Atmosfera: Os principais fenômenos que influenciam o clima
FECHOU O TEMPO Tempestade se aproxima de Queensland, na Austrália, trazendo chuvas intensas e descargas elétricas: fenômeno comum em regiões de clima tropical
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Conheça os fenômenos que movimentam a atmosfera terrestre e são objeto de estudo os meteorologistas
A meteorologia é a ciência que estuda a atmosfera terrestre e seus principais fenômenos. Trata-se de uma ciência muito complexa, já que a atmosfera é bastante extensa e instável. Mas o grau de precisão da previsão do tempo evoluiu muito desde a construção dos primeiros termômetros no século XVI. Os meteorologistas contam hoje com instrumentos como satélites, radares, boias marítimas e balões atmosféricos para estudar os mais variados fenômenos através da análise de dados em supercomputadores. Os boletins meteorológicos são essenciais para o controle do tráfego de aviões, para a agricultura, para o gerenciamento de recursos hídricos e para situações menos rotineiras, como a chegada de furacões. A seguir, confira um mapeamento dos principais fenômenos atmosféricos estudados pelos meteorologistas.
Nuvem
É um agregado de gotículas de água, de cristais de gelo, ou uma combinação dos dois. As nuvens são formadas principalmente pelo movimento ascendente do ar úmido: o vapor-d’água condensa quando a temperatura diminui até o ponto de orvalho. Elas são classificadas em vários tipos, de acordo com o aspecto, a estrutura e a forma.
Chuva
É a precipitação de água em forma líquida, com gotas de diâmetro maior que 0,5 milímetro. Existem três tipos de chuva.
A chuva de convecção é resultante da ascensão do vapor-d’água das partes mais baixas da atmosfera – mais aquecido, ele esfria e se condensa à medida que sobe. É o caso das pancadas de chuva que ocorrem durante o verão na região Sudeste do país.
A chuva frontal é o resultado do encontro de duas massas de ar de diferentes temperaturas e umidades: a massa fria e seca empurra para cima a massa quente e úmida, que esfria e provoca a precipitação. Esse tipo de chuva é típico das regiões de clima temperado.
A chuva orográfica ou de relevo ocorre quando a massa de ar sobe por causa de algum obstáculo de relevo, como uma montanha – a queda de temperatura, na ascensão, provoca a condensação do vapor. Essa chuva é comum nas áreas próximas ao litoral do Nordeste e do Sudeste, que recebem massas úmidas do Atlântico.
Neve, granizo e geada
Um dos mais belos fenômenos atmosféricos, a neve é fruto da precipitação de cristais de gelo, geralmente agrupados em focos, que são formados pelo congelamento do vapor– -d’água suspenso na atmosfera. O granizo, por sua vez, é o cristal de gelo que, por causa de fortes correntes ascendentes dentro da nuvem, acaba subindo e caindo várias vezes, até ganhar volume e se precipitar de vez. Por fim, a geada nada mais é que orvalho congelado, que, sob a forma de uma fininha camada branca, cobre as superfícies onde cai.
Vento
Trata-se do deslocamento de ar, geralmente na horizontal, de um ponto de pressão atmosférica mais alta para outro onde ela é mais baixa. As diferenças de pressão, causadoras dos ventos, estão relacionadas à temperatura. A brisa nas regiões litorâneas é um bom exemplo disso: o continente e o mar concentram calor de maneiras diferentes, e isso faz o vento mudar de direção conforme o período do dia.
Massa de ar
Trata-se de um corpo de ar com características próprias de umidade, pressão e temperatura. Essas características dependem das diferentes regiões da superfície terrestre em que as massas se formam: caso ocorra nos polos, serão frias e secas; se se formarem nas áreas oceânicas tropicais, serão quentes e úmidas.
A borda de uma massa de ar frio que avança em direção a outra mais quente, provocando quedas bruscas de temperatura, é chamada de frente fria. Trata-se de um mecanismo natural da atmosfera para compensar diferenças de temperatura no planeta. Avançando com velocidades de até 30 km/h, o ar frio e seco, mais denso, empurra a massa quente e leve para cima. Se houver umidade suficiente, a passagem da frente causará chuvas intensas, com direito a granizo, raios e trovões. As mais severas podem provocar quedas de até 10ºC em apenas uma hora.
No Brasil, as regiões mais atingidas pelo fenômeno são a Sudeste e a Sul, onde também podem ocorrer geadas. Isso acontece porque, na América do Sul, a maioria das frentes frias se origina nas latitudes médias, ao extremo sul do continente. Com seu avanço, contudo, as frentes perdem energia e velocidade, e o contato com o solo quente reduz o frio das massas de ar. Por isso, é tão raro uma frente fria chegar até o Nordeste.
Já a frente quente é a extremidade de uma massa de ar quente que se forma pela evaporação da água de correntes marítimas quentes – essas massas de ar elevam a temperatura e a umidade nas regiões que elas atingem.
VENTOS ALÍSIOS E A ZONA DE CONVERGÊNCIA
A circulação dos ventos em escala global tem grande influência nos tipos de clima, sobretudo na circulação das massas de ar e, consequentemente, na formação e no volume das chuvas nas diferentes regiões do globo. Toda esta troca de ar entre as camadas mais baixas e mais altas da troposfera, bem como entre diferentes latitudes, dão origem a “células” de circulação do ar em escala global, denominadas células de Hadley.
Nas baixas latitudes, em regiões próximas à linha do Equador, o ar tende a subir por ser mais aquecido e menos denso. No alto da troposfera, essas correntes de ar são impulsionadas para latitudes maiores, próximas aos trópicos de Câncer e Capricórnio, onde se resfriam e tornam a descer para a superfície, em direção à região equatorial. Esses ventos, denominados alísios, são úmidos e provocam chuva.
Os alísios sofrem um desvio em função do movimento de rotação da Terra: no Hemisfério Sul, eles vêm do sudeste e, no Hemisfério Norte, partem do nordeste. Esse fenômeno é conhecido como efeito de Coriólis. Nas latitudes maiores, ocorrem movimentos semelhantes, porém com sentido contrário ao da região intertropical.
A faixa onde ocorre o encontro dos ventos alísios provenientes do Hemisfério Norte e do Hemisfério Sul é denominada Zona de Convergência dos Ventos Alísios. Essa faixa não está exatamente sobre a linha do Equador pois acompanha a variação das estações do ano: quando é verão no Hemisfério Norte, ele se forma mais ao norte e, ao contrário, move-se mais para o sul quando é verão nesse hemisfério. A Zona de Convergência, associada a outros fatores, como a temperatura das águas oceânicas e a circulação das massas de ar locais, pode favorecer a formação de chuvas, visto que é onde se encontram os ventos úmidos dos dois hemisférios na região intertropical.
Veja na ilustração abaixo como são formados os ventos alísios:
As massas de ar que atuam no brasil
As massas de ar têm influência direta nos tipos de clima no Brasil. Devido à localização do país no globo, predominam as massas equatoriais e tropicais. Porém, no inverno ocorre a atuação da massa Polar Atlântica em grande parte do território brasileiro. Veja a seguir como se caracteriza cada uma dessas massas.