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Atmosfera: Efeitos das mudanças climáticas

O pior cenário

Extremos climáticos como secas prolongadas e furacões devem se tornar mais frequentes em função do processo de mudança climática

Desde 1880, quando a temperatura do planeta começou a ser medida, a população mundial não enfrentou um ano tão quente como o de 2016. Segundo a Nasa, a Agência Espacial Norte-Americana, os recordes de temperatura são uma constante neste século: 16 dos 17 anos mais quentes da história foram registrados após o ano 2000. Esses dados consolidam uma tendência de aquecimento global de longo prazo, o que abre a possibilidade da ocorrência mais frequente de eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, chuvas torrenciais e violentos ciclones. É o que pode ocorrer se não houver uma redução na emissão de gases do efeito estufa, na análise dos cientistas do Painel Intergovernamental sobre a Mudança no Clima (IPCC). As projeções do IPCC indicam que, se as emissões permanecerem nos níveis atuais, a temperatura média do planeta pode subir até 4,8 ºC, e o nível dos mares deve aumentar em até 82 centímetros. As geleiras irão continuar a derreter e é fortemente provável que o gelo do Ártico diminua até o final do século. Segundo os cientistas, nenhuma parte do globo ficará imune aos efeitos do aquecimento global (veja mais no mapa).

Os terríveis cenários previstos pelos cientistas do IPCC certamente teriam consequências em termos estratégicos e geopolíticos. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos alerta para o fato de que, atingido pelas mudanças climáticas, o mundo seria mais instável e perigoso. Haveria um aumento de migrações e até mesmo invasões populacionais para obter recursos como água e alimentos. E os maiores problemas ocorreriam justamente onde hoje já existem graves questões políticas, como em regiões da Ásia e da África. Para o órgão de governo dos EUA, em alguns locais, a tensão social causada pela fome poderia se tornar mais explosiva, combinada com a tensão étnico-religiosa.

A corrente cética

As explicações sobre as causas do aumento da temperatura global não são aceitas por todo mundo. Há cientistas que questionam seus fundamentos. Eles alegam que a temperatura média da Terra subiu e desceu várias vezes durante sua existência, e que isso pode estar ocorrendo neste momento. Ou seja, esse esquenta-esfria do planeta faria parte de um ciclo natural no qual o clima alterna períodos quentes e eras glaciais.

Além disso, essa “corrente cética” acredita que, mesmo que exista uma tendência para o aquecimento, ela está mais ligada aos fatores naturais do que à ação humana. O clima seria mais influenciado pelas glaciações, pelo vulcanismo e por fenômenos astronômicos. Esses cientistas também contestam a capacidade científica de prever com antecedência de décadas como será o clima da Terra.

No entanto, os que defendem esta tese são acusados de agir em favor daqueles que atuam no lobby de interesses das indústrias que vivem do petróleo e de governos que seriam afetados pelas medidas necessárias para conter o aquecimento global.

GEO - pag 86-87

AMÉRICA DO NORTE – A região deve ser afetada por fortes secas e queda na disponibilidade de água, especialmente na parte central. Haverá maior ocorrência de ciclones tropicais no golfo do México e na costa leste dos EUA e do Canadá.

AMÉRICA LATINA – Na América Central aumentará a ocorrência de ciclones tropicais. As chuvas devem diminuir na Bacia Amazônica e aumentar na Bacia do Prata, região que abrange o sul do Brasil, além de Paraguai, Uruguai e Argentina.

REGIÕES POLARES – O gelo do Ártico pode diminuir até 94% durante o verão. Com o derretimento na calota norte da Terra, o nível do mar pode aumentar de 45 a 82 centímetros, nível considerado perigoso pelos cientistas.

EUROPA- A temperatura deve aumentar de forma generalizada no continente, com menos dias de frio intenso no inverno. No sul e leste europeus, os períodos de seca devem reduzir a água disponível e a produtividade agrícola, enquanto, no noroeste do continente, o IPCC prevê maior volume de chuvas.

OCEANIA – Fortes ondas de calor devem atingir a Austrália, com chuvas extremas no sul do país e secas no noroeste. As ilhas do Pacífico ficarão mais vulneráveis à passagem de ciclones tropicais.

ÁFRICA – As temperaturas devem aumentar principalmente no sul do continente. É provável que a seca piore na parte ocidental e na região do Sahel, provocando queda da safra e agravando a situação de fome.

ÁSIA – As chuvas de monções devem se tornar mais intensas no sul e no leste do continente. A frequência de tempestades e ciclones irá aumentar em áreas como o Mar do Japão, a Baía de Bengala, o Mar do Sul da China e o Golfo da Tailândia.

Outras possíveis consequências:

  • Ameaças à biodiversidade e aceleração da extinção de espécies.
  • Esgotamento das reservas de água e agravamento de sua distribuição.
  • Comprometimento da produção agrícola e da segurança alimentar, especialmente nas regiões tropical e subtropical.
  •  Elevação do nível dos oceanos e ameaças a cidades litorâneas.

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O documentário Seis Graus que Podem Mudar o Mundo, da National Geographic, simula possíveis cenários decorrentes do aumento de um até seis graus Celsius na temperatura global sobre os diversos ecossistemas e populações humanas.

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