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Genética – Benefícios e riscos de alterar os genes: Surgem novas promessas para a terapia gênica. Mas a ética impõe seus próprios limites

Benefícios e riscos de alterar os genes

A biotecnologia aumenta as possibilidades de manipulação do genoma para prevenir doenças. Mas muitos levantam barreiras éticas para o uso das novas ferramentas

Genética – Benefícios e riscos de alterar os genes: Surgem novas promessas para a terapia gênica. Mas a ética impõe seus próprios limites

ESPIRAL DA VIDA O DNA – guarda os genes que transmitem os códigos da vida. Mas a ciência ainda não sabe quais deles definem todas as características de cada um de nós

 

 A ciência da manipulação genética avança a passos cada vez mais acelerados. E, em paralelo, cresce a polêmica sobre os procedimentos de alteração do DNA, a macromolécula que, do núcleo celular, define as características hereditárias dos organismos unicelulares e pluricelulares. Um dos mais recentes episódios nesse assunto envolve a técnica CRISPR-Cas9, um método bem mais versátil e preciso do que os já empregados para a criação de organismos transgênicos, há anos usados na agricultura. O CRISPR-Cas9 emprega a enzima Cas9 para editar o DNA, cortando trechos defeituosos do genoma, que serão deletados e substituídos por uma nova sequência de genes do bem.
A grande promessa da nova metodologia é eliminar genes defeituosos, que podem levar a doenças transmitidas de geração a geração, como o mal de Huntington, um distúrbio neurológico que afeta os movimentos e as faculdades mentais. Pode possibilitar, ainda, o adestramento do sistema imunológico para prevenir o ataque de vírus como o HIV, causador da aids. De outro lado, cientistas temem que essa edição dos genes resulte numa casta de humanos customizados, com características como inteligência e aparência – o que criaria um novo tipo de injustiça, discriminação e desigualdade socioeconômica.

Os defensores da nova técnica alegam que não há o que temer com o novo sistema.

Recentemente, o Reino Unido autorizou o uso do CRISPR-Cas9 em pesquisas de laboratório. E pesquisadores chineses já alteraram o genoma de embriões humanos – apenas naqueles que apresentam alterações nos cromossomos que inviabilizam seu desenvolvimento. As pesquisas chinesas mostram que a técnica ainda está longe de ser um procedimento preciso e seguro o suficiente para aplicação prática. Em várias tentativas, a ferramenta não acertou o alvo, equivocando-se no trecho eliminado, ou desordenando a divisão celular.

Muitas características humanas são determinadas por genes de vários trechos do DNA, muitos deles ainda não localizados. Os microbiologistas ainda não conseguiram, por exemplo, identificar todos os trechos que contêm os genes responsáveis pela inteligência. Organismos geneticamente modificados e as leis da transmissão de características de pais para filhos são temas deste capítulo.

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Estudo
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