Internacional: África O continente que depende das exportações de matérias primas e é afetado pela queda internacional dos preços
Perda de valor. Refinaria de petróleo em Port Harcourt, na Nigéria: queda dos preços mundiais afeta a África.
Altamente dependente das exportações de produtos primários, a África sofre o impacto da queda nos preços das commodities
Desde o início deste século, a África vem apresentando um robusto crescimento econômico. Esse bom desempenho é creditado principalmente à forte demanda internacional pelos produtos primários que o continente exporta – as chamadas commodities, que são minérios, petróleo e produtos agropecuários.
As altas taxas de crescimento, muito acima da média mundial, criaram a expectativa de que a África pudesse iniciar um ciclo de prosperidade capaz de reduzir o quadro de miséria. O continente é o mais pobre do mundo. Assolado por conflitos armados e doenças epidêmicas, a África ostenta os piores indicadores sociais do planeta.
Essa escalada econômica, contudo, sofreu um abalo em 2015. A culpa é da brusca queda no preço das matérias- primas, que afetou diretamente as exportações e, consequentemente, a entrada de dólares em vários países do continente. Esse novo cenário poderá também reduzir os investimentos estrangeiros na África, que abundaram na década passada. Diante dessa situação, o Banco Mundial reduziu sua previsão para o crescimento do PIB do continente. Na África Subsaariana, a região ao sul do Deserto do Saara e que concentra a maior parte dos países, os cálculos da entidade projetam um crescimento de 3,4% em 2015, abaixo dos 4,6% registrados no ano anterior.
O boom econômico
O recente “boom econômico” da África foi impulsionado pela cobiça de diversos países por seus recursos naturais. Estima-se que os campos petrolíferos africanos possam conter mais de 130 bilhões de barris, quase 9% das reservas mundiais. Além disso, o continente é rico em minerais raros, entre os quais ouro, diamante, estanho, cobalto, níquel, cromo, nióbio e tântalo. A exportação de minerais valiosos é o motor econômico de países como África do Sul, República Democrática do Congo (RDC), Tanzânia, Zâmbia e vizinhos. A produção agrícola no continente, farto em terras aráveis, também atrai o interesse internacional e investimento tanto para produzir alimentos quanto para biocombustíveis.
A corrida por esses recursos atraíram vultosos investimentos de corporações e transnacionais dos Estados Unidos (EUA) e da Europa, além de nações emergentes da Ásia. Desde os anos 1990, a China é a potência que mais investe na África. Os chineses desenvolvem projetos de infraestrutura de ferrovias, portos, rodovias, mineração, hidrelétricas, petróleo e gás natural em mais de 30 nações do continente. Desde a virada do século em 2000, o comércio da China com os países africanos cresceu quase 20 vezes, chegando a 179 bilhões de dólares em 2015. Hoje, o gigante asiático é o principal parceiro comercial do continente, superando os norte-americanos.
Durante os anos 2000, a maioria dos países africanos foi beneficiada pela valorização das commodities. Foi um período de elevado crescimento das exportações da África, que passou a abastecer os sedentos mercados das economias emergentes. Com o aumento da demanda, os preços desses produtos dispararam no mercado internacional. Dessa forma, a África foi duplamente beneficiada: exportando quantidades cada vez maiores, e a preços crescentes. Segundo o Banco Africano de Desenvolvimento, na década passada as exportações do continente dobraram para a Europa, quadruplicaram para os países de economias emergentes e cresceram 12 vezes para a China.
Nesse período, os governos africanos fizeram privatizações e passaram também a investir em parcerias com corporações e governos estrangeiros, em grandes empreendimentos de médio e longo prazo. O boom econômico também impulsionou a construção civil, a urbanização e o consumo, transformando a África em um dos mercados mais quentes da globalização em potencial de crescimento em negócios e lucros. O Produto Interno Bruto (PIB) do continente cresceu a uma taxa superior a 5% ao ano, e superior a 9% em alguns países. Segundo estimativa de órgãos de investimento, a urbanização cresce a uma taxa de 3% ao ano e, somado ao crescimento da renda, o continente ganhou 221 milhões de novos consumidores até 2015.
Desaceleração econômica
Quando a crise econômica mundial eclodiu nos EUA e Europa em 2008, a África também sofreu o impacto, mas os investimentos foram mantidos, e o continente continuou a receber os recursos estrangeiros. Porém, após cinco anos de preços baixos e vendas em quantidades menores, a desvalorização das commodities parece ser um cenário mais duradouro do que o previsto, principalmente porque a China também diminuiu substancialmente as importações da África– uma queda de 39% em 2015.
Na avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI), os governos estão ficando com poucos recursos, e os investimentos tenderão a diminuir se não houver recuperação dos preços para exportar. A queda do preço dos barris de petróleo, a principal commodity mundial, é um dos fatores que têm forte impacto sobre a taxa geral de crescimento do continente. Isso porque o produto representa 60% do valor total exportado pela África. Também registraram expressiva queda de valor no mercado nos últimos anos itens importantes da pauta de exportação do continente, como minério de ferro, cobre, borracha e algodão.
A expansão prevista pelo Banco Mundial de 3,4% na economia da África Sub-saariana está longe de ser inexpressiva – afinal, as taxas de crescimento do PIB ainda mantêm-se positivas. A questão que o ritmo do boom econômico africano não deverá ser mais o mesmo da década passada por algum tempo. E o impacto é forte levando-se em conta que a região tem uma base econômica muito pequena, com um PIB de 2,4 trilhões de dólares em 2014 – equivalente aos valores do Brasil.
Os esforços internacionais e dos governos locais para o combate conseguiram reduzir o número de novos casos de contaminação em 41% de 2001 a 2014, mas essa continua a ser a região mais contaminada do mundo, com estimativa de 1,4 milhão de novos casos apenas em 2014. Também são endêmicas na região a malária, o sarampo e a tuberculose. A partir do final de 2013, os países do oeste foram vítimas do pior surto de ebola já registrado. Ele atingiu particularmente Guiné, Libéria e Serra Leoa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram mais de 28 mil casos e 11.316 mortes até fevereiro de 2016.
Com um nível de industrialização baixo, a África não consegue exportar produtos manufaturados.
Dependência de commodities
Essa desaceleração na economia africana é consequência de um modelo baseado na excessiva dependência das commodities. Nos últimos anos, a maioria dos países africanos diversificou muito pouco suas estruturas econômicas. Dessa forma, mantêm-se vulneráveis às oscilações dos preços desses produtos primários. Como o nível de industrialização é muito baixo, os países africanos não conseguem produzir manufaturados, que possuem maior valor de mercado. Segundo a Comissão Econômica das Nações Unidas para a África (Uneca, na sigla em inglês), a contribuição do setor industrial para a economia do continente caiu de 12% em 1980 para 11% em 2013.
A maior crítica que se faz a esse modelo de desenvolvimento é que, apesar das taxas elevadas de crescimento nas duas últimas décadas, a pobreza continua elevada. Os grandes beneficiados são as empresas estrangeiras e muitos analistas veem essa relação econômica como uma nova forma de colonização devido ao grau de dependência da economia e à exploração da natureza e da população. Além disso, os regimes ditatoriais duradouros, a corrupção e a fragilidade das instituições políticas impedem a distribuição justa dos recursos proporcionados pelas riquezas naturais.
Mas alguns países estão conseguindo aproveitar o boom econômico para expandir suas indústrias, focando em setores estratégicos e em parcerias com as grandes economias emergentes. São os casos de Etiópia, Tanzânia, Ruanda e Gana. Moçambique é destacado pelo FMI como o de desenvolvimento recente mais promissor. Apenas de 2006 a 2009, o número de indústrias cresceu 62% (de 1.881 para 3.061). Em 2016, o país tem dez megaprojetos em construção, em eletricidade, gás e minérios.
As duas Áfricas
Em termos geográficos e humanos, o continente africano apresenta duas grandes regiões: a África Setentrional e a África Subsaariana. O limite natural entre ambas é o Deserto do Saara, que ocupa um terço de todo o território africano. Imediatamente ao sul do deserto, há uma faixa semiárida conhecida como Sahel, que faz parte da África Subsaariana.
• A África Setentrional, ou norte da África, é formada por seis países (Egito, Líbia Tunísia, Argélia, Marrocos e Djibuti) que possuem clima desértico e população predominantemente árabe e bérbere (nômade).
• A África Subsaariana reúne 48 nações de população predominantemente negra, com hábitos, religiões e idiomas distintos dos encontrados no norte do continente. Apesar do recente desenvolvimento econômico nessa região, há evidências de que o progresso beneficia principalmente o conjunto mais abastado da população de cada país. A luta contra a pobreza ainda está longe de ser vencida. Quase metade dos africanos subsaarianos (46,8%) tinha renda inferior a 1,25 dólar por dia, em 2011.
Doenças
A África Subsaariana é assolada por doenças graves e epidemias, resultado da miséria, desnutrição e fome, falta de saneamento básico e estruturas de atendimento em saúde. A incidência de aids, responsável por pelo menos 1 milhão de mortos anualmente desde 1998, fez a expectativa média de vida diminuir cerca de 30 anos nos países mais afetados, como Botsuana, Lesoto, Suazilândia e Zimbábue. Em 2014, a África Subsaariana registrou cerca de 70% dos contaminados no mundo. Um em cada 20 adultos na região vive com o HIV, o vírus causador da doença.
Fronteiras artificiais
Os mapas abaixo mostram a diferença brutal entre as regiões étnicas e culturais da África e as fronteiras políticas impostas pelas potências coloniais. A atual divisão política dos países africanos é resultado da colonização europeia, entre os séculos XV e o XX, e foi definida com a Conferência de Berlim (1884-1885). As potências coloniais estabeleceram áreas de domínio e criaram fronteiras que atendiam aos próprios interesses, ignorando os territórios das tribos e das etnias nativas. As nações nascidas com a independência basearam suas fronteiras na divisão política colonial.
A África Subsaariana é a região em que a ONU concentra a maior parte de suas forças de paz, com 111 mil homens
A partilha do continente
Grande parte da pobreza e dos atuais confrontos na África tem origem na intervenção estrangeira. Desde o século XV, a África é subjugada e espoliada pelos europeus. Durante quase quatro séculos, Portugal, Espanha e Inglaterra levaram negros africanos escravizados para servir de mão de obra no continente americano. Estima-se que cerca de 12,5 milhões de africanos tenham desembarcado à força nas Américas. Só no Brasil, o número de negros escravizados foi de pelo menos 4 milhões.
No fim do século XIX, as potências europeias iniciaram uma nova corrida imperialista para controlar as matérias-primas e novos mercados da África para seus produtos manufaturados. Para resolver os desentendimentos, ocorreu a Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885, em que as principais nações europeias definiram uma partilha do continente e criaram fronteiras artificiais para suas colônias, sem levar em conta as diferentes etnias que vivem no território.
Após a II Guerra Mundial (1939-1945), o modelo colonial entrou em decadência, e cresceram os movimentos por independência nas colônias africanas. Em muitos casos, o processo de independência transcorreu sem guerras. Porém, nações colonizadas como Argélia (pela França), República Democrática do Congo (Bélgica) e Angola (Portugal) enfrentaram guerras duríssimas para conquistar a autonomia.
Conflitos
Criados artificialmente, os novos Estados reuniam diferentes grupos étnicos, com histórias e costumes distintos, carecendo de um autêntico sentimento de identidade e unidade nacional. Em pouco tempo, começaram violentas disputas pelo poder, golpes e ditaduras militares, que por sua vez suscitaram novas intervenções das grandes potências.
A África Subsaariana é a região em que a ONU concentra a maior parte de suas forças de paz. Em dezembro de 2015, atuavam em todo o continente nove missões armadas, somando 111 mil pessoas, em oito países: Mali, Libéria, Costa do Marfim, República Centro- Africana, República Democrática do Congo, Sudão, Sudão do Sul e Marrocos (Saara Ocidental).
Veja a situação atual de alguns países africanos abalados por conflitos internos.
NIGÉRIA Maior produtor de petróleo e mais populoso país da África, a Nigéria superou a África do Sul como maior economia do continente em 2013. Contudo, mais da metade de sua população vive na pobreza. As desigualdades na distribuição de renda e cultura entre o norte, de maioria muçulmana e mais pobre, e o centro-sul, com população cristã e animista, são motivos de conflito.
Conflitos étnicos e religiosos foram responsáveis por mais de 10 mil mortes entre 1999 e 2006. A tensão religiosa aumentou a partir de 1999, quando o estado de Zamfara, no norte, adotou a sharia, a lei islâmica. Em dois anos, essa lei passou a vigorar em 12 dos 36 estados nigerianos, todos no norte. Atualmente, o maior desafio das autoridades do país é combater o terrorismo do grupo Boko Haram, ligado ao Estado Islâmico, que pretende implantar no país um Estado islamita conservador. Os extremistas invadem aldeias, realizam genocídios e sequestram mulheres.
SUDÃO DO SUL Após uma guerra civil que durou meio século e deixou 2 milhões de mortos, o Sudão e o Sudão do Sul separaram-se em 2011. A indefinição sobre as fronteiras definitivas entre os dois países provoca atritos, principalmente por causa da província de Abyei, rica em petróleo, que fica no Sudão.
O controle pelas reservas petrolíferas do Sudão do Sul acirra as disputas entre o presidente Salva Kiir e o vice-presidente demitido por ele, Riek Machar. Em 2014, os confrontos entre os grupos ligados aos dois políticos transformaram-se em uma guerra civil que causou milhares de mortes e deslocamentos populacionais. Nos últimos meses de 2015, a ONU fez um apelo público de ajuda, pois 4 milhões de pessoas poderiam morrer de fome. Em fevereiro de 2016, o conflito no Sudão do Sul cessou, pois Salva Kiir aceitou reconduzir Riek Machar à vice-presidência, mas teme-se que o acordo não seja definitivo. Atuam entre os dois países três forças de paz da ONU.
SOMÁLIA Desde 1991, a Somália é palco de uma feroz disputa entre clãs rivais e, mais recentemente, entre milícias islâmicas radicais e o governo. A fragilidade do poder central facilitou a ação de piratas no Oceano Índico e no Mar Vermelho. Os terroristas do grupo Al Shabab, ligado à Al Qaeda, dominavam regiões ao sul, mas perderam terreno para as tropas oficiais. Em 2014, tropas do governo e da Amisom, a missão de paz da União Africana, lançaram ofensiva contra o Al Shabab, retomando várias cidades. Deslocado de suas bases, o grupo se reorganizou na fronteira com o Quênia, e passou a atacar aquele país, por apoiar o governo somali. No pior ataque em anos, em abril de 2015, o Al Shabab assassinou 147 estudantes em uma universidade no nordeste do Quênia.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO CONGO (RDC) Seis países (Angola, Uganda, Ruanda, Burundi, República Centro-Africana e Namíbia) e vários grupos guerrilheiros se envolveram na guerra civil da República Democrática do Congo (RDC), iniciada em 1998, motivada pela disputa por riquezas minerais. Após um frágil acordo de paz assinado em 2003, os confrontos irromperam com maior intensidade em 2008.
Quatro anos depois, a entrada do grupo M23, composto de antigos rebeldes que integravam o Exército, gerou mais instabilidade. Os conflitos armados são mais fortes na região leste (próxima à fronteira com Uganda e Ruanda), rica em minérios raros como ouro, estanho, cobalto, tântalo e nióbio. Em 2013, os 1.700 combatentes do M23 depuseram as armas e iniciaram conversações de paz.
Estima-se que cerca de 6 milhões de pessoas tenham morrido no conflito, o mais sangrento desde a II Guerra Mundial. Houve avanços na pacificação, mas cerca de 80 grupos rebeldes e milícias continuam a atuar no leste, onde exploram ilegalmente a mineração e se confrontam. Em 2016, atua no país a maior força de paz da ONU no mundo, com 22 mil pessoas. A RDC recebe investimentos da China em estradas de ferro para viabilizar a exportação de minérios por um porto no Atlântico.
MALI Situado no noroeste africano, essa ex-colônia francesa tem a parte norte do território ocupada pelo Deserto do Saara, onde diferentes grupos tuaregues armados lutam por autonomia. A partir de 2012, os tuaregues organizam-se no Movimento Nacional de Libertação de Azawad e tomam várias cidades no norte.
Na mesma região, atuam terroristas da Ansar Dine, braço da Al Qaeda no Magreb Islâmico, que pretende instaurar um estado islamita, e acentuam-se os conflitos armados entre tuaregues, terroristas e tropas federais, todos contra todos, além de sequestros de turistas e atentados dos jihadistas. Desde 2013, atuam no país tropas da França, da União Africana e da ONU.
PARA IR ALÉM Timbuktu (de Abderrahmane Sissako, 2014) indicado ao Oscar 2015, conta o drama de um pescador do Mali que é perseguido por grupos jihadistas.
SAIU NA IMPRENSA
EUA E ALIADOS LUTAM CONTRA EXPANSÃO DO EI NA ÁFRICA
O braço do Estado Islâmico (EI) na Líbia está se alastrando sobre uma ampla área da África, atraindo novos recrutas de países como o Senegal, que estavam em grande parte imunes à propaganda jihadista. Autoridades africanas, junto aos aliados ocidentais, aumentam os esforços para combater a ameaça. (…)
<Líderes do EI na Síria estão avisando a recrutas que vêm de nações do oeste africano, como Senegal e Chade, bem como do Sudão, na África Oriental, para que não rumem ao Oriente Médio. Em vez disso, são orientados a ir para a Líbia. A Inteligência dos EUA afirma que o objetivo imediato do EI é constituir um novo califado neste país: há sinais de que o grupo estabelece instituições de governança por lá. (…)
— O EI na Líbia tornou-se um ímã que atrai pessoas não só no país, mas do continente africano, bem como de fora — enfatiza o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA, John Brennan.
Jornal Extra 23/2/2016
RESUMO
ÁFRICA
CRESCIMENTO ECONÔMICO A África é um dos continentes com maior potencial de crescimento econômico e atrai investimentos internacionais, especialmente da China. Reúne 54 países e 1,1 bilhão de habitantes. Nos últimos 15 anos, a economia do continente cresce a taxas elevadas, movida por fortes exportações de commodities para a China e outras nações emergentes. Esse crescimento, contudo, é afetado pela queda dos preços internacionais das matérias-primas.
PETRÓLEO E MINÉRIOS A África abriga quase 9% das reservas globais de petróleo e gás e exporta também minérios valiosos, como ouro e diamantes, estanho, cobalto, níquel e cromo. Porém, o baixo nível de industrialização e a dependência da exportação de commodities fragiliza a economia dos países.
ÁFRICA SUBSAARIANA Área mais pobre do planeta, compreende 48 nações da região central e sul do continente, delimitada ao norte pelo Deserto do Saara. A região concentra a maioria dos casos de doenças infecciosas no mundo, como malária, tuberculose e aids. A região sofreu o pior surto de ebola da história, com mais de 28 mil casos e 11 mil mortes.
PARTILHA DA ÁFRICA A fim de solucionarem sua disputa pelo território africano e suas riquezas, as nações europeias promoveram entre 1884 e 1885 a Conferência de Berlim. O encontro dividiu o continente entre essas potências, criando fronteiras artificiais, que não levaram em conta os territórios originais das diferentes etnias, suas religiões e seus costumes.
CONFLITOS Vários países africanos enfrentam guerras civis motivadas pela disputa dos recursos naturais, por rivalidades étnicas ou contra ditadores. Grupos terroristas, como o Boko Haram, na Nigéria, o Al Shabab, na Somália, e o Ansar Dine, no Mali, seguem organizações como a Al Qaeda e o Estado Islâmico. Eles realizam atentados, sequestros e massacres, causando o deslocamento de grandes contingentes da população.