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6 livros para quem gosta de “O Conto da Aia”

Estas obras mostram como regimes, reais ou fictícios, nos ensinam a temer e a oprimir mulheres

Por Ludimila Ferreira
10 abr 2025, 19h00
6 livros para quem gosta de O Conto da Aia
 (Amazon/Canva/Guia do Estudante/Reprodução)
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“O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, apresenta um futuro distópico dominado por um regime totalitário, que usa o corpo feminino como mercadoria para seguir existindo em um mundo no qual a fertilidade humana está no fim. O livro foi adaptado para TV em 2017 e a sexta temporada da série acaba de estrear.

O GUIA DO ESTUDANTE listou seis obras para quem já leu o livro ou já assistiu todos os episódios disponíveis da série, mas deseja revisitar os temas presentes na narrativa como o patriarcado, o machismo, a ascensão de governos totalitários ou a manipulação da sociedade contra as mulheres.

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1. “Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva”, de Silvia Federici

Único de livro de não-ficção desta lista, “Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva”, completou vinte anos em 2024 e chega em uma nova edição traduzida. Silvia Federici expõe duas questões históricas que se cruzam: a execução de “bruxas” no começo da Era Moderna e como o surgimento do capitalismo coincide com a guerra contra as mulheres.

A pesquisa aborda temas como o controle das mulheres sobre seu próprio poder reprodutivo, o papel do capitalismo na ascensão do patriarcado e o desenvolvimento contemporâneo de uma nova forma de trabalho separada por gênero, onde cabe às mulheres ficarem confinadas no serviço de gerar mais mão de obra para o sistema. 

 

 

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2. “VOX”, de Christina Dalcher

Na sociedade retratada em “VOX”, as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. Quando o decreto é feito pelo governo, ele não é questionado, e logo as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. 

Publicado em 2018, narrativa perpassa temas como machismo, conservadorismo, opressão, fanatismo religioso e censura.

Apesar de ser uma distopia, mostra uma sociedade com pensamentos conservadores que se cruzam facilmente com a realidade atual, e serve de alerta do que pode estar por vir com a ascensão de governos cada vez mais extremos. 

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3. “O ano da graça”, de Kim Liggett

A narrativa gira em torno da crença de que mulheres detêm poderes obscuros – mesmo que isso não seja verdade. Neste contexto, existe o “Ano da Graça”, o “retiro” para onde jovens são enviadas ao completarem dezesseis anos, é sobre o qual é completamente proibido falar.

Nesta sociedade patriarcal, as meninas aprendem desde cedo que sua existência é uma ameaça e são preparadas desde o nascimento para irem ao campo de trabalho com o objetivo de se “purificarem” durante todo um ano. Porém, nem todas retornam vivas e as que voltam, parecem diferentes. 

Apesar de ser uma ficção, “O ano da graça” é duramente realista ao mostrar como sistemas sociais não começam do nada, eles evoluem gradualmente.

 

 

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4. “Filhos da esperança”, de P. D. James

É possível repensar um sistema no qual o corpo da mulher não seja um produto? Publicado em 1992 e ambientado em 2021, este livro trata da infertilidade humana também presente em “O Conto da Aia”.

Em “Filhos da esperança”, de P. D. James, nenhuma criança nasceu nos últimos vinte e cinco anos e a sociedade começa a sucumbir através de suicídios coletivos, da fome e do canibalismo.

Através desta distopia é possível enxergar o papel crucial da mulher na sociedade quando governos colapsam por falta de mão de obra, já que a população apenas envelhece e os jovens se tornaram inférteis.

Filhos da esperança

Filhos da esperança por P. D. James

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5. “A segunda mãe”, de Karin Hueck

O mundo seria melhor sem os homens? Esta distopia brasileira trata das várias opressões que se infiltram até entre quem aparenta ser igual, em um mundo que já conseguiu eliminar uma das mais perversas formas de dominação: o patriarcado.

A narrativa se desdobra em discussões sobre papéis de gênero, estruturas sociais, amor e violência, crescendo em torno de uma crise conjugal. Leitura ideal para refletir, ainda, sobre o comportamento humano.

6. “Os Testamentos”, de Margaret Atwood

Quinze anos depois dos acontecimentos de “O Conto da Aia”, o regime teocrático da República de Gilead parece se manter firme no poder, mesmo após as sucessivas tentativas de sua destruição. Porém, ao olhar mais de perto, é possível ver que ele está aos poucos se deteriorando. 

“Os Testamentos” explica a queda de Gilead através dos olhares de duas personagens que fazem parte da primeira geração a chegar à idade adulta nessa nova ordem mundial: uma mulher que está dentro do regime totalitário e é filha de um importante comandante, e de outra que acompanha os horrores pela TV, no país vizinho Canadá.

A visão delas é entrelaçada pelo manuscrito de uma das executoras do regime, uma mulher que exerce sua autoridade no país por meio do acúmulo de segredos de Estado que podem ameaçar todas as estruturas do poder e da manipulação de todos ao seu redor.

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