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Proposta de redação Fuvest: O que é arte?

Envie o texto para correção até o dia 26 de novembro

Por redação
Atualizado em 22 nov 2017, 16h34 - Publicado em 22 nov 2017, 16h33
Escultura de Davi, Michelangelo
 (minoandriani/iStock)
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Vai prestar o vestibular 2018 da Fuvest? A proposta de redação da semana foi elaborada com base nos parâmetros da prova, e será corrigida com os mesmos critérios. O tema é “O que é arte?“. O texto pode ser enviado até o próximo domingo (26)

Para participar, você deverá criar um perfil de usuário na plataforma Imaginie, selecionar a proposta e seguir as instruções para o envio da redação diretamente pelo site. Os primeiros a se cadastrarem por meio desse link terão direito a uma correção, sempre feita por dois ou mais professores, seguindo os mesmos critérios do exame. O Guia do Estudante vai distribuir 10 correções gratuitas por proposta.

ATENÇÃO: Para que sua redação seja publicada no blog, é preciso desenvolver a proposta correspondente à semana em curso! Ou seja, para os textos enviados até domingo (26), a proposta deve ser a que está descrita abaixo.

Veja abaixo o tema:

Texto I

Tradicionalmente os filósofos analíticos da arte procuram defini-la usando para isso certos critérios. Existem vários tipos de definições e critérios, porém é comum os filósofos procurarem uma boa definição de arte utilizando os seguintes critérios ou pelo menos vários deles: acuidade extensional, não valorativa, fenomenológica, positiva, não ad hoc, dada em condições necessárias e suficientes (explícita), que seja dada em termos de propriedades (intrínsecas) da obra de arte, clara e não circular. Existem três clássicas definições de arte que pretendem satisfazer os critérios de definição acima citados. São igualmente as mais antigas: a arte definida como imitação (mimética), expressão (expressionismo) e forma (formalismo). As teorias da representação ou da imitação são as mais antigas. Filósofos como Platão e Aristóteles foram referidos por modernos como Abbé Charles Batteux, no seu tratado de 1746, The fine arts reduced to the same principle (CARROLL, 2006), como defensores de versões desse tipo de teorias. Mas, de fato, Platão e Aristóteles não procuraram definir a arte explicitamente, pretendiam defini-la funcionalmente. Assim, para Aristóteles, a tragédia tinha como finalidade educar as emoções, induzindo a catarse ou a clarificação da piedade e do medo.

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Disponível em: https://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/viewFile/1675/1374 Acesso em 14 novembro 2017.

Texto II

A arte, tal como a lógica do conceito mostra, não tem nenhum conjunto de propriedades necessárias e suficientes; logo, uma teoria acerca dela é logicamente impossível e não apenas factualmente impossível.

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Agora examinemos brevemente algumas das mais famosas teorias estéticas existentes, de modo a ver se elas de fato incorporam afirmações corretas e adequadas acerca da natureza da arte.

Segundo Weitz (1956), para começar, considere uma versão famosa da teoria formalista, a qual foi proposta por Bell e Fry. É verdade que eles falam, sobretudo, da pintura nos seus escritos, mas ambos afirmam que aquilo que eles encontram nessa forma de arte pode ser generalizado para aquilo que é “arte” nas outras formas de arte. A essência da pintura, defendem eles, é a relação entre os elementos plásticos. A sua propriedade definidora é a forma significante, isto é, certas combinações entre as linhas, as cores, as formas e os volumes — tudo aquilo que se encontra na tela excepto os elementos representacionais — que evocam uma reação peculiar a tais combinações. A pintura é definível como organização plástica. A natureza da arte, aquilo que ela realmente é, afirma esta teoria, é uma combinação única de certos elementos (os elementos plásticos especificados) e das suas relações. Tudo aquilo que é arte é uma instância de forma significante; e tudo aquilo que não é arte não possui tal forma.

Mas as suas dificuldades também são enormes: o problema é conseguir explicar de maneira convincente em que consiste a tal propriedade comum a todas as obras de arte, a tal “forma significante”, responsável pelas emoções estéticas que experimentamos. Clive Bell refere, pensando também no caso da pintura, que a forma significante reside numa certa combinação de linhas e cores. Mas que combinação é essa e que cores são essas exatamente? E em que consiste a forma significante na música, na literatura, no teatro etc.? A ideia que fica é que a forma significante não serve para identificar nada.

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Já os emocionalistas dizem que a verdadeira propriedade essencial da arte foi deixada de lado. Tolstoy, Ducasse ou qualquer outro dos defensores desta teoria, acham que a propriedade definidora requerida não é a forma significante, dita pelos formalista, mas antes a expressão das emoções num qualquer meio público sensual. Sem a projeção das emoções num qualquer pedaço de pedra ou num qualquer pedaço de madeira ou em certos sons, etc., não pode haver arte.

Mas, podemos mostrar que algumas pessoas não sentem qualquer tipo de emoção perante certas obras que são consideradas arte. Quer dizer que essas obras podem ser arte para uns e não o ser para outros? Nesse caso o critério para diferenciar as obras de arte das outras de que serviria? Teríamos, então, obras de arte que não são obras de arte, o que não faz sentido. Também não é grande ideia responder que quem não sente emoções estéticas em relação a determinadas obras não é uma pessoa sensível, como sugere Bell, o que parece uma inaceitável fuga às dificuldades.

Todas as teorias apresentadas aqui e mais outras que não deram para ser citadas são inadequadas em diferentes aspectos. Todas elas pretendem fornecer uma descrição completa das características definidoras das obras de arte e, contudo, cada uma delas deixa de lado algo que as outras tomavam como central. 

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Segundo Weitz, existe, além disso, um tipo diferente de dificuldade. Como definições reais, estes tipos de teorias deviam fornecer informações factuais sobre a arte. E se isto for verdade, podemos perguntar se serão elas teorias empíricas e abertas à verificação ou falsificação. Por exemplo, o que é que confirmaria ou infirmaria a teoria de que a arte é forma significante ou a personificação das emoções ou a síntese criativa de imagens? Parece nem sequer haver a mais pequena sugestão sobre que tipo de dados poderia testar estas teorias; e de fato, perguntamo-nos se elas não serão talvez definições honrosa de “arte”, isto é, propostas de redefinição do conceito de arte de modo a aplicá-lo em função de certas condições escolhidas, e não informações verdadeiras ou falsas acerca das propriedades essenciais da arte.

Disponível em: https://lounge.obviousmag.org/cafe_nao_te_deixa_mais_cult/2014/01/o-que-e-arte.html#ixzz4yZI2t3cp Acesso em 15 novembro 2017

Tendo em conta as ideias dos textos, além de outras informações que julgue relevantes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema “O que é arte?”.

Instruções:

  • A redação deve ser uma dissertação, escrita de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.
  • Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível.
  • Não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação.
  • Dê um título a sua redação.
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Proposta de redação Fuvest: O que é arte?
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Proposta de redação Fuvest: O que é arte?
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