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Litosfera: Recursos minerais

Litosfera: Recursos minerais

Riqueza que vem do solo

Conheça o processo de formação geológica dos minérios e suas principais aplicações econômicas

A s rochas são agrupamentos de minerais que formam a crosta terrestre e se desenvolveram no decorrer de bilhões de anos. Entre as mais de 3,5 mil variedades de rochas, estão os minérios, dos quais podemos extrair substâncias de interesse econômico. No conjunto dos minérios, distinguem-se aqueles utilizados para a obtenção de metais, como o alumínio, o ferro, o magnésio e o titânio. Embora os minérios metálicos tendam a se concentrar em maciços rochosos por toda a crosta terrestre, os depósitos mais explorados encontram-se em rochas metamórficas, nos escudos cristalinos da crosta continental.

O ouro e a platina são os únicos minérios metálicos que ocorrem principalmente na forma de metais na natureza. Zinco, prata, ferro, cobre e outros metais também podem ser achados no estado primário, mas normalmente estão associados a outros minerais. Nesses casos, os minérios são reduzidos pela metalurgia para se transformar em metais.

As substâncias minerais são utilizadas como matéria-prima em diversos processos de manufatura. Alguns exemplos são: o alumínio e o ferro na construção civil; o manganês na fabricação de fertilizantes e pilhas; as argilas na fabricação de cerâmicas; o zircônio na fabricação de pisos e revestimentos; e o caulim na fabricação de papel e celulose, vidros e tintas.

Litosfera: Recursos minerais

 Onde estão os minérios no Brasil

Com aproximadamente 36% de seu território formado por escudos cristalinos, o Brasil possui algumas das reservas minerais mais ricas do planeta, incluindo minério de ferro, bauxita (alumínio), cobre, zinco, cromo, níquel, calcário e argila. A maioria dos minérios metálicos do Brasil encontra-se em Minas Gerais, na região chamada Quadrilátero Ferrífero, e no Pará, na província mineral de Carajás. Os dois estados respondem por quase dois terços de toda a produção mineral brasileira.

 Outras unidades da federação também abrigam importantes reservas minerais. Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por exemplo, destacam- se pelo carvão. Já Bahia e Espírito Santo estão entre os principais produtores de pedras preciosas do Brasil, enquanto Goiás tem significativas jazidas de cobre. Veja no mapa onde se localizam as principais jazidas minerais no país.

 Formação do petróleo

Principal fonte de energia mundial, o petróleo é um combustível fóssil formado da decomposição de matérias orgânicas em ambientes marinhos. O acúmulo de restos de animais e vegetais microscópicos que se precipitam no fundo marinho origina bacias sedimentares, nas quais, em milhões de anos, a ação de microrganismos, o calor e a pressão intensos reduzem a matéria orgânica a uma massa viscosa de carbono e hidrogênio – o petróleo. Infiltrando-se por rochas porosas, ele migra para regiões de menor pressão até sair para a superfície ou topar com uma camada impermeável. Bloqueado, o petróleo se acumula nos poros e fraturas das rochas sedimentares, de onde é extraído.

 As regiões mais propícias para a formação do petróleo são mares interiores, baías e golfos. As reservas existentes no interior dos continentes resultam de áreas originalmente marinhas que foram erguidas por meio de movimentos na crosta terrestre ou do óleo que migrou das rochas geradoras até as rochas armazenadoras através das fissuras.

O pré-sal brasileiro

Desde que foram descobertas as reservas de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de Santos, em 2007, um novo termo passou a frequentar os noticiários: o pré-sal. Trata-se do nome que os geólogos dão à camada de rochas porosas que se localiza abaixo de uma espessa camada de sal no subsolo marinho. É lá que ficam os grandes reservatórios de petróleo, em uma faixa que se estende por 800 quilômetros na área marítima entre o Espírito Santo e Santa Catarina, a mais de 7 mil metros de profundidade. A exploração do petróleo no pré-sal pode fazer o Brasil dobrar suas reservas, que estão em torno de 15 bilhões de barris.

As jazidas do pré-sal começaram a se formar há mais de 100 milhões de anos, quando o supercontinente Gondwana se partiu, dando origem aos continentes sul-americano e africano. Na Bacia de Campos, o principal campo petrolífero brasileiro localizado na camada pós-sal, o óleo está armazenado em rochas com predomínio de silício. No pré-sal, a substância encontra-se armazenada em rochas constituídas essencialmente de carbonato de cálcio e magnésio, o que dificulta o trabalho dos geólogos. Mesmo com esses desafios, a extração nos poços da camada do pré-sal já responde por 40% do total de petróleo produzido no país, ultrapassando a marca de 1 milhão de barris por dia.

 Combustíveis Fósseis

Eles recebem esse nome pois se formaram a partir da fossilização de seres vivos: do plâncton marinho, no caso do petróleo e do gás natural, e de florestas e pântanos no caso  do carvão mineral.  As reservas atualmente exploradas são resultantes da deposição e decomposição ocorridas em tempos geológicos passados.

Litosfera: Recursos minerais

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Gás de xisto

Nos últimos anos, a exploração do gás de xisto vem revolucionando o setor energético, especialmente nos Estados Unidos (EUA), onde a tecnologia para sua extração é mais desenvolvida. O mineral em questão, na verdade, é o folhelho – xisto é o nome informal e mais conhecido no mercado de energia. Trata-se de uma formação de rocha sedimentar, resultante da decomposição de material orgânico, sob calor e pressão no subsolo. Ele contém gás natural e uma forma de petróleo, chamada de pirogênio, da qual se produzem os mesmos derivados do petróleo convencional, como gasolina e diesel. As novas técnicas de perfuração do solo, contudo, envolvem riscos de contaminação dos lençóis freáticos e de desestabilização do solo. Por causa disso, a exploração do xisto é proibida em muitos países.

No Brasil foi realizado um leilão em 2013 para licitar 240 blocos com potencial para exploração do xisto. No entanto, os trabalhos vêm sendo embargados pela Justiça, que exigem uma definição a respeito do uso da nova tecnologia pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

A época do Antropoceno

Do Big Bang aos dias de hoje, a Terra já passou por intensas transformações nesses quase 5 bilhões de anos. As principais  mudanças podem ser observadas através de uma linha do tempo conhecida como Escala de Tempo Geológica. Ela estabelece os grandes eventos pelo qual o planeta passou a partir de uma classificação em eras, períodos e épocas.

Faz 11.700 anos que estamos na época do Holoceno. Ou estávamos. As marcas que o homem vem deixando no planeta são tão intensas que já teriam provocado mudanças que jusfificariam o início de uma nova época geológica: o Antropoceno. É o que defende os cientistas do Grupo de Trabalho do Antropoceno. Este novo tempo geológico teria começado na década de 1950, com a expansão sem precedentes da população e do consumo.

Como evidências, os cientistas dizem que sedimentos na crosta terrestre e no oceano contém resíduos de plástico, de concreto e de alumínio, além de fuligem decorrente da queima de combustíveis fósseis e radiação nuclear. A ação do homem já teria dado origem, inclusive, a 208 novos minerais nos últimos 200 anos.

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