergunta temática”. Confira a seguir a “trajetória argumentativa” que pode ser destacada da dissertação em análise.

1º parágrafo: o autor define “paradoxo político” como a constatação de que, apesar de vivermos em meio/época que nos propicia o acesso – fácil, na maioria das vezes – à informação, não fazemos disso um instrumento para que sejamos indivíduos políticos, no sentido genuíno do termo. Desconsideramos as informações de que dispomos e – simples, fácil e comodamente – delegamos decisões (que deveriam ser nossas) a instituições avessas à democracia; instituições díspares, portanto, da política. Somos cada vez menos sociais, cada vez menos pensamos no coletivo e, portanto, não agimos politicamente, valorizando, cada vez mais, o âmbito individual.

2º parágrafo: “conectado” ao parágrafo introdutório, o autor se dedica a explicar melhor a ideia inicial de que temos muito acesso à informação: ele trata da facilidade da troca de informações através da internet, através das redes sociais que dela fazem parte, por exemplo. Ele ressalta a força de união de ideias em comum; da força, portanto, da possibilidade de ações efetivamente políticas para concretizar essas ideias. Para tal, o autor dá exemplos de grupos minoritários, defensores de causas de menores expressões, mas que – com a internet e com a difusão e união de ideias em comum – tem o poder transformador de chamar a atenção para a causa.

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3º parágrafo: com a utilização de um adequado elemento coesivo de oposição, o autor disserta acerca do que foi lembrado no parágrafo anterior dizendo se tratar de uma situação de exceção, já que as ferramentas da internet são utilizadas em prol – única e exclusivamente – do indivíduo; já que, que no mundo de hoje, a internet acaba sendo utilizada de uma forma extremamente alienadora. Para fundamentar, o autor lembra que a maior utilização da rede se dá em áreas relativas a sexo, a cultura pop, a consumo de mercadorias e de serviços. Continua o seu desenvolvimento argumentativo apontando que o indivíduo assim procede por ser totalmente influenciado pelas leis mercadológicas, pelas leis do consumo e, fundamenta isso ao indicar que cerca da metade da arrecadação é utilizada em pagamento de dívida bancária.

Último parágrafo: o vestibulando conclui sua tese retomando o que introduziu e o que desenvolveu nos dois parágrafos argumentativos; assim, a conclusão é feita voltando-se à definição de “paradoxo” que consta, inclusive, no seu título dissertativo. Ou seja, o autor encerra sua apresentação dissertativa ratificando que o acesso à informação não está propiciando – como deveria, como seria natural – uma maior participação política. As linhas finais apontam para o fato de que essa “realidade apolítica” ainda pode mudar, já que há cenário para isso e que, portanto, basta haver um estopim. O encerramento definitivo do texto dissertativo lembra que a primavera árabe pode ser o indício de que essa transformação pode se dar e de que pode estar apenas começando.

Correção redação do vestibular da Fuvest 2012

LEITURA DA COLETÂNEA

Outro ponto que faz da dissertação um excelente exemplo de produção textual diz respeito ao fato de o texto refletir uma excelente leitura da coletânea. Para desenvolver sua opinião acerca do tema proposto, o autor se apropria de ideias contidas nos textos. “Apropriar-se”, neste caso específico de uma produção redacional para o vestibular, significa utilizar – com reflexão própria, com contribuição autoral – o que na prova estava disponibilizado.

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E é isso que o autor faz: não há uma simples cópia ou uma pobre paráfrase de informações. Diferente disto, o que vestibulando faz é se apropriar da ideia de “idiota” (texto 2) relacionando-a à principal utilidade que os indivíduos dão às redes sociais: a busca por assuntos de interesse pessoal, individual. Do quarto texto, o autor retira a ideia de que a política, hoje em dia, funciona a partir das leis do mercado financeiro e do consumo; e da tira de Laerte, o texto 5, vem a ideia de que somos todos ignorantes quando o assunto é política. Os acréscimos autorais feitos são enriquecedores à argumentação; dentre as contribuições, destaca-se, por exemplo, a referência à primavera árabe ao final da dissertação.

Utilização da norma PADRÃO da língua portuguesa

Além de ser uma exigência da própria prova, a boa utilização da linguagem normativa confere ao texto a organização e a clareza necessárias, fundamentais, para a boa expressão das ideias. Quanto ao aspecto dissertativo especificamente, o uso de adequados elementos coesivos dão ao texto o encadeamento argumentativo exigido, atribuindo à dissertação uma fluida progressão argumentativa.

* Texto feito pela professora Lilica: Liliane Negrão Pinto – professora de Redação do Curso e Colégio Oficina do Estudante – Campinas/SP

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Correção redação do vestibular da Fuvest 2012
A dissertação “O paradoxo da participação política no mundo globalizado”, feita para o vestibular 2012 da Fuvest, é um excelente exemplo de redação esperada no vestibular. Isso porque o texto apresenta ótimos desempenhos em aspectos que, de uma maneira ou de outra (com algumas mínimas variações a depender da instituição de ensino), fazem parte da […]

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