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De olho na História: Guerra dos Seis Dias

O triunfo militar de Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, redesenhou o mapa da região e ainda repercute no processo de paz entre judeus e palestinos, 50 anos depois

Foi uma ação militar fulminante. Entre os dias 5 e 10 de junho de 1967, o Exército de Israel derrotou uma aliança árabe formada por Egito, Jordânia e Síria. Como resultado do triunfo, os israelenses triplicaram o seu território e consolidaram a existência do Estado Judeu, criado em 1948 sob forte objeção dos vizinhos árabes.
Se a Guerra dos Seis Dias foi breve em sua duração, os seus desdobramentos repercutem ainda hoje, 50 anos depois. A vitória de Israel redesenhou o mapa do Oriente Médio, cuja maior consequência foi a ocupação dos territórios destinados à formação de um futuro Estado Pales-
tino, o que prejudica o atual processo de paz entre palestinos e israelenses.

A resistência contra Israel

A Guerra dos Seis Dias foi resultado das tensões acumuladas no Oriente Médio desde a Guerra de Independência, em 1948, quando Egito, Síria, Jordânia, Iraque e Líbano lutaram para impedir a criação de Israel. O Estado judeu venceu o conflito e passou a ocupar 75% do território destinado à formação da  Palestina. Os palestinos ainda se viram sem a Faixa de Gaza, ocupada pelo Egito, além de Jerusalém Oriental e Cisjordânia, anexadas pela Jordânia.  Todo o território que a ONU determinou para a criação do Estado Palestino estava em outras mãos.

 Exilados nos países árabes vizinhos e proibidos de voltar às suas terras em Israel, os palestinos se mobilizaram para retomar os territórios perdidos. No final da década de 1950 surgiu o Al Fatah, organização que reivindicava a criação de um Estado Palestino e passou a realizar atentados contra alvos israelenses. A partir do Al Fatah, foi criada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1964.

 Paralelamente à resistência palestina, ganhava força no Oriente Médio o pan-arabismo. O movimento nacionalista procurava unificar os povos árabes como forma de desafiar a autoridade israelense, após a derrota na Guerra de Independência, e a hegemonia das potências ocidentais na região. A posse do general Gamal Abdel Nasser no Egito, em 1952, foi um importante marco do pan-arabismo. Ao expulsar os britânicos do país e nacionalizar o estratégico Canal de Suez, em 1956, Nasser conquistou a confiança das nações árabes para liderar o movimento.

O inevitável conflito

Com o fortalecimento dos movimentos de resistência palestino e pan-árabe contra Israel, houve uma escalada na tensão regional. A OLP passou a realizar ataques contra alvos israelenses a partir da Jordânia e da Síria. Em uma dessas ofensivas, em abril de 1967, o Exército israelense retaliou a Jordânia com suas forças aéreas. Em resposta, o Egito expulsou a missão de paz da ONU que estava na península do Sinai desde 1956 e fechou o Golfo de Ácaba, fechando o acesso dos israelenses ao Mar Vermelho. Em maio, sob a liderança de Nasser, um acordo militar de cooperação mútua foi assinado entre Egito, Jordânia e Síria.
O conflito parecia inevitável. Mas, em vez de esperar um eventual ataque árabe, Israel tomou a iniciativa. Na manhã de 5 de junho de 2017, a força aérea israelense desferiu uma poderosa ofensiva que destruiu 90% da aviação egípcia. Em três dias, as forças terrestres de Israel haviam tomado do Egito a Faixa de Gaza e a Península do Sinai. A Jordânia entrou em ação para ajudar Nasser e também saiu derrotada. No dia 7 de junho, o Exército israelense expulsou as forças jordanianas de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia. No dia 10, foi a vez de a Síria perder as Colinas de Golã para as tropas de Israel. No fim do dia um armistício pôs fim à guerra.

As consequências

 Após a vitória de Israel, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que ordenava a retirada de Israel das regiões ocupadas. O país se negou a cumprir a decisão e iniciou a construção de assentamentos judaicos na Cisjordânia, como forma de consolidar a ocupação. A situação evoluiu em 1982, quando Israel devolveu a Península do Sinai ao Egito após os Acordos de Camp David. Em 2005, os israelenses se retiraram da Faixa de Gaza, concedendo autonomia limitada na região aos palestinos, embora os ataques entre os dois rivais seja frequente. A despeito das reivindicações sírias, as Colinas de Golã permanecem sob controle israelense.

O controle de Israel sobre Jerusalém Oriental e a ocupação da Cisjordânia ainda são temas centrais que emperram as negociações entre palestinos e israelenses. O atual processo de paz é baseado nas fronteiras de 1967, ou seja, antes da Guerra dos Seis Dias, evento que é um marco da expansão territorial israelense.

 

De olho na História: Guerra dos Seis Dias
De olho na História: Guerra dos Seis Dias
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