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Planejamento: O estilo de questão do Enem

O Enem apresenta muitas questões baseadas na competência leitora do aluno, ou seja, na sua capacidade de entender o que leu e selecionar as informações. Com uma leitura atenta é possível resolver diversos exercícios.

Para fazer o Enem, a primeira coisa a saber é que o exame cobra do aluno a “competência leitora”, ou seja, a capacidade de entender o que está lendo. Com concentração, leitura atenta e comparação entre as informações fornecidas na pergunta e nas opções de solução, você responde a diversas questões. Outra parte delas, mesmo quando pressupõe conhecimentos mais complexos referentes ao currículo do Ensino Médio, também exige do aluno boa capacidade de entender informações expressas nas mais diversas formas – de textos a imagens.

Nesta matéria, quando usamos o verbo “ler”, não estamos falando apenas de textos escritos, mas também de fotografas, mapas, ilustrações, gráficos e tabelas. Todas essas formas de comunicação carregam informações cuja leitura e compreensão são fundamentais para um bom desempenho em todas as áreas da prova. Nas próximas páginas, mostramos, passo a passo, como usar sua compreensão leitora, seu raciocínio e seus conhecimentos nas questões do Enem 2015.

CIÊNCIAS HUMANAS

1.

TEXTO I

Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.

CUNHA, E. Os Sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.

TEXTO II

Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo Para fazer o Enem, a primeira coisa a saber é que o exame cobra do aluno a “competência leitora”, ou seja, a capacidade de entender o que está lendo. Com concentração, leitura atenta e comparação entre as informações fornecidas na pergunta e nas opções de solução, você responde a diversas questões. Outra parte delas, mesmo quando pressupõe conhecimentos mais complexos referentes ao currículo do Ensino Médio, também exige do aluno boa capacidade de entender informações expressas nas mais diversas formas – de textos a imagens. Nesta matéria, quando usamos o verbo “ler”, não estamos falando apenas de textos escritos, mas também de fotografas, mapas, ilustrações, gráficos e tabelas. Todas essas formas de comunicação carregam informações cuja leitura e compreensão são fundamentais para um bom desempenho em todas as áreas da prova. Nas próximas páginas, mostramos, passo a passo, como usar sua compreensão leitora, seu raciocínio e seus conhecimentos nas questões do Enem 2015. por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem intimados para deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional.

SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.

Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se perpetuariam na memória construída sobre o confito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da

a) manipulação e incompetência.

b) ignorância e solidariedade.

c) hesitação e obstinação.

d) esperança e valentia.

e) bravura e loucura.

Os excertos retratam a cena final da Guerra de Canudos, quando os últimos sertanejos foram abatidos a tiros, e o foco rebelde foi extinguido pelas tropas oficiais. O mesmo evento, no entanto, é narrado de duas maneiras bem diferentes, sob óticas distintas. Euclides da Cunha acompanhou as ações do Exército contra Canudos na condição de jornalista enviado pelo jornal O Estado de S. Paulo. O seu relato em Os Sertões exalta a resistência dos rebeldes amotinados, o que fica claro logo na primeira frase: “Canudos não se rendeu”. Ou seja, o Arraial de Canudos resistiu até o fim e se tornou, aos olhos de Euclides, um exemplo de bravura. Lembre-se de que uma das mais célebres frases de Os Sertões é uma exaltação: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. H.M. Soares, por outro lado, traz um relato recheado de adjetivos que retratam os rebeldes como loucos. Enquanto Euclides da Cunha nomeia os quatro mortos como “os últimos defensores” de Canudos, H.M. Soares os classifica de “fanáticos”. E ele vai além: sugere que foram os sertanejos de Canudos os responsáveis por manter a guerra acesa por meses, lançando mão de banditismo e fanatismo. A reposta correta, portanto, é a letra e.

2.

brasil ibge

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente/IBGE. Biomas. 2004 (adaptado).

No mapa estão representados os biomas brasileiros que, em função de suas características físicas e do modo de ocupação do território, apresentam problemas ambientais distintos. Nesse sentido, o problema ambiental destacado no mapa indica

a) desertificação das áreas afetadas.

b) poluição dos rios temporários.

c) queimadas dos remanescentes vegetais.

d) desmatamento das matas ciliares.

e) contaminação das águas subterrâneas.

O desafio desta questão é ler atentamente o mapa dos biomas brasileiros, compreendendo as informações contidas nele. Além da identificação dos biomas, a legenda indica haver uma área afetada por um “problema ambiental”. O enunciado não fornece dados adicionais a respeito do problema destacado. No entanto, pela leitura do mapa, é possível identificar o bioma brasileiro onde a incidência desse problema é maior. Trata-se da caatinga, um bioma que se caracteriza pelo clima semiárido, com altas temperaturas e pouca chuva.

Com base nesta interpretação do mapa, já é possível relacionar o clima seco da caatinga com o fenômeno da desertificação, apontado na alternativa a. Para certificar-se melhor desta opção, vale notar que a ocupação da região é marcada pela exploração da vegetação para a produção de lenha e carvão, pela contaminação do solo por agrotóxicos e pelo emprego de técnicas de irrigação inadequadas para o tipo de solo existente ali. Com isso, é possível cravar com segurança que a resposta correta é a alternativa a: a combinação das características físicas com a transformação do território empregada pelo homem provocou a desertificação de extensas áreas do bioma.

3.

20 anos de prontidão

ZIRALDO. 20 anos de prontidão. In: LEMOS, R. (Org.). Uma História do Brasil Através da Caricatura (1840-2001). Rio de Janeiro: Letras & Expressões, 2001.
No período de 1964 a 1985, a estratégia do regime militar abordada na charge foi caracterizada pela

a) priorização da segurança nacional.

b) captação de financiamentos estrangeiros.

c) execução de cortes nos gastos públicos.

d) nacionalização de empresas multinacionais.

e) promoção de políticas de distribuição de renda.

Para responder esta questão é preciso se atentar para o contexto político-econômico presente no enunciado. Trata-se de 1964 a 1985, período em que vigorou o regime militar. Os militares deram um golpe de Estado em 1964. Uma das justificativas usadas na época pelos militares para tomar o poder era a recessão econômica em que o país se encontrava. Para combater a crise, foi traçada uma estratégia de captação de recursos estrangeiros, o que resultou em taxas de crescimento acima de 10% ao ano no período que ficou conhecido como Milagre Econômico. Paralelamente, agravaram-se as questões sociais, com o aumento da concentração de renda e deterioração de importantes indicadores de desenvolvimento humano. Como resultado, o Brasil aumentou sua dependência em relação ao capital internacional, além de inflar drasticamente a dívida externa. A mulher da charge de Ziraldo comenta exatamente o sucesso dessa captação, apontando que a dívida só começará a ser quitada depois de dez anos. Já a fala do homem ironiza o destino da criança. O menino simboliza toda uma próxima geração, que teve de lidar com as contradições sociais do país, além dos juros desses financiamentos internacionais. A resposta correta, portanto, é a letra b.

CIÊNCIAS DA NATUREZA

1.

Alimentos em conserva são frequentemente armazenados em latas metálicas seladas, fabricadas com um material chamado folha de flandres, que consiste de uma chapa de aço revestida com uma fina camada de estanho, metal brilhante e de difícil oxidação. É comum que a superfície interna seja ainda revestida por uma camada de verniz à base de epóxi, embora também existam latas sem esse revestimento, apresentando uma camada de estanho mais espessa.

SANTANA, V. M. S. A leitura e a química das substâncias. Cadernos PDE. Ivaiporã: Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED); Universidade Estadual de Londrina, 2010 (adaptado).

Comprar uma lata de conserva amassada no supermercado é desaconselhável porque o amassado pode

a) alterar a pressão no interior da lata, promovendo a degradação acelerada do alimento.

b) romper a camada de estanho, permitindo a corrosão do ferro e alterações do alimento.

c) prejudicar o apelo visual da embalagem, apesar de não afetar as propriedades do alimento.

d) romper a camada de verniz, fazendo com que o metal tóxico estanho contamine o alimento.

e) desprender camadas de verniz, que se dissolverão no meio aquoso, contaminando o alimento.

Esta é uma típica questão de competência leitora que exige noções de interpretação de texto. O excerto explica a composição das latas metálicas usadas para armazenar alimentos em conserva, ressaltando as camadas de estanho, material de difícil oxidação, que revestem o aço, material de fácil oxidação. Se a lata estiver amassada, o estanho pode ser comprometido, o que exporia o ferro. Se este oxidar, poderá alterar as características do alimento. A reposta correta, portanto, é a letra b.

2.

Durante uma expedição, um grupo de estudantes perdeu-se de seu guia. Ao longo do dia em que esse grupo estava perdido, sem água e debaixo de sol, os estudantes passaram a sentir cada vez mais sede. Consequentemente, o sistema excretor desses indivíduos teve um acréscimo em um dos seus processos funcionais. Nessa situação, o sistema excretor dos estudantes

a) aumentou a filtração glomerular.

b) produziu maior volume de urina.

c) produziu urina com menos ureia.

d) produziu urina com maior concentração de sais.

e) reduziu a reabsorção de glicose e aminoácidos.

Para responder a questão é necessário unir conhecimentos básicos do funcionamento do corpo humano com interpretação de texto. O grupo mencionado tomou sol o dia todo e começa a sentir sede. A descrição e o sintoma levam a crer que os estudantes estejam sofrendo desidratação e, possivelmente, também insolação. Por causa disso, o sistema excretor reabsorve mais água nos túbulos renais, o que diminui o volume de urina e aumenta a concentração de sais. A resposta correta, assim, é a letra d.

3.

Entre os anos de 1028 e 1038, Alhazen (Ibn al-Haytham: 965-1040 d.C.) escreveu sua principal obra, o Livro da Óptica, que, com base em experimentos, explicava o funcionamento da visão e outros aspectos da ótica, por exemplo, o funcionamento da câmara escura. O livro foi traduzido e incorporado aos conhecimentos científicos ocidentais pelos europeus. Na figura, retirada dessa obra, é representada a imagem invertida de edificações em um tecido utilizado como anteparo.

zewail

ZEWAIL, A. H. Micrographia of the Twenty-First Century: From Camera Obscura to 4D Microscopy. Philosophical Transactions of the Royal Society A,v. 368, 2010 (adaptado).

Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho humano, o tecido corresponde ao (à)

a) íris.

b) retina.

c) pupila.

d) córnea.

e) cristalino.

A questão exige que você compreenda uma analogia entre a ilustração de uma câmara escura, retirada do Livro da Óptica, de Alhazen, e o olho humano. Imagine que a estrutura onde estão os personagens da ilustração é o globo ocular. Logo, o buraco por onde a imagem passa é análogo à parte anterior do nosso olho, que corresponde a córnea, pupila, cristalino e íris (que com seus pigmentos compõe a cor de nossos olhos). Já o tecido mostrado na ilustração representaria a parte do fundo do globo ocular, onde a imagem chega invertida. Ainda que para responder corretamente a questão seja preciso saber que essa parte posterior do nosso olho corresponde à retina, a interpretação da imagem é fundamental para a resolução. A resposta correta, portanto, é a letra b.

 

LINGUAGENS E CÓDIGOS

1.

behance

Disponível em: https://www.behance.net. Acesso em: 21 fev. 2013 (adaptado).

 

A rapidez é destacada como uma das qualidades do serviço anunciado, funcionando como estratégia de persuasão em relação ao consumidor do mercado gráfco. O recurso da linguagem verbal que contribui para esse destaque é o emprego

a) do termo “fácil” no início do anúncio, com foco no processo.

b) de adjetivos que valorizam a nitidez da impressão.

c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência.

d) da expressão intensificadora “menos do que” associada à qualidade.

e) da locução “do mundo” associada a “melhor”, que quantifica a ação.

Esta questão testa a capacidade dos candidatos em interpretar a imagem em conjunto com o texto anunciado. Para resolver, atenha-se ao que pede o enunciado: ele quer saber o recurso verbal que destaca a rapidez do serviço. Essa dica já permite que se eliminem as alternativas a, b, d. Elas fazem referência, respectivamente, à facilidade, à nitidez e à qualidade da impressão, e não à celeridade do processo. Além disso, há um problema evidente com a alternativa e: a associação entre os termos “do mundo” e “melhor” não quantifica a ação, mas a qualifica.

O recurso da linguagem verbal a que o enunciado se refere está contido na frase: “Cópia rápida fácil. Vai ser bom, não foi?”. Perceba que há um sequenciamento proposital de diferentes tempos verbais. “Vai ser” denota futuro, já “não foi?” denota pretérito. A ideia implícita é que o processo de impressão é tão veloz quanto a própria enunciação. A imagem reforça a mensagem, mostrando uma “nuvem de poeira”, um recurso de ilustração bastante comum em desenhos animados e histórias em quadrinhos, para exprimir velocidade. Logo, a alternativa que aponta esta interpretação é a c.

2.

14 coisas que você não deve jogar na privada Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que contamina o ambiente e os animais. Também deixa mais difícil obter a água que nós mesmos usaremos. Alguns produtos podem causar entupimentos:

• cotonete e fio dental;

• medicamento e preservativo;

• óleo de cozinha;

• ponta de cigarro;

• poeira de varrição de casa;

• fio de cabelo e pelo de animais;

• tinta que não seja à base de água;

• querosene, gasolina, solvente, tíner.

Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como óleo de cozinha, medicamento e tinta, podem ser levados a pontos de coleta especiais, que darão a destinação final adequada.

MORGADO, M.; EMASA. Manual de Etiqueta. Planeta Sustentável, jul.-ago. 2013 (adaptado).

O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do foco no interlocutor, que caracteriza a função conotativa da linguagem, predomina também nele a função referencial, que busca

a) despertar no leitor sentimentos de amor pela natureza, induzindo-o a ter atitudes responsáveis que beneficiarão a sustentabilidade do planeta.

b) informar o leitor sobre as consequências da destinação inadequada do lixo, orientando-o sobre como fazer o correto descarte de alguns dejetos.

c) transmitir uma mensagem de caráter subjetivo, mostrando exemplos de atitudes sustentáveis do autor do texto em relação ao planeta.

d) estabelecer uma comunicação com o leitor, procurando certificar-se de que a mensagem sobre ações de sustentabilidade está sendo compreendida.

e) explorar o uso da linguagem, conceituando detalhadamente os termos utilizados de forma a proporcionar melhor compreensão do texto.

Para chegar à resolução correta desta questão é imprescindível avaliar o teor das informações do texto e também seu objetivo. Ou seja, entender a intenção das palavras. Note que as alternativas sugerem algumas: despertar sentimentos de amor pela natureza; informar sobre as consequências da destinação inadequada do lixo; explorar o uso da linguagem etc. Perceba também o tom educativo do texto, explicitado já no título, que deixa claro que trará 14 instruções sobre o destino do lixo doméstico. Há uma entonação apelativa, que fica explícita nos verbos no imperativo. O trecho final do texto informa o leitor sobre as possíveis consequências da má destinação do lixo e o orienta a respeito do descarte correto de alguns itens. Atente, por fim, ao caráter informativo do texto: há a intenção de passar informações adiante e de orientar sobre a forma correta de proceder, neste caso, com o descarte de lixo. A resposta correta, assim, é a letra b.

3.

Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa. Deus veio num raio. Então apareceram os bichos que comiam os homens. E se fez o fogo, as especiarias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida se criou a filosofia, que explicava como não fazer o que não devia ser feito. Então surgiram os números racionais e a história, organizando os eventos sem sentido. A fome desde sempre, das coisas e das pessoas. Foram inventados o calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E cada um se vira como pode, arrancando as cascas das feridas que alcança.

BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, í. (Org.). Os Cem Melhores Contos do Século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi configura um painel evolutivo da história da humanidade. Nele, a projeção do olhar contemporâneo manifesta uma percepção que

a) recorre à tradição bíblica como fonte de inspiração para a humanidade.

b) desconstrói o discurso da filosofia a fim de questionar o conceito de dever.

c) resgata a metodologia da história para denunciar as atitudes irracionais.

d) transita entre o humor e a ironia para celebrar o caos da vida cotidiana.

e) satiriza a matemática e a medicina para desmistificar o saber científico.

Os elementos para resolver esta questão estão no próprio enunciado, mas é importante entender o tom do texto, ou seja, ler suas entrelinhas. O conto de Fernando Bonassi utiliza muitos aspectos apontados nas alternativas. Um exemplo é o empréstimo de alusões bíblicas e filosóficas, e o uso de vocabulário científico e de noções de história. Note que é dessa maneira que o autor recheia seu texto com combinações de diferentes linguagens.

Para transitar entre essas linguagens, Bonassi lança mão de um recurso: a ironia. Isso fica evidente nas contradições que ele propõe: a filosofia, que explica o que não fazer; a fome de coisas e pessoas, que existe desde sempre; foram inventados o calmante e o estimulante etc. A velocidade da narrativa contribui para um sequenciamento caótico de eventos, que ganha sentido através da ironia com que o autor exibe sua visão contemporânea da história da humanidade. Chegamos, dessa forma, à resposta correta: alternativa d.

4.

AZEITE DE OLIVA E ÓLEO DE LINHAÇA: UMA DUPLA IMBATÍVEL

Rico em gorduras do bem, ela combate a obesidade, dá um chega pra lá no diabete e ainda livra o coração de entraves Ninguém precisa esquentar a cabeça caso não seja possível usar os dois óleos juntinhos, no mesmo dia. individualmente, o duo também bate um bolão. Segundo um estudo recente do grupo Eurolive, formado por instituições de cinco países europeus, os polifenóis do azeite de oliva ajudam a frear a oxidação do colesterol lDl, considerado perigoso. Quando isso ocorre, reduz-se o risco de placas de gordura na parede dos vasos, a temida aterosclerose – doença por trás de encrencas como o infarto.

MANARINI, T. Saúde é Vital, n. 347, fev. 2012 (adaptado).

Para divulgar conhecimento de natureza científica para um público não especializado, Manarini recorre à associação entre vocabulário formal e vocabulário informal. Altera-se o grau de formalidade do segmento no texto, sem alterar o sentido da informação, com a substituição de

a) “dá um chega pra lá no diabete” por “manda embora o diabete”.

b) “esquentar a cabeça” por “quebrar a cabeça”.

c) “bate um bolão” por “é um show”.

d) “juntinhos” por “misturadinhos”.

e) “por trás de encrencas” por “causadora de problemas”.

O uso de linguagem coloquial em textos jornalísticos é bastante frequente, especialmente em matérias ligadas à saúde ou esportes. O vocabulário informal ajuda na assimilação das informações sem prejudicar seu conteúdo, muitas vezes traduzindo situações mais complexas por exemplos cotidianos, para que o leitor consiga se identificar e entender. Foi o que Manarini fez em seu artigo sobre azeite de oliva e óleo de linhaça.

Note que no excerto o autor usa desse artifício algumas vezes: na palavra “juntinhos”; em “o duo também bate um bolão”; em “dá um chega pra lá no diabete”; e também em “doença por trás de encrencas como o infarto”. Estas são algumas das expressões informais que aparecem nos textos das alternativas, o que pode ajudar a confundir o candidato.

Mas, se você notar bem, é possível descartar várias alternativas que apenas substituem um termo informal por outro ou que alteram o significado do termo substituído. Por exemplo, na alternativa c, ao trocar “bate um bolão” por “é um show”, a informalidade é mantida em ambos os termos, ainda que o seu sentido não tenha sido alterado. A única alternativa que atende ao que pede o enunciado da questão é a e, que troca um termo coloquial, “por trás de encrencas”, por um formal, “causadora de problemas”, sem alterar o seu sentido.

MATEMÁTICA

1.
um investidor inicia um dia com x ações de uma empresa. No decorrer desse dia, ele efetua apenas dois tipos de operações, comprar ou vender ações. Para realizar essas operações, ele segue estes critérios:

I. vende metade das ações que possui, assim que seu valor fica acima do valor ideal (Vi);

II. compra a mesma quantidade de ações que possui, assim que seu valor fica abaixo do valor mínimo (Vm);

III. vende todas as ações que possui, quando seu valor fica acima do valor ótimo (Vo).

O gráfico apresenta o período de operações e a variação do valor de cada ação, em reais, no decorrer daquele dia e a indicação dos valores ideal, mínimo e ótimo.

grafico ge

Quantas operações o investidor fez naquele dia?

a) 3

b) 4

c) 5

d) 6

e) 7

A questão evidencia um problema típico do mercado financeiro, que é abordado com frequência nos noticiários. Para resolver este item é preciso associar duas informações apresentadas no enunciado: a variação no preço de ações na bolsa, fenômeno que é ilustrado no gráfico, com as instruções sobre o momento em que o investidor deve vender ou comprar ações. A partir dessa análise você pode identificar quantas operações foram realizadas pelo investidor.

Perceba que entre as 10h e 11h o investidor faz sua 1ª operação e vende metade das ações, afinal a linha ultrapassou o Valor Ideal (Vi). Em seguida, entre 11h e 12h ele faz a 2ª operação e compra a mesma quantidade de ações, pois a linha ficou abaixo do Valor Mínimo (Vm). Entre 12h e 13h o valor volta a ultrapassar a marca Vi e o investidor realiza a 3ª operação. Por fim, entre 13h e 14h, após a linha ultrapassar o Valor Ótimo (Vo), ele faz a 4ª operação, vendendo todas as suas ações, conforme indica a instrução número III.

Fique atento para o seguinte fator: ainda que entre 15h e 16h, o valor das ações tenha ultrapassado o valor ideal, ele não realiza nenhuma operação, porque já havia se desfeito de todas as suas ações no período entre 13h e 14h. A resposta correta, portanto, é a letra b.

2.

As exportações de soja do Brasil totalizaram 4,129 milhões de toneladas no mês de julho de 2012, e registraram um aumento em relação ao mês de julho de 2011, embora tenha havido uma baixa em relação ao mês de maio de 2012. Disponível em: https://www.noticiasagricolas.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012. A quantidade, em quilogramas, de soja exportada pelo Brasil no mês de julho de 2012 foi de

a) 4,129 x 103

b) 4,129 x 106

c) 4,129 x 109

d) 4,129 x 1012

e) 4,129 x 1015

Trata-se de uma questão de matemática, que aliada a noções de lógica pode ser resolvida com um cálculo simples: a regra de três. O enunciado fornece o dado principal, 4,129 milhões de toneladas de soja, e pede que o candidato extraia dele o  valor em quilogramas. Lembre-se que 1 tonelada é igual a 1 mil quilogramas, ou seja, 103. Com esse cálculo em mãos, é possível escrever a regra de três: se 1 tonelada equivale a 103, consequentemente 4,129 milhões de toneladas (4,129 . 106) equivalem a X.

Logo, 4,129 . 106 . 103 é igual a 4,129 x 109. Portanto, o cálculo que nos dá a resposta certa está contido na alternativa c.

3.

Alguns exames médicos requerem uma ingestão de água maior do que a habitual. Por recomendação médica, antes do horário do exame, uma paciente deveria ingerir 1 copo de água de 150 mililitros a cada meia hora, durante as 10 horas que antecederiam um exame. A paciente foi a um supermercado comprar água e verificou que havia garrafas dos seguintes tipos:

Garrafa I: 0,15 litro

Garrafa II: 0,30 litro

Garrafa III: 0,75 litro

Garrafa IV: 1,50 litro

Garrafa V: 3,00 litros

A paciente decidiu comprar duas garrafas do mesmo tipo, procurando atender à recomendação médica e, ainda, de modo a consumir todo o líquido das duas garrafas antes do exame. Qual o tipo de garrafa escolhida pela paciente?

a) I

b) II

c) III

d) IV

e) V

A questão fornece os dados necessários e pede apenas que um cálculo simples seja precedido de um raciocínio lógico. A paciente deve ingerir 150 mililitros de água a cada meia hora, durante 10 horas. Isso significa dizer que ela deve beber 300 mililitros por hora. No total, durante todo o período de 10 horas, ela beberá 3.000 mililitros. Fazendo a conversão, a paciente deve ingerir, portanto, 3 litros de água. Como ela deseja comprar duas garrafas do mesmo tipo, precisará dividir essa quantidade ao meio: 1,5 litro por garrafa. Tem-se, assim, a resposta certa, alternativa d.

Planejamento: O estilo de questão do Enem
Planejamento: O estilo de questão do Enem
O Enem apresenta muitas questões baseadas na competência leitora do aluno, ou seja, na sua capacidade de entender o que leu e selecionar as informações. Com uma leitura atenta é possível resolver diversos exercícios. Para fazer o Enem, a primeira coisa a saber é que o exame cobra do aluno a “competência leitora”, ou seja, a capacidade de entender […]

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