Potente câmera fotográfica do Cosmo – Os feitos do Telescópio Espacial Hubble em 25 anos de operação
Depois de 25 anos em operação, o Telescópio Espacial Hubble está para ser aposentado, com uma coleção única de grandes descobertas e imagens fascinantes
No início dos anos 1920, Edwin Hubble(1889-1953) fez duas das maiores descobertas da cosmologia: a Via Láctea, onde se encontra nosso Sistema Solar, não é a única galáxia, mas apenas uma em bilhões delas, e todas essas galáxias se afastam umas das outras – ou seja, o Universo está se expandindo. O astrônomo norte-americano trabalhou com um dos mais potentes telescópios da época, o Hooker, na Califórnia. Nove décadas depois, o nome Hubble continua associado a grandes descobertas sobre o Cosmo, agora batizando o mais conhecido e badalado instrumento de observação, o Telescópio Espacial Hubble, que completa 25 anos de operação em 2015. Ao longo desse tempo, cientistas obtiveram dados inusitados sobre os primórdios da formação do Universo e a dinâmica de galáxias e estrelas. E o público em geral foi presenteado com as mais impressionantes fotografias de um mundo jamais imaginado.
O espelho do telescópio Hubble tem praticamente as mesmas dimensões do espelho do Hooker, mas o avanço da tecnologia dá ao novo instrumento uma capacidade muito maior de captar a luz e dela obter dados fundamentais para a compreensão da evolução e da estruturado Cosmo. Além disso, por estar a mais de 500 quilômetros de altitude, capta imagens sem as distorções causadas pela atmosfera. O Hubble vasculhou as regiões mais profundas do Cosmo, mediu sua idade (13,4 bilhões de anos), registrou o nascimento e a morte de estrelas e identificou buracos negros no centro de galáxias e corpos escuros, como os planetas anões, que giram em torno do Sol. As informações coletadas renderam mais de 13 mil artigos científicos, alguns laureados com o Prêmio Nobel.
O projeto, idealizado nos anos 1970, sofreu diversos reveses, como atrasos e aumentos de custo. Após o lançamento, em 1990, as primeiras imagens mostraram que o espelho apresentava um desvio de mícrons (milésimos de milímetro), o suficiente para borrar as imagens. Foram necessários três anos para que o defeito fosse corrigido. Hoje, depois de 25 anos de bons serviços prestados, o Hubble está para se aposentar e ceder lugar a seu sucessor, James Webb.
lançamento e a permanência de um telescópio em órbita da Terra têm relação com variáveis como velocidade, aceleração e gravidade – conceitos básicos da cinemática, tema deste capítulo.
POEIRA CELESTIAL – A Nebulosa Cabeça de Cavalo, na Constelação de Órion, a 1,5 mil anos-luz da Terra, em uma das mais fabulosas fotografias em alta resolução do Telescópio Espacial Hubble