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Caderno de redações : PUC-RIO 2017

PUC-RIO 2017

Transformar a si mesmo e o mundo

A prova da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro convidou o candidato a refletir sobre necessidades inevitáveis das pessoas que as levam a mudar e alteram a sua relação com a sociedade. Note, no comando da proposta, que o conjunto da prova de Português e Literatura era uma coletânea com o mesmo tema, com textos que não nos é possível reproduzir aqui, mas que o leitor pode encontrar no endereço de internet ao pé da página ao lado. Veja a proposta e, a seguir, duas redações consideradas exemplares, com análises da professora Ana Paula Dibbern.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Produza um texto dissertativo-argumentativo – com cerca de 25 linhas e título sugestivo –, discorrendo sobre a necessidade do ser humano de viver transformações e de mudar o mundo a sua volta. Os textos abaixo – assim como os lidos na prova de Português e Literatura – destinam-se a servir de base para suas reflexões. Eles podem ser mencionados, em parte, na sua redação, mas em forma de DISCURSO INDIRETO ou de PARÁFRASE, com menção da fonte. O primeiro deles – de Afonso Romano de Sant’Anna –, embora focalize, especialmente, a chamada
crise dos quarenta anos, pode inspirá-lo a desenvolver suas próprias ideias sobre as transformações por que passam todos no mundo – jovens ou adultos. NÃO ASSINE.

TEXTO 1

Texto adaptado da crônica “O voo da águia”, do escritor Afonso Romano de Sant’Anna.

Vou transcrever um texto que recebi, pois acredito que, às vezes, um texto parabólico, elíptico, pode nos dizer mais que outros pretensamente objetivos. Ei-lo:

“A águia é a única ave que chega a viver setenta anos. Mas para isso acontecer, por volta dos quarenta, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão. Nessa idade, suas unhas estão compridas e flexíveis. Não conseguem mais agarrar as presas das quais se alimenta. Seu bico, alongado e pontiagudo, curva-se. As asas, envelhecidas e pesadas em função da espessura das penas, apontam contra o peito. Voar já é difícil. Nesse momento crucial de sua vida, a águia tem duas alternativas – não fazer nada e morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que se estenderá por 150 dias. A nossa águia decide enfrentar o desafio. Ela voa para o alto de uma montanha e recolhe-se a um ninho próximo a um paredão, onde não precisará voar. Aí, ela começa a bater com o bico na rocha até conseguir
arrancá-lo. Depois, a águia espera nascer um novo bico, com o qual vai arrancar as velhas unhas. Quando as novas unhas começarem a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. Só após cinco meses, ela pode sair para o voo
de renovação e viver, então, mais 30 anos”. Realmente, já ouvi muitas coisas que podem estar relacionadas a essa história. Especialistas em administração, por exemplo, afirmam que tem uma hora em que as empresas começam a crescer, e seus dirigentes têm que tomar uma decisão – ou fazem com que cresçam de vez, assumindo mais pesa-
dos desafios, ou, então, fecham, porque ficar estagnado é apenas adiar a morte.

Nossa sociedade pensou ter inventado uma maneira de resolver, nos seres humanos, o drama da águia com viagens, compras, cosmética, cirurgia plástica e outros recursos superficiais. Mas aquela outra águia – a da história acima – prefere uma solução que veio de dentro e que exige transformação profunda. Escolhe recolher-se a um paredão, destruir o velho e inútil bico, esperar que outro surja e com ele arrancar as penas, num rito de reiniciação de 150 dias. Então a águia, digamos, acabou de perder o emprego: tem que descobrir outro trajeto diário, outras aptidões, enfrentar a humilhação. Então, a águia, digamos, acabou de mudar de país: a crise ou o amor levou-a a outras paragens, tem que reaprender a linguagem de tudo e reinventar sua imagem em outro espelho. Então, a águia, digamos, acabou de perder alguém querido: é como se uma parte do corpo lhe tivesse sido arrancada; sente que
não poderá mais voar como antes. Então, a águia, digamos, está numa nova situação em que está sendo desafiada a mostrar sua competência: tem medo do fracasso, acha que não terá garras nem asas para voar mais alto. Então, a águia, digamos, andou olhando sua pele, sua resistência física, certa degeneração: há que jogar fora o bico velho, arrancar as velhas penas, e recomeçar.

Época de metamorfose. Os estudiosos da metamorfose dizem que não apenas larvas se transformam em borboletas. Para nosso espanto, as próprias pedras passam também por silenciosas metamorfoses. Enfim, parece que estamos condenados à metamorfose. Morrer várias vezes e várias vezes renascer. Até que, enfim, cheguemos à metamorfose final, onde o que era sonho e carne se converte em pó. Mas que fique sempre no azul o imponderável voo da águia.

Publicado em O Globo, 3/1/2001.Disponível em: https://www.releituras.com/arsant_menu.asp Acesso em: 30 jul. 2016.

 

TEXTO 2 

Texto adaptado de palavras do filósofo e místico Chandra Mohan Jain (Osho) .
Dizem que, antes de um rio entrar no mar, ele treme de medo. Olha para trás, para a jornada que percorreu – os cumes, as montanhas –, para o longo caminho que trilhou– florestas e povoados –, e vê à sua frente o vasto oceano. Entrar seria o mesmo que desaparecer naquela massa enorme para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não
pode voltar. Voltar é impossível na existência. O rio precisa se arriscar. Somente quando entrar no oceano é que vai superar o medo: apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer, mas de se tornar oceano.

Disponível em: <https://pensador.uol.com.br/frase/MTM1ND-MzNQ/&gt;. Acesso em: 2 ago. 2016.

TEXTO 3

Texto adaptado da página “Ciência para um mundo em transformação”.
Nos oceanos, o sol aciona o ciclo da água, aquecendo-a. Em seguida, ela se evapora para o ar. As correntes de ar que se elevam na atmosfera levam o vapor para cima junto com a água que transpirou das plantas e da terra.
O vapor sobe no ar, onde temperaturas mais baixas vão fazer com que ele se condense em nuvens. As correntes de ar movem as nuvens ao redor do globo, e as partículas de água colidem, caindo do céu como precipitação ou chuva. Alguma precipitação cai como neve e pode se acumular como camadas de gelo e geleiras. A neve nos climas mais quentes frequentemente se derrete quando chega a primavera, e a água derretida escorre sobre a terra como uma corrente. Parte da neve e do gelo se sublima diretamente em vapor, pulando a fase de fusão completamente. A maior parte da precipitação cai de volta nos oceanos e na terra, onde, devido à gravidade, a precipitação flui sobre o terreno.Parte dessa corrente entra nos rios, os quais acabam correndo para o mar. A corrente de superfície e a água do lençol, vazando da terra, acumula-se como água doce em lagos e rios. Entretanto nem toda a corrente flui para
os rios. Muito dela infiltra-se nas profundezas do solo, armazenando-se. Alguma infiltração permanece próxima à superfície e pode vazar de volta em corpos de água da superfície – e do oceano – como descarga do lençol subterrâneo. Do mesmo modo, alguma água do lençol acha aberturas e emerge como fontes de água doce. No tempo, então, essa água continua a movimentar-se, a transformar-se. Uma porção dela reentra nos oceanos, onde o ciclo termina e, infinitamente, recomeça.
Disponível em: <https://water.usgs.gov/edu/watercycleportuguese.html&gt;. Acesso em: 1 ago. 2016.

ANÁLISE DA PROPOSTA

ALEGORIAS PARA REFLETIR

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A PUC-Rio, em sua primeira prova de redação do vestibular 2017, apresentou uma proposta reflexiva e ampla. Os três textos-base que a compunham motivavam uma abordagem positiva e esperançosa sobre a transformação individual e, então, coletiva. Parabólico e muito bonito, “O voo da águia” trata da necessidade de transformação intrínseca do ser humano, do medo de enfrentá-la e do árduo processo a ser vencido. Outro texto, adaptado de palavras do líder espiritual indiano conhecido como Osho, também passa pela questão do medo, mas concentra-se na noção de mudança como momento de transição para um novo estado. No final, ele esboça a sensação de conforto vivida por quem já se transformou (“apenas então o rio saberá que não se trata de
desaparecer, mas de se tornar oceano”), apresentando a concepção holística que será reforçada pelo terceiro texto-base, um resumo científico sobre o ciclo da água. Ao expor as fases percorridas pela água, o último excerto mostra, metaforicamente, que as transformações pelas quais cada indivíduo passa estão conectadas a um conjunto único, maior, e que uma transformação pontual pode afetar todo o sistema.

Tal expansão do individual para o coletivo era também uma exigência colocada pela descrição da proposta de redação: “a necessidade do ser humano de viver transformações e de mudar o mundo a sua volta”. Tendo esse movimento como obrigatório, a definição de “mundo a sua volta”, cabia ao vestibulando tratar de mudanças na sua comunidade escolar, vizinhança, cidade, país ou até mesmo no coletivo global.

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Após tomar a decisão sobre o quanto ampliar sua reflexão, o aluno poderia dedicar-se a discutir algum aspecto (social, político, cultural, econômico) do contexto escolhido, o que tornaria a redação mais objetiva e facilitaria o seu desenvolvimento. Se escolhesse o país, uma boa alternativa seria tratar de elementos como a educação, o acesso à produção cultural, o engajamento político, entre outros temas que podem induzir mudanças no coletivo a partir de transformações individuais. Para exemplificar, seria interessante trazer algum momento histórico de transformação no modo de pensar e de se organizar das sociedades.

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Entretanto, a amplitude da proposta também permitia uma abordagem mais subjetiva, que enveredasse pela filosofia ou pela psicologia, por exemplo. Ainda que depende-se de algum repertório específico, nesse viés o aluno poderia discutir questões cotidianas como as diferenças entre as gerações, as novas formas de se comunicar e de se relacionar no terceiro milênio, a mudança de paradigmas ligados às liberdades individuais, entre outras.

PUC-RIO 2017  REDAÇÃO I

Conhecimento é transformação

A História da Humanidade é feita de transformações sociais, políticas e econômicas, interligadas e interdependentes. Desde a invenção da agricultura e da escrita até a atual Revolução Tecnocientífica, as transformações estão atreladas a algo ainda mais complexo – a mente humana. É essencial ao ser humano buscar mudanças em si e no mundo; mudanças essas que precisam de estímulos externos para se desenvolverem.

A educação é primordial para a evolução de um indivíduo principalmente no que diz respeito ao entendimento do mundo em que vive. O conhecimento, de qualquer tipo, gera conexões no cérebro humano, o que promove assimilações entre fatos da realidade, aumentando a capacidade de planejamento de transformações. O Brasil, no entanto, tem seu sistema público de educação classificado como um dos mais falhos do mundo, o que provoca alienação e uma consequente estagnação do país.

As práticas artísticas são outro exemplo de estímulo às mudanças sociais. A imaginação, sendo infinita, é fundamental para uma transformação, no que tange a sua criatividade e inovação. Além disso, a arte é uma forma de perturbar e alertar a sociedade diante de determinado assunto como ocorreu na Semana da Arte Moderna, quando, em 1922, as favelas foram retratadas em pinturas pela primeira vez.

Uma educação de qualidade e abrangente, bem como o incentivo à arte, se evidenciam, portanto, como eliminadores da alienação e como fermento de transformações no ser humano e no mundo. Esses recursos, ademais, promovem ascensão pessoal e econômica, podendo atenuar a desigualdade entre as classes sociais, revelando extrema importância na sociedade. Assim, a conscientização da população é o primeiro passo para que o conhecimento intelectual e artístico se concretize em transformações.

ANÁLISE

EXCELENTE ABORDAGEM
Diante de uma proposta de redação ampla, o vestibulando em questão fez uma excelente opção de abordagem. Ao tratar do conhecimento como agente promotor de transformações nos indivíduos e no mundo em que vivem, ele não só manteve a adequação ao tema como também trouxe elementos novos em relação aos apresentados nos textos-base, mostrando repertório e conferindo autoria ao texto.

Na introdução, após uma pequena contextualização histórica que apresenta o tema, o autor lança a tese da necessidade de estímulos externos para que as transformações ocorram. Esses estímulos seriam a educação e a arte, tópicos trabalhados nos dois parágrafos argumentativos seguintes. O estudante retoma esses dois pontos na conclusão, agora para articulá-los à sua tese, demonstrando como, por serem “eliminadores de alienação e fermento de transformações”, eles são efetivos na concretização das mudanças desejadas. Com essa estrutura organizada e boa seleção de argumentos, a redação executou bem o que se espera de uma dissertação argumentativa.
Outro ponto positivo: as noções subjetivas da proposta foram muito bem empregadas em dois recortes específicos da realidade. O candidato situa a discussão na esfera do indivíduo humano e da humanidade, mas a aplica duas vezes ao caso brasileiro, ao tratar da educação e da arte. Ao utilizar o exemplo da Semana da Arte Moderna como um agente de transformações, ele recorre ao seu repertório pessoal com informações de outras áreas do conhecimento, o que torna o seu argumento mais forte. O autor faz o mesmo ao apontar o desempenho do Brasil no ranking mundial de educação. Nesse caso, ele se resume a dizer que o sistema público de educação brasileiro é classificado como um dos mais falhos do mundo, sem dizer a fonte – o que é falta de autonomia – e sem atentar ao fato de que a avaliação Pisa também abrange as escolas particulares. Contudo, a falha não impediu que a redação alcançasse a nota máxima, pois, em seu conjunto, ela é exemplar.

SAIBA MAIS 

PISA -PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES

A avaliação, coordenada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ‒, é aplicada a cada três anos e gera um ranking mundial de educação. Nos resultados de 2015, em que participaram estudantes de 70 países, entre as mais de 190 nações do mundo, o Brasil ocupou o 59° lugar nas provas de leitura, 63° em ciências e 66° em matemática.

PUC-RIO 2017 REDAÇÃO II

O século das mudanças

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O ser humano, ao longo dos séculos, vivenciou inúmeras transformações. Com as Grandes Navegações, A Revolução

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Industrial, as Grandes Guerras, o Imperialismo, entre outros processos, não foram escassas as vezes em que o mundo alterou suas crenças e percepções. Contudo, na modernidade, a necessidade do homem de mudar e viver essas mofidificações aumentou de maneira considerável.

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Em uma primeira abordagem, o caráter imediatista dos indivíduos da contemporaneidade contribui para que o desejo de transformar apresente-se maior. Hoje em dia, é imprescindível que as conquistas e as vontades se concretizem rapidamente e sem grandes dificuldades. Com toda a velocidade e a dinamicidade requeridas pelo sistema capitalista e pela globalização, as pessoas acostumaram-se com acontecimentos e mudanças repentinas, os quais surgem em um segundo e desaparecem no outro. Portanto,diante de todos esses aspectos, fica clara a expressiva vitalidade da ocorrência de alterações na vida do homem moderno.

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Um segundo fator aborda a evolução tecnológica presente no século XXI. Com o avanço da internet e das redes sociais, há um maior contato e acesso a outras realidades, até mesmo de diversas partes do globo. Dessa forma, o ser humano observa todos os estilos e modos de vida online com enorme facilidade e, assim, cresce sua vontade de mudar. Nesse viés, a própria rotina-se torna-se monótona e indesejável à medida em que a tecnologia traz aos indivíduos aspectos mais atraentes, o que atua ativamente nas decisões e no cotidiano de cada um.
Frente a esse contexto, evidencia-se o considerável crescimento da necessidade humana de mudar e viver transformações atualmente. Como o filósofo e místico Chandra Mohan Jain pontua, voltar é impossível. Hoje, tornou-se essencial seguir em frente e, constantemente, modificar a realidade vivida. Se esse desejo sempre existiu, na contemporaneidade ele apresenta-se mais forte.

 

ANÁLISE

BOA ESTRUTURA E COESÃO TEXTUAL

A presente redação chama a atenção por sua organização e eficiência em direcionar os argumentos para comprovar a tese de que, na atualidade, aumentou a necessidade do homem de viver transformações e mudar o mundo ao seu redor. Já no título, que na PUC-Rio é obrigatório, tal ideia está presente: “O século das mudanças”.Na introdução, o candidato enumera momentos históricos de transformação para, em comparação, propor que hoje esse movimento está mais acelerado. Para sustentar a afirmação, o autor discute, no segundo e terceiro parágrafos, dois aspectos da modernidade: a velocidade e dinamicidade do sistema capitalista e global e, a seguir, a evolução tecnológica que faz com que, a partir da observação de outros estilos e modos de vida, cresça em cada indivíduo o desejo de mudar. Na conclusão, por meio da expressão conectora “frente a esse contexto”, o aluno retoma os argumentos e mostra como eles provam a sua tese.

Com essa boa estrutura e o emprego dos elementos coesivos apropriados, o estudante garantiu a adequação do seu texto ao tipo exigido pela banca. Seus argumentos são afinados entre si e com a tese, o que torna a redação coerente e convincente para quem lê. Mesmo que o leitor da redação não tivesse acesso ao conjunto da proposta e aos textos motivadores, ele conseguiria entender essa dissertação, o que mostra mais um elemento de qualidade textual: a autonomia ‒ qualidade do texto de ser compreendido por si só.

Para a quantidade de linhas e tempo disponível, a redação foi desenvolvida de forma muito satisfatória. A demonstração de repertório é um ponto que poderia ser  mais bem desenvolvido pela apresentação de exemplos, dados ou citações da bagagem pessoal do candidato. Mas o trecho do segundo texto-base funcionou bem na
construção da conclusão, não ofuscou o posicionamento do autor e manteve a autoria do texto.

Caderno de redações : PUC-RIO 2017
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