Biologia vegetal: Relações hídricas
CONTRA A GRAVIDADE Nas árvores, a seiva bruta carrega água das raízes até as folhas mais altas. Lá, a seiva é elaborada e enviada para outras partes da planta
Para matar a sede
Como todo ser vivo, os vegetais também precisam de água. Para abastecer cada galho, ramo e folha, a 100 metros de altura (como as sequoias), os vegetais desenvolveram um sistema que envolve, de um lado, a absorção de água pelas raízes e, de outro, a transpiração pelas folhas.
Absorção e transpiração
A água é absorvida do solo pelas raízes, que têm pelos que aumentam a área de absorção. As células dessa parte da planta fazem o transporte ativo de sais e, por osmose, de água. No alto, as folhas usam parte da água absorvida para a fotossíntese. E o excesso é liberado por transpiração. As estruturas responsáveis pela transpiração são os estômatos – poros localizados na epiderme do verso das folhas, formados por duas células, que se abrem quando a planta está bem suprida de água . Essa transpiração gera uma força de sucção, que puxa a seiva bruta caule acima. Os estômatos se fecham quando há pouca água na planta, para evitar ressecamento. Os estômatos são responsáveis, também, pela absorção do gás carbônico, usado na fotossíntese.
Durante o dia, o estômato fica aberto para a absorção do CO2. Porém, se a planta estiver sofrendo de déficit hídrico, os estômatos são fechados para o organismo não desidratar. Como consequência, a taxa fotossintética cairá. Plantas adaptadas a clima seco (xerófitas) têm diversos recursos para diminuir a perda de água por transpiração enquanto mantêm os estômatos abertos para a fotossíntese. Um desses recursos são raízes profundas, que buscam água de lençóis subterrâneos. Outro são folhas pequenas, com uma película impermeabilizante, chamada cutícula, que reduz a transpiração, ou a substituição das folhas por espinhos.
Osmose
As células das plantas também desenvolveram mecanismos para resistir ao excesso de água ou à falta dela: são dotadas de uma parede de celulose, externa à membrana plasmática, que é permeável, ou seja, permite a entrada de água. Em situações ideais, a célula vegetal absorve água até o máximo permitido pela parede. O excesso fica armazenado no vacúolo, que ocupa a maior parte do volume do citoplasma. A concentração na solução do citoplasma é o fator primordial para regular as trocas de líquido entre a célula e o meio em que ela está imersa.
Quando a solução absorvida do solo está menos concentrada do que a solução no interior das paredes da célula, a água entra, por osmose. O volume da célula, então, aumenta. Mas ela não explode, porque a parede celulósica é muito resistente. Já uma célula mergulhada numa solução hipertônica, com concentração maior do que a solução interna , perde tanta água que a membrana plasmática pode descolar-se da parede celulósica e o citoplasma, reduzir-se drasticamente. É o que se chama plasmólise.
Difusão
Para manter o metabolismo e regular a absorção de água, os vegetais precisam de sais minerais e íons. Esses elementos podem ser absorvidos, em solução, do solo, por simples difusão (transporte passivo) ou com gasto de energia (transporte ativo) – tudo depende da concentração da solução no solo e da necessidade da planta.
Alguns nutrientes são consumidos em pequena quantidade e atuam, geralmente, nos processos que envolvem enzimas. São os micronutrientes. Os nutrientes absorvidos em maior quantidade são os macronutrientes – elementos químicos que constituem importantes componentes de moléculas orgânicas. Os agricultores corrigem a falta de nutrientes no solo por meio de adição de adubos ou fertilizantes. Alguns nutrientes importantes são:
o Nitrogênio, para a síntese de proteínas e ácidos nucleicos.
o Fósforo, que entra na composição de moléculas de ATP e ácidos nucleicos.
o Potássio, o principal regulador da pressão osmótica nas células.
o Cálcio, importante no metabolismo e na constituição da lamela média, que “cimenta” as células vegetais.
o Magnésio, que é componente da clorofila.