Proposta de redação: “Limites devem existir no mundo das artes?”
Guia do Estudante vai distribuir 10 correções gratuitas por proposta
Chegou mais uma proposta de redação para você praticar!
Envie seu texto até o dia 31 de março e poderemos publicá-lo corrigido aqui no blog.
Para participar, é preciso criar um perfil de usuário na plataforma Imaginie, selecionar a proposta e seguir as instruções para o envio da redação diretamente pelo site. Os primeiros a se cadastrarem por meio desse link terão direito a uma correção, sempre feita por dois ou mais professores, seguindo os mesmos critérios do Enem. O Guia do Estudante vai distribuir 10 correções gratuitas por proposta.
ATENÇÃO: Para que sua redação seja publicada no blog, é preciso desenvolver a proposta correspondente à quinzena em curso! Ou seja, para os textos enviados até o dia 31 de março, a proposta deve ser a que está descrita abaixo.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Limites devem ser impostos no mundo das artes?”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
A exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira” foi cancelada após diversas manifestações nas redes sociais, sendo o Movimento Brasil Livre (MBL) apontado como um dos principais grupos que articulou os protestos – taxados como censura por diversos internautas.
A mostra, que acontecia no Santander Cultural em Porto Alegre, foi inaugurada em 15 de agosto e reunia 270 trabalhos de 85 artistas, de acordo com o jornal Zero Hora.
“Algumas peças apresentadas na mostra revelam imagens que podem provocar um sentimento contrário daquilo que discutem. Porém, foram criadas justamente para nos fazer refletir sobre os desafios que devemos enfrentar em relação à questões de gênero, diversidade, violência entre outros”, afirmou o Santander Cultural em suas redes sociais no último dia 8.
Esta não foi a leitura de muitos internautas, especialmente os seguidores do Movimento Brasil Livre, que se posicionou contra a exposição. “O Santander cancelou uma amostra de ‘arte’ com material que contém pedofilia e zoofilia direcionado a público escolar após pressão nas redes do MBL e de outros grupos de direita”, escreveu o grupo em sua página no Facebook.
Com a ajuda da campanha do MBL e da repercussão cada vez maior nas redes sociais, o Santander decidiu recuar e, no domingo, anunciou o cancelamento da exposição.
“Pedimos sinceras desculpas a todos os que se sentiram ofendidos por alguma obra que fazia parte da mostra. O objetivo do Santander Cultural é incentivar as artes e promover o debate sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, e não gerar qualquer tipo de desrespeito e discórdia”, afirmou o espaço em sua página no Facebook.
Disponível em:
https://catracalivre.com.br/geral/cidadania/indicacao/entenda-obras-da-exposicao-queer-cancelada-pelo-santander/ Acesso em 2 fevereiro 2018
TEXTO II
O ser humano não apenas tem limites naturais como a vida em sociedade exige limitações culturais. O que são as leis senão isso? Não podemos dirigir veículos livremente, por exemplo; há uma série de limitações no código de trânsito que nos “oprimem”. E que dizer das limitações do Código Penal? Alguém aí é livre para matar, roubar, estuprar e vilipendiar culto religioso? Não segundo nosso Código Penal. Você pode discordar, achar absurdo etc. e tal, mas se cometer qualquer dessas ações será sancionado, vendo sua liberdade contida.
Se você ainda tem dúvidas se arte tem limite, então faça um breve e singelo exercício de imaginação. Digamos que naquela exposição sexual do Santander Cultural tivéssemos não uma pintura com dois sujeitos currando uma cabra, mas uma performance “artística” com dois depravados currando uma cabra ao vivo. Agora “passou do limite” ou ainda pensa que artista pode tudo?
Disponível em:
https://www.gazetadopovo.com.br/blogs/francisco-escorsim/2017/09/19/arte-tem-limite-e-defensor-politicamente-correto/ Acesso em 5 fevereiro 2018
TEXTO III
A coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude, Educação, Família e Sucessões do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Denise Villela, e o promotor da Infância e da Juventude de Porto Alegre Júlio Almeida estiveram, nesta terça-feira (12/9), na exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, exibida no Santander Cultural de Porto Alegre. Para os representantes do MP, o conteúdo das obras não configura pedofilia.
[…]
No Brasil não existe uma legislação específica sobre a classificação indicativa de mostras e exposições presentes em museus e galerias — como ocorre com teatros, cinema e televisão. Porém, segundo a coordenadora, as instituições de arte podem adotar um sistema baseado nos já existentes.
Disponível em:
https://www.metropoles.com/entretenimento/exposicao/mp-gaucho-avalia-que-nao-ha-pedofilia-na-exposicao-queermuseu Acesso em 5 fevereiro 2018
TEXTO IV
Qual a importância da transgressão e da provocação na arte? Ele deve ter limites? Quais seriam e por onde deveriam se pautar?
SOLANGE FARKAS A arte é um exercício contínuo de transgressão, principalmente a partir das vanguardas do começo do século 20. Isso dá a ela uma importância social muito grande porque, ao transgredir, ela aponta para novos caminhos e para soluções que ainda não tínhamos imaginado para problemas que muitas vezes sequer conhecíamos. A seleção dos trabalhos dos artistas para a próxima edição do festival [Videobrasil], por exemplo, me fez ver que os artistas estão muito antenados com as diversas crises que estamos vivendo e oferecem uma visão inovadora para o nosso cotidiano e acho que isso é um bom exemplo.
MARCELLO DANTAS O papel da arte é abrir a cabeça das pessoas. Permitir novas ideias, proporcionar reflexão, imagem e revelar algo do inconsciente coletivo. Para isso ela precisa necessariamente existir no território do inexplorado, do desconhecido, da originalidade e do inominável. Esse território nunca pode ser alcançado se a arte for mantida em um cercado conceitual, onde está pré-definido o que pode e o que não pode. A arte é sobre o que não sabemos e por isso deve poder ser transgressora, indefinida, incompreendida, subjetiva. Sociedade que não tem isso é uma sociedade pobre, sem alma e sem potencial criativo. Incompreendido hoje pode ser o gênio de amanhã. Uma sociedade sem transgressores é uma sociedade burra.
BAIXO RIBEIRO Através da arte, é possível dialogar em níveis que simples conversas não alcançariam. A arte tem a capacidade de quebrar protocolos, regras e leis. E ainda ser elegante, sutil e sofisticada, mas, também, tosca, malcriada ou brega. Não existem limites estéticos. Se percebermos a existência de um limite, é bom que exista uma arte que venha ultrapassá-lo. Faz parte da natureza da sociedade possuir elementos que queiram preservar a ordem e seus antagonistas, que queiram transformá-la. Geralmente o espírito da provocação é excitado por uma sensação de conformismo que tome conta do ar, a subversão é mais intensa quando as leis são mais opressivas, a transgressão é mais legal quando a lei não é legal. Acho que deve haver sempre uma tensão entre essas partes, mas não acho tão importantes estabelecer limites e, sim, procurar equilíbrios.
Disponível em:
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/09/16/Quais-os-limites-da-arte-segundo-tr%C3%AAs-especialistas Acesso em 5 fevereiro 2018
TEXTO V
Disponível em:
https://www.metropoles.com/entretenimento/exposicao/mp-gaucho-avalia-que-nao-ha-pedofilia-na-exposicao-queermuseu Acesso em 5 fevereiro 2018