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Hidrosfera: Água salgada

GEO - pag 52-53

GRANDES NAVEGAÇÕES Cerca de 80% do volume total do comércio mundial é feito por meio de transporte marítimo

Imensidão marinha

Quase a totalidade da hidrosfera é formada por oceanos e mares, habitat da maioria das espécies do planeta e responsáveis por grande parcela da atividade econômica mundial 

As águas marinhas dividem-se em oceanos (grandes áreas) e mares (áreas menores). Juntas, essa imensidão de água salgada representa 97,5% de toda a hidrosfera. Conforme veremos a seguir, os oceanos e mares têm uma incalculável importância para o equilíbrio do planeta, tanto nos aspectos ambientais como socioeconômicos. A própria origem da vida, de acordo com a teoria do Big Bang, teria ocorrido nos oceanos há cerca de 3,5 bilhões de anos.

 A origem da água salgada

Durante centenas de milhões de anos, a chuva foi formando os rios – que, por sua vez, dissolveram rochas de diferentes períodos geológicos, nas quais o sal comum, cloreto de sódio (NaCl), é encontrado em abundância. Como todos os cursos de água correm para o oceano, os mares ficam com quase todo o sal dissolvido nesse processo. Além disso, as partículas de cloro e de sódio suspensas na atmosfera também são levadas pela chuva, completando o processo. Ainda assim, a salinidade de uma massa de água depende principalmente de sua taxa de evaporação, que acaba determinando a concentração do sal. É por isso que lagos e açudes podem se tornar salgados em regiões de muito calor, como ocorre no nordeste brasileiro. Por essa mesma razão, os mares equatoriais são mais salgados que os polares. Os mais salgados do planeta são o Mar Morto, no interior da Ásia, e o Mediterrâneo. O menos salgado é o Mar Báltico, no norte da Europa, que, por causa de seu baixo teor de sal, chega a ficar congelado durante o inverno.

 A biodiversidade marinha

A grande biodiversidade marinha pode ser confirmada estatisticamente: dos 33 filos (grandes grupos de seres vivos), 15 são exclusivamente marinhos e cinco são predominantemente marinhos. São mais de 230 mil espécies conhecidas nos mares e oceanos, porém estima-se que o número ultrapasse 1 milhão de espécies. Os ambientes diversificados propiciam a formação de ecossistemas diversos, desde as águas rasas e quentes das costas continentais – com grande aporte de alimentos provenientes dos rios – até águas profundas, frias e sem luz, com erupções de lava e gás metano, entre outros materiais tóxicos para as espécies da superfície. Algumas espécies marinhas têm funções vitais para o planeta Terra em escala global, como o plâncton, cuja absorção de CO2 é maior do que a de todas as florestas das terras emersas somadas.

A economia dos mares e dos oceanos

Os mares e oceanos são explorados economicamente desde os primórdios da existência dos seres humanos para a obtenção de alimentos e energia, o transporte, o lazer, entre outras atividades. As rotas estabelecidas no período das Grandes Navegações (séculos XV a XVII) mudaram o mapa econômico mundial, ampliando numa escala jamais vista até então as trocas comerciais e a exploração de recursos naturais do planeta. Atualmente, merecem destaque as seguintes atividades econômicas assentadas na exploração dos mares e dos oceanos:

  • A pesca Base da alimentação de milhões de pessoas, a pesca tradicional e industrial é feita em todos os oceanos e na maioria dos mares, sobretudo em áreas costeiras. A produtividade é maior em regiões banhadas por correntes marítimas frias. Um bom exemplo é a corrente de Humboldt, que passa pela costa peruana (veja no mapa).
  • Extrativismo mineral Além da extração de petróleo e gás natural, explorado em áreas como a Bacia de Campos, o Golfo Pérsico e o Golfo do México (veja localização no mapa), outros recursos minerais são prospectados em águas oceânicas. Merece destaque a mineração feita no Mar Morto, de cujo leito se extraem grandes quantidades de potássio, o que coloca Israel e Jordânia na lista dos dez maiores exportadores desse mineral. O produto é utilizado, entre outras aplicações, na fabricação de adubos químicos. Já África do Sul e Namíbia exploram diamantes nos mares que banham o seu litoral.

 

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  • Rotas comerciais Cerca de 80% das mercadorias comercializadas entre diferentes países no mundo são transportadas por navios cargueiros, que diariamente atravessam os oceanos. Diversos países, principalmente na África e na Ásia, carecem de uma saída para os oceanos, o que dificulta o acesso aos mercados internacionais.

 

  • Turismo O turismo marítimo é outra atividade em expansão, explorando as orlas marítimas com a implantação de balneários, navegação, pesca esportiva e atividades de mergulho. A indústria turística também projeta suas atividades para o alto-mar com a navegação dos cruzeiros marítimos.

 

Controle político-territorial dos mares e oceanos

A importância econômica e geopolítica dos mares e dos oceanos reflete-se nas disputas que muitas nações travam entre si para poder exercer sua soberania sobre o território marítimo. Como vimos anteriormente, as águas marítimas são amplamente exploradas para a pesca, o extrativismo mineral, o turismo e as rotas comerciais. Por isso, o controle dessas regiões é visto como uma forma de os países projetarem poder econômico e político.
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A dificuldade em estabelecer as faixas oceânicas a que cada país tem direito deu origem à Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Ela determina os limites do mar territorial, ou seja, as águas que fazem parte do território nacional de cada país, onde possuem total soberania econômica e militar. Além do mar territorial, são definidas, ainda, as zonas contíguas, nas quais o Estado deve fiscalizar e combater crimes ambientais e a imigração ilegal; as zonas econômicas exclusivas, que estabelece direitos absolutos para a realização de pesquisas e exploração econômica; e a plataforma continental, área na qual o país detém direitos sobre o assoalho marítimo e o subsolo.

O Brasil é signatário dessa convenção desde 1994. Na zona econômica exclusiva brasileira, estão 91% de todo o petróleo explorado pelo país, incluindo as jazidas do pré-sal. Diante das riquezas contidas ali e da necessidade de garantir sua proteção, a Marinha brasileira passou a chamá-la de “Amazônia Azul”. Em 2004, o Brasil solicitou à ONU que estenda sua soberania sobre a área de mar acima da plataforma continental para até 350 milhas náuticas (648 quilômetros), conforme prevê a convenção, para poder exercer um controle maior sobre as águas oceânicas. Veja na página ao lado a localização e a extensão de cada nível de fronteira marítima no litoral atlântico brasileiro.

Mar do Sul da China

O Mar do Sul da China é uma das principais regiões em disputa no mundo atualmente. Além de ser uma importante rota marítima, o local tem um grande potencial para a exploração petrolífera. A China alega ter precedência histórica sobre a região e explora economicamente suas águas. No entanto, em julho de 2016, a ONU acatou um pedido das Filipinas e decidiu que a China não tem base legal para reivindicar “direitos históricos” no Mar do Sul da China. O governo de Pequim disse que não irá reconhecer a decisão e manterá o controle da região.

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Saiba mais

Marés e correntes marítimas

As marés são o movimento de subida e descida das águas em relação à costa, ocasionado pela atração que a Lua e o Sol exercem sobre as massas de água. A influência da Lua é sentida de maneira mais forte, porque o Sol, apesar de ser muito maior do que ela e, portanto, ter um campo gravitacional mais poderoso, está muito mais afastado (veja o infográfico abaixo). Além dessa força de atração dos astros, outro fenômeno astronômico colabora para a formação das marés: a rotação da Terra. Girando em torno de si mesma, a Terra fica sempre com metade de sua superfície virada para a Lua. O resultado é o movimento das águas de acordo com a posição do planeta e de seu satélite. A cada dia, acontecem duas marés altas (quando o oceano está de frente para a Lua) e duas baixas (nos intervalos entre as altas).

A rotação da Terra influencia outro tipo de movimento das águas oceânicas: as correntes marítimas. Elas são gigantescas porções de água que se deslocam nos oceanos de forma independente das águas que as circundam. É por causa do fenômeno da inércia que as correntes se deslocam com o movimento do planeta: as águas tenderiam a continuar paradas, mas acabam se movimentando em sentido contrário ao da rotação do globo. As correntes também ocorrem em razão da inclinação do eixo terrestre e da diferença de temperatura entre o Equador e as zonas polares. As correntes podem ser frias ou quentes e influenciam a vida no planeta de várias formas. A corrente fria de Humboldt, por exemplo, esfria a costa oeste da América do Sul. Há ainda a corrente quente do Atlântico Norte (ou corrente do Golfo), que evita o congelamento de portos europeus, e a corrente fria do Labrador, que desce do Ártico e influencia as gélidas temperaturas da costa leste norte-americana no inverno.

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China finaliza instalações no Mar do sul da China que podem abrigar Mísseis, dizem EUA

A China praticamente finalizou a construção de quase duas dezenas de estruturas em ilhas artificiais no Mar do Sul da China que parecem projetadas para abrigar mísseis terra-ar de longa distância, disseram duas autoridades dos Estados Unidos à Reuters, o que foi considerado um teste precoce ao presidente norte-americano, Donald Trump.

A China reivindica quase todas as águas, pelas quais circula um terço do comércio marítimo mundial. Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietnã também têm reivindicações no local. O governo Trump classificou a construção de ilhas chinesas no Mar do Sul da China como ilegal. (…)

Reuters, 22/2/2017Salvar

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