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PIB: Uma crise aguda e prolongada

A queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pelo segundo ano consecutivo mergulhou o país na pior recessão de sua história. Recuperação iniciada no primeiro trimestre pode ser afetada pela crise política 

QUEDA NAS VENDAS: Movimento fraco em rua comercial do centro de São Paulo, às vésperas do Natal de 2016: reflexo da recessão ()

Em junho, a economia brasileira recebeu uma boa notícia: após oito trimestres consecutivos de queda, o Produto Interno Bruto (PIB) voltou a crescer, ainda que timidamente. Nos primeiros três meses de 2017, a economia  aumentou 1% na comparação com o trimestre anterior. O resultado foi puxado pelo desempenho da agropecuária, que, com safras recordes de grãos, garantiu um crescimento de 13,4%.

Apesar de ter sido comemorado pelo governo, esse resultado está longe de espantar a crise: o Instituto Brasileiro de Geografa e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo do PIB, afirma que ainda é cedo para cravar o fim da recessão. Afinal, não há sinais claros de que o crescimento tenha atingido vários setores de economia e que esse desempenho projete uma rota sustentável – características que os analistas afirmam ser essenciais para encerrar o ciclo recessivo.

A grave e persistente crise econômica enfrentada atualmente pelo Brasil continua sendo facilmente sentida no dia a dia, seja para fazer compras, seja para obter um empréstimo ou conseguir um emprego. Para embasar melhor essa percepção, alguns dados nos ajudam a dimensionar a gravidade da situação. O atual ciclo recessivo teve início em 2014 e atingiu seu ápice em 2016. A queda de 3,6% do PIB no ano passado confirmou que o Brasil passa pela pior
recessão de sua história. Embora o país já tenha enfrentado outras situações de crise até mais graves do que esta, foi a segunda vez que o PIB retraiu por dois anos consecutivos – em 2015, a retração tinha sido de 3,8%. Antes, apenas no período 1930/1931 isso havia ocorrido.

Entre 2014 e 2016, a economia brasileira encolheu 9%. Em termos  práticos, isso significa que o país perdeu 466 bilhões de reais no período. Comparativamente, o valor nominal do PIB de 6,266 trilhões de reais está no mesmo patamar do terceiro trimestre de 2010. Embora a economia tenha avançado 1% no primeiro trimestre de 2017, ainda é cedo para decretar o fim da crise. Além disso, levará anos para que o Brasil consiga recuperar o prejuízo e retomar o ritmo de crescimento da década passada – para se ter uma ideia, em 2010, o PIB teve um aumento de 7,5%.

COMO O PIB É CALCULADO

O PIB é a principal medida usada para avaliar o tamanho da economia de um país, sua evolução no tempo e compará-la com outras nações. Ele representa a soma do valor de todos os bens e serviços produzidos, distribuídos e consumidos em uma região em um determinado período.

Há duas formas de mensurar o valor bruto do PIB, ainda que por qualquer uma delas o resultado será o mesmo. A diferença é que elas apontam diferentes aspectos da atividade econômica. Na chamada ótica pela oferta, o cálculo é simples: basta somar o valor daquilo que é produzido e, portanto, ofertado pelos três grandes segmentos: indústria (produção de bens), serviços (que agrega comércio, transportes e educação) e agropecuária (cultivo agrícola e criação de animais). Esse método permite analisar o desempenho de cada área da economia.

Já na ótica pela demanda, leva-se em consideração o outro lado da moeda, ou seja, tudo o que é gasto no Brasil. Ele soma o consumo das famílias em bens e serviços, os investimentos das empresas, os gastos do governoo saldo da balança comercial (tudo o que o país exportou menos o que importou). Por esse modelo é possível estudar o  comportamento do consumidor, a disposição das empresas em apostar ou não em expansão, vigiar a gastança governamental e entender como andam as relações comerciais do Brasil com o exterior.

Na análise atual do PIB brasileiro, dizemos que o país está em recessão. Quando o PIB não cresce ou encolhe por dois trimestres consecutivos, costuma-se dizer que o país está em “recessão técnica”. É baseado nessa interpretação que o governo comemorou o fim da recessão no primeiro trimestre deste ano. No entanto, muitos analistas consideram um equívoco condicionar o fim da recessão ao crescimento do PIB. De modo geral, a recessão indica uma retração generalizada no nível da atividade econômica por um longo período. Como o país vem de oito trimestres consecutivos de retração, com alta do desemprego e queda prolongada da produção e do consumo, o  crescimento de 1% verificado nos primeiros três meses de 2017 seria insuficiente para caracterizar o fim da recessão.

O DESEMPENHO EM 2016

Para entender como o desempenho do PIB e a crise econômica se relacionam, vale a pena analisar o que aconteceu em 2016. A queda do PIB no ano passado foi generalizada. Os três segmentos que compõem o indicador tiveram retração: 6,6% na agropecuária, 3,8% na indústria e 2,7% em serviços. Desde 1996 os três setores não caíam juntos no mesmo ano.

Em economia, seus diversos elementos estão relacionados, de forma que o mau desempenho em uma atividade, setor ou componente pode influenciar os demais, criando o efeito de uma bola de neve. Podemos começar pela taxa de investimento, que é o valor despejado na economia pelas empresas. Esse indicador geralmente reflete a  percepção das empresas sobre o cenário econômico. Se não há expectativa de que mais pessoas passarão a comprar o produto que fabrica, dificilmente uma empresa irá investir na aquisição de equipamentos ou ampliar sua produção. Em 2016, a taxa de investimento foi a mais baixa da série histórica iniciada em 1996: 16,4% do PIB. Atingida em cheio pela Operação Lava Jato, a construção civil, que responde por metade dos investimentos no país, foi a principal responsável pela queda.

Consequentemente, em um cenário em que faturam menos, as empresas reduzem seus gastos, cortando despesas e postos de trabalho. O número de vagas fechadas, que vinha subindo desde 2013, acentuou-se no ano passado. No primeiro trimestre de 2016, o desemprego atingia 7,6% da população economicamente ativa. Um ano depois, o índice subiu para 13,7%, o que representa 14,4 milhões de desempregados.

Por sua vez, como decorrência direta do aumento do desemprego, há um encolhimento geral das finanças pessoais. O volume de poupança caiu de 14,4% do PIB em 2015 para 13,9% em 2016. A queda na renda da população também pode ser medida pelo PIB per capita, que é a divisão da soma das riquezas produzidas pelo número de habitantes. É como se pegássemos tudo o que foi produzido no ano e dividíssemos igualitariamente para todos os brasileiros. Com PIB em queda e população crescendo, obviamente o que caberia a cada um diminuiu. Ao considerar os índices econômicos de 2014 a 2016, o PIB per capita caiu 9,1%, o que revela um empobrecimento da população.

Por fim, a recessão não poderia deixar de atingir também as finanças do governo federal. Afinal, quando as empresas fecham ou diminuem a produção e as vendas, menos elas contribuem para a Receita Federal. Para você ter uma ideia de como a queda do PIB atingiu as contas públicas, em 2016 a receita composta pela arrecadação do tesouro, da Previdência e do Banco Central ficou em 1,1 trilhão de reais – retração de 4,1% ante 2015, a maior dos últimos seis anos.

A RETRAÇÃO EXTERNA, O DESCONTROLE DAS CONTAS PÚBLICAS E A CRISE POLÍTICA NO BRASIL AGRAVARAM A RECESSÃO

A CONJUNTURA DA CRISE

A longa recessão brasileira tem origem na crise internacional de 2008, mas também contribuíram para intensificá-la decisões tomadas na condução da economia do Brasil. No cenário externo, os países tiveram que reduzir a compra de commodities, como petróleo, produtos agropecuários não industrializados e minérios. Além da queda do volume de compra, o preço desses itens também despencou, já que a procura diminuiu. Isso atingiu em cheio a economia brasileira, muito dependente da exportação de minérios e soja. As vendas externas do Brasil caíram de 242 bilhões de dólares em 2013 para 185 bilhões de dólares em 2016, baixa de 23,6% em três anos.

No âmbito interno, o governo adotou uma série de medidas de estímulo ao consumo para enfrentar os efeitos da crise mundial. Entre outras ações, o governo reduziu as taxas de juros, cortou impostos, concedeu desonerações fiscais a alguns setores da economia e incentivou a liberação de crédito aos bancos públicos para  financiar o desenvolvimento. Com tudo isso, a economia não perdeu fôlego e o país passou sem sustos pela travessia dos primeiros anos após a crise de 2008.

O problema foi que essas ações, mantidas no longo prazo, mostraram-se ineficazes. Apesar de o estímulo ao consumo ter beneficiado milhões de famílias, que tiveram acesso a bens e serviços antes inalcançáveis a elas, o movimento impactou a inflação e provocou altas taxas de inadimplência. Isso aumentou o endividamento tanto das famílias quanto das empresas.

A redução de impostos para diversos setores industriais, com o objetivo de diminuir o preço final dos produtos para o consumidor, como carros, eletrodomésticos e materiais de construção,também contribuiu para um desajuste econômico. De modo geral, o aumento dos gastos sem a necessária contrapartida da elevação da arrecadação abalou as contas públicas. O resultado primário do orçamento, ou seja, a diferença entre o que o país arrecada e o que gasta, descontando o pagamento com os juros da dívida, vem sendo deficitário desde 2014. Quando ocorre déficit, aumenta a desconfiança na capacidade do governo em honrar seus compromissos, e pessoas físicas e empresas têm dificuldade em conseguir empréstimos. Tudo isso tem um impacto negativo na economia e, consequentemente, no PIB.

Por fim, mas não menos relevante, a crise política também contribuiu com a retração econômica. Num ambiente de incertezas institucionais, as empresas diminuem o ritmo de seus investimentos com o objetivo de evitar correr riscos que possam abalar seus negócios. E, nesse aspecto, o ano de 2016 foi particularmente complexo, com o desmanche do governo Dilma, um conturbado processo de impeachment que levou vários meses e as expectativas sobre como seria a gestão do novo presidente, Michel Temer.

PERSPECTIVAS PARA 2017

Empossado interinamente em maio de 2016, e confirmado na presidência após a consumação do processo de impeachment em agosto, Temer ancorou sua gestão em um conjunto de reformas com o objetivo de equilibrar as contas públicas. Para conter a dívida pública e devolver o equilíbrio aos cofres do governo federal, foi aprovada uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos do governo por 20 anos, limitando sua expansão à variação da inflação.

Nessa mesma linha, o governo atuou para votar as reformas trabalhista e da Previdência. A primeira visa a alterar a legislação do trabalho para flexibilizar a contratação, a manutenção e a dispensa dos funcionários. O objetivo é tornar menos custosa a folha de pagamento e aumentar a produtividade empresarial. A segunda muda as regras de pensões e aposentadorias para tentar combater o déficit previdenciário. A reforma trabalhista foi aprovada em julho e a da Previdência está em trâmite no Congresso.

Todo esse conjunto de reformas é veementemente contestado pela oposição e por movimentos sociais, para quem as medidas afetam os interesses dos trabalhadores e reduzem a capacidade do governo de fornecer serviços públicos essenciais à população mais desfavorecida e vulnerável . O governo, no entanto, alega que as reformas são essenciais para a recuperação gradual da economia.

Mesmo com o crescimento do PIB verificado no primeiro trimestre de 2017, é difícil prever como a economia irá se comportar até o final do ano. O mais recente capítulo da crise política, deflagrada com as denúncias de corrupção feitas pela JBS contra Temer, tem potencial para estancar o tímido crescimento apontado no primeiro trimestre. Em um ambiente de incertezas e possibilidades de riscos, as empresas voltam a diminuir suas expectativas e evitar investimentos que poderiam finalmente alavancar o crescimento do PIB. E, dessa forma, a economia brasileira tende a atravessar 2017 ainda sob os mares revoltos de uma crise que parece não ter fim.

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RETRATAÇÃO NA INDÚSTRIA É REFLEXO DA CRISE ECONÔMICA E DE FATORES CONJUNTURAIS

VELOCIDADE REDUZIDA Operários trabalham na fábrica da Nissan, em Rezende (RJ) ()

Se o setor industrial já passava por um preocupante processo de retração nos anos anteriores, a situação piorou em 2016 com o encolhimento de 3,8% da indústria nacional. O prolongamento do quadro de crise econômica abalou a confiança tanto de empresários quanto de consumidores. Cautelosas com a situação da economia, as fábricas reduziram gastos e adiaram investimentos.

No ano passado, o nível de máquinas e instalações brasileiras desativadas atingiu 24% do parque industrial. Foi o  pior índice em 13 anos, quando a Confederação Nacional da Indústria (CNI) criou o indicador. Isso significa demissões, menor consumo de itens primários pela indústria e menos produtos nas prateleiras.

O lado mais perverso nesse processo de retração é que o desempenho da indústria influencia todos os setores da economia. Máquinas e equipamentos sofisticados aumentam a produtividade da agropecuária. Itens industrializados com preços acessíveis ampliam as possibilidades de vendas do comércio. Além disso, os produtos precisam ser levados até o consumidor final, o que faz girar a imensa roda da logística.

O desenvolvimento industrial também estimula segmentos da área de serviços, como os de pesquisa tecnológica e de design e desenvolvimento de produtos, muitas vezes realizados por empresas especializadas. Outro aspecto importante é que uma indústria que atenda às necessidades da população reduz a necessidade de  importações, melhorando o resultado da balança comercial do país.

PROTECIONISMO

Um fator que atingiu a indústria foi a retirada de benefícios que permitiram ao setor reduzir o impacto da crise econômica mundial a partir de 2009. Naquela época, o governo federal adotou incentivos, como redução de impostos e  desoneração da folha de pagamento de dezenas de setores industriais. Mas, com o aumento da dívida pública e a necessidade de equilibrar as contas, em 2015 foi aprovado um ajuste fiscal que continha, entre outras medidas, o fim da redução do Imposto sobre  Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis e da desoneração fiscal. Um efeito imediato disso foi o fechamento de 1,4 milhão de vagas nas fábricas no primeiro semestre de 2016.

Esse ponto reforça uma queixa frequente dos empresários ante a pouca disposição do governo em proteger a indústria nacional da concorrência externa, prática conhecida como protecionismo. Ele consiste em oferecer vantagens ao produto local em relação ao importado pela redução ou isenção de impostos para o item produzido aqui. Ou o contrário, pelo aumento da taxação, limitação de volume de compras ou mesmo proibição de entrada de importados.

OS SETORES INDUSTRIAIS

Indústrias de bens de produção também chamadas de pesadas, de transformação ou de base, são as que  reparam produtos brutos para servir como matérias-primas de outros ramos industriais. Podem ser extrativas ou de bens de capital.

Indústrias extrativas retiram produtos da natureza sem mudar suas características originais, como as  mineradoras, as de extração de petróleo ou as madeireiras.

Indústrias de bens de capital transformam produtos da indústria extrativa em bens semimanufaturados para as indústrias de bens intermediários e de bens de consumo. Entre elas estão as petroquímicas, que do petróleo produzem matéria-prima para o fabrico de plástico, por exemplo.

Indústrias de bens intermediários produzem equipamentos ou produtos manufaturados para as indústrias de bens de consumo, como as fábricas de máquinas industriais ou as fabricantes de peças de automóveis.

Indústrias de bens de consumo fabricam itens para o mercado consumidor. São divididas em de bens duráveis (carros, eletrodomésticos), semiduráveis (roupas, celulares) ou não duráveis (alimentos, medicamentos).

Em 2016, por exemplo, o governo reduziu o percentual obrigatório de equipamentos e serviços brasileiros para licitação de exploração de petróleo e gás. Na esteira dessa decisão, a indústria teme que a medida possa ser estendida a outros ramos. Medidas de proteção da produção local também poderiam ajudar a enfrentar os preços praticados pelas indústrias de países como a China, por exemplo, que consegue colocar no mercado itens muito mais baratos do que os similares nacionais.

O protecionismo vem crescendo em todo o mundo, o que também dificulta a entrada de produtos brasileiros em outros mercados. O tema ganhou ainda mais protagonismo após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos (EUA) e seu discurso em favor de medidas protecionistas para proteger as indústrias norte- americanas e contra o livre-comércio.

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FATORES ESTRUTURAIS

O encolhimento da indústria nacional não é um fenômeno recente. Em 1980, o setor correspondia a 40,9% do PIB, mas essa participação foi diminuindo, em velocidade maior, no período mais recente. A fatia do setor industrial, que era de 27,2% em 2010 caiu para 22,7% em 2015. A participação da indústria de transformação, na casa dos 21,6% em 1985, despencou mais de 10 pontos percentuais em 30 anos, e atingiu 11,4% no ano passado, mesmo patamar de  1947.

Somadas à conjuntura de crise econômica, decisões tomadas nos últimos anos na condução da economia nacional contribuíram para agravar o cenário. Entre elas, impostos pesados, altas taxas de juros, câmbio sobrevalorizado e falta de infraestrutura em portos, rodovias e aeroportos elevam o preço dos produtos manufaturados brasileiros, o que influencia diretamente na perda de competitividade e de mercados no exterior.

O SETOR DE SERVIÇOS

Um dos efeitos da estagnação da indústria é a migração de operários para o setor de serviços. Segundo o IBGE, o setor de serviços responde atualmente por 73,3% do PIB, ante 21,2% da indústria e 5,5% da agropecuária.

Quando a economia cresce, as fábricas atraem profissionais de outros segmentos, pois oferecem melhores salários e mais  benefícios. Mas, a partir de 2014, com o início da recessão econômica, o fluxo mudou de sentido. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, naquele ano mais de 14.671 pessoas perderam seus postos na indústria e foram parar em áreas como transportes, intermediação financeira, imobiliárias e serviços domésticos, entre outros. Essa tendência se manteve nos anos seguintes. Com isso, o país perde mão de obra capacitada, que em muitos casos leva anos para ser formada, que vai atuar em áreas de menor especialização.

RESUMO – PIB

PIB: O Produto Interno Bruto é a soma de toda a riqueza produzida em um lugar em certo período de tempo. Em geral, é a medida da produção de um país durante um ano, sendo a principal referência para medir o tamanho de uma economia.

QUEDA: Em 2016, o PIB recuou 3,6%. Foi o segundo ano consecutivo de queda – em 2015, a retração havia sido de 3,8%. Setorialmente, as quedas foram de 6,6% na agropecuária, 3,8% na indústria e 2,7% em serviços. Desde 1996 os três setores não caíam juntos num mesmo ano.

RECESSÃO: Quando o PIB não cresce ou encolhe por dois trimestres consecutivos, costuma-se dizer que o país está em “recessão técnica”. No caso brasileiro, o PIB acumulou oito trimestres de queda.

CAUSAS: A recessão tem origem na crise internacional de 2008, que afetou as exportações brasileiras de commodities. Internamente, as medidas de estímulo econômico para lidar com a crise incentivaram o consumo, mas, no médio prazo, provocaram endividamento das famílias e das empresas e afetou as contas públicas. O agravamento da crise política também produziu efeitos negativos na economia.

INDÚSTRIA: O setor industrial registrou queda de 3,8% em 2016, o que impactou toda a cadeia econômica. No ano passado, o nível de máquinas e instalações brasileiras desativadas atingiu 24% do parque industrial. Foi o pior índice em 13 anos.

PROTECIONISMO: Consiste em oferecer vantagens ao produto local em relação ao importado. Em geral, dá-se pela redução ou isenção de impostos para o item produzido aqui ou pelo aumento da taxação, limitação de volume de compras ou mesmo proibição de entrada de importados.

DESINDUSTRIALIZAÇÃO: É um processo em que a indústria perde relevância na economia. Em 1980, o setor correspondia a 40,9% do PIB, mas só caiu desde então. A fatia do setor industrial, que era de 27,2% em 2010, caiu para 22,7% em 2015.

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