PIB do Brasil cresceu 2,2% em 2022. Entenda a importância

Produto Interno Bruto é a soma do resultado financeiro de todas as atividades econômicas do país e se divide entre agropecuária, indústria e serviços.

Da redação
O Produto Interno Bruto do Brasil (PIB) cresceu 2,9% em 2022. Esse é o número central da economia brasileira, pois é o principal termômetro das atividades econômicas no país – e foi positivo. Ele foi anunciado em 2 de março pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão do estado brasileiro responsável por medir a produção econômica e o trabalho dos brasileiros, bem como por identificar e analisar o território nacional, além de contar e mostrar como vive a população do país.

O que é o PIB
O PIB é a soma do conjunto das atividades econômicas de um país, estado ou município em certo período de tempo, geralmente medido em um ano. Em outras palavras, o PIB do Brasil é o valor financeiro resultante do trabalho do conjunto dos brasileiros: em 2022, ele somou R$ 9,9 trilhões.
A metodologia de cálculo do PIB divide a economia em três setores: a agropecuária, a indústria e os serviços (que incluem o setor dos bancos, do comércio, dos transportes e comunicações, entre outros). A contribuição de cada qual para o PIB de 2022 foi, aproximadamente, de 8% para a agropecuária, 24,5% para a indústria e 67,5% para os serviços. Nas últimas décadas, com o desenvolvimento dos setores digitais e financeiros, o
setor de serviços tem crescido a sua participação no PIB, não só no Brasil, mas em todo o mundo.

Crescimento em 2022
O resultado anunciado em março mostra um crescimento da atividade econômica do Brasil pelo segundo ano consecutivo. Em 2021, o crescimento havia sido de 5%. Veja no gráfico abaixo a variação do PIB nos últimos 20 anos. Note que houve um crescimento forte até 2011, uma queda ou estagnação entre 2015 e 2020 e uma retomada recente do crescimento.
Quando a economia entra em crise e a atividade econômica diminui, isso se chama recessão (no gráfico, o número aparece negativo), e se traduz na vida cotidiana das pessoas pelo aumento no desemprego, pela queda de renda e pelo fechamento de empresas.

TABELA

Maiores economias
Quando falamos de potências econômicas, como os Estados Unidos, países da Europa ou, nos últimos tempos, a China, a questão é de realidade: a presença de produtos chineses ou americanos pelo mundo fala por si. Mas quando vamos para o terreno dos números, quando queremos fazer uma comparação entre diferentes economias, adotamos como base o PIB de cada uma. A instituição que é referência para esse cálculo internacionalmente é o Banco Mundial. A última análise fechada pelo órgão é a do PIB dos países em 2021, que aponta os Estados Unidos como a maior economia do planeta, a China como a segunda, e o Brasil como 12ª. Há alguns anos, o Brasil era um dos top 10. Veja a lista das 15 maiores economias do
mundo.

TABELA

Note que o Banco Mundial trabalha com o PIB em dólares. Por isso, o total do PIB brasileiro, calculado originalmente pelo IBGE em reais, tem de ser convertido para dólares, seguindo uma metodologia própria. Isso ocorre com todos os países, para que as economias possam ser comparadas.
Olhando-se a tabela, chama atenção a proximidade entre a China, a economia que mais cresceu nas últimas décadas, com a dos Estados Unidos, a principal potência econômica desde a 2ª Guerra Mundial (1939-1945). Outro ponto de atenção é para a União Europeia, que, na prática, possui uma economia muito integrada e importante: somando-se os PIBs apenas dos países-membros presentes na tabela acima (Alemanha, França, Itália e Espanha), temos um PIB de US$ 10,8 trilhões. No total de seus 17 países, o PIB de 2021 da União Europeia foi de US$ 17,2 trilhões, muito próximo ao da China.

PIB per capita
É importante saber que, se o PIB mostra a grandeza da economia dos países, e sua variação demonstra se a economia está crescendo ou reduzindo, para sabermos a qualidade de vida de uma população é preciso de mais instrumentos de medição. Um medidor importante é o PIB per capita, ou seja, “por cabeça”, que é a divisão do Produto Interno Bruto pelo total da população de um país. O mesmo Banco Mundial faz esse cálculo com base no PIB de 2021. Aí, o Brasil não está bem na fita: fica na 84º colocação entre os países, com uma baixa renda de US$ 7.500 por ano para cada brasileiro, em média. Considerando-se a América Latina, nosso país está atrás de Uruguai, Chile, Venezuela, Argentina e México. Como esse número é uma média entre todos os habitantes de cada país, não leva em conta a desigualdade de renda que há entre brasileiros ricos e pobres. Para medir essa desigualdade, há outros indicadores, como o índice de Gini, que calculam a concentração de renda. Eles mostram que o Brasil é um dos países com maior desigualdade de renda, fato que você pode verificar no dia a dia de nossas ruas.

Veja mais: https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php