Gráficos: As diversas maneiras de representar a variação de grandezas
RENOVÁVEL Das hidrelétricas saem quase 13% do total de energia ofertada no Brasil. Num gráfico, essa proporção fica bem clara
Traços que valem por mil palavras
O plano cartesiano é a base de gráficos de barras e de linhas. Mas existem gráficos que dispensam os pares ordenados
Os gráficos são uma das maneiras mais fáceis de visualizar o comportamento de uma variável. Com eles, você percebe rapidamente a diferença entre quantidades, proporções entre valores e a evolução de uma variável ao longo do tempo. Por isso, muitos dados de pesquisas sobre economia, política, demografia e sociedade são apresentados na forma de gráficos.
Existem diversas maneiras de representar uma realidade em gráfico, dependendo do que se pretende mostrar. E um mesmo assunto pode render todos os tipos de gráficos. Por exemplo, em questões relativas a energia.
Matriz energética é o conjunto de fontes de energia de um país ou uma região, com a proporção entre a produção de diferentes fontes. A composição da matriz energética é importante para a discussão das questões relacionadas ao aquecimento global. Você sabe, a queima de combustíveis fósseis é uma das maiores causas do aumento na concentração de gases do efeito estufa.
O Brasil tem uma das matrizes mais equilibradas do mundo, com as fontes renováveis respondendo por cerca de 40% de toda energia ofertada no país. É renovável, por exemplo, a energia hidráulica – das águas de um rio –, que gera eletricidade nas hidrelétricas.
Acompanhe a seguir como o tema energia pode render diferentes gráficos.
Gráfico de setores
Lembra uma pizza fatiada. Mostra a proporção entre valores, que podem ser dados em número absoluto ou em porcentagem. O tamanho de cada fatia (setor) é proporcional ao valor por ela representada. E essa proporção é definida pelo ângulo.
O gráfico mostra a participação de diferentes fontes de energia na matriz energética brasileira. A maior parte da energia ofertada no país vem do petróleo (39,5%). A energia de fonte hidráulica (das hidrelétricas) representa 12,5% do total das fontes. Então, no gráfico, essa fatia deve medir o equivalente a 12,5% da circunferência total. Veja como esse tamanho foi calculado:
- Uma circunferência completa tem 360°;
- Para a fatia de 12,5%, simples regra de três:
360° – 100%
x – 12,5%
x = 360 . 12,5 / 100 → x = 45°
Gráfico de barras
Ideal para comparar o comportamento de uma variável em diferentes situações. As barras, verticais ou horizontais, são desenhadas sobre valores de dois eixos, como o plano cartesiano.
O gráfico mostra a participação de cada fonte de energia nos anos 1971, 2004 e 2030. No eixo x estão os anos; no y, os valores em toneladas equivalentes de petróleo (teps). Cada cor nas barras representa uma fonte da matriz de energia. Repare que o total de energia que se prevê seja consumida pelo mundo nos anos 2030 é praticamente três vezes maior do que em 1971. Note também que, apesar do aumento na oferta das fontes renováveis, a participação dos combustíveis fósseis triplica entre 1971 e 2030.
Gráfico de linhas
Outra maneira de mostrar a evolução de uma variável ao longo do tempo é por gráficos de linhas. Como exemplo, veja ao lado.
O gráfico mostra a produção total de gás natural nos Estados Unidos (EUA) e a participação das principais fontes desse gás. Como o petróleo, o gás natural é um combustível fóssil. Recentemente, os EUA incrementaram a exploração do gás de xisto – uma rocha sedimentar formada da decomposição de matéria orgânica.
A linha vermelha indica que a produção total de gás natural subiu 15% entre 2007 e 2011. Mas as demais linhas mostram que a produção de gás de todas as fontes caiu, ou permaneceu no mesmo patamar, entre os quatro anos. A exceção é a linha azul, de gás de xisto, que sobe em participação. Podemos concluir, então, que o aumento na produção de gás nos EUA se deveu à extração do xisto.