6 vezes em que o cinema abordou a bomba atômica antes de Oppenheimer
Os americanos já fizeram outros filmes sobre o Projeto Manhattan, assim como o Japão contou a tragédia de sua perspectiva em diversas produções
O filme “Oppenheimer”, recordista de premiações no Oscar 2024, não foi a primeira e, provavelmente, não será a última produção cinematográfica norte-americana sobre a bomba atômica que matou milhares de japoneses em 1945. Seja abordando fatos que antecederam ou sucederam o bombardeio, o país é mestre em contar a história no cinema de seu ponto de vista. Mas o Japão não fica atrás. O primeiro “Godzilla”, de 1954, era japonês e uma metáfora à tragédia de Hiroshima e Nagazaki. Já a animação “Gen Pés Descalços” é um retrato cru do momento exato em que acontece a explosão.
Quer conhecer outras abordagens dessa história? O GUIA DO ESTUDANTE listou seis filmes que abordam a bomba atômica para além de Oppenheimer.
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Pearl Harbor (2001)
O único filme da lista que mostra o que aconteceu antes da criação do Projeto Manhattan. “Pearl Harbor” é uma produção dos EUA sobre a invasão do Japão na base americana de mesmo nome em 1941. Este é o evento que marcou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, e tem relação com os ataques a Hiroshima e Nagazaki quatro anos depois. O longa é mais um romance em meio à guerra que uma narrativa sobre a guerra em si, já que seu núcleo é focado em dois amigos de infância que tinham o sonho de ser pilotos.
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Gen Pés Descalços (1983)
Esta é uma produção do Japão sobre as consequências da bomba atômica, vista da perspectiva de uma criança. O filme é divido em duas partes contrastantes. A primeira, antes da explosão, é alegre e cheia de humor, enquanto a segunda, após o lançamento das bombas, é escura e triste. É como um lembrete dos civis que pouco tinham relação com a guerra, mas acabaram diretamente afetados por ela. O filme é baseado no mangá de mesmo nome, uma autobiografia ficcional do seu autor, Keiji Nakazawa. Ele perdeu toda a família no incêndio causado pela bomba atômica de Hiroshima, sobrevivendo apenas ao lado da mãe que sofreu queimaduras severas.
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O Matemático (2020)
O filme norte-americano conta a história de um dos profissionais por trás da bomba atômica, Stan Ulam, um matemático judeu. Ulam trabalhou ao lado de Robert Oppenheimer, o pai da bomba atômica, para desenvolver o explosivo. A produção aponta como a criação de uma arma nuclear pode ser danosa e mostra brevemente as consequências em Hiroshima e Nagazaki. Após o lançamento, Stan sente remorso ao saber que civis foram mortos pela sua criação – embora o filme ainda adote a narrativa de que esta era a única solução para encerrar Segunda Guerra Mundial.
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Chuva Negra: A Coragem de uma Raça (1989)
Este filme japonês em preto e branco mostra as consequências físicas e psicológicas do lançamento da bomba atômica, ao retratar os moradores de uma vila vizinha à Hiroshima que sofrem os efeitos da radiação cinco anos após a explosão. Os sobreviventes tentam continuar suas vidas após a tragédia, mas não encontram paz. Todos estão doentes e sabem que podem sucumbir a qualquer momento com as sequelas da exposição à radiação. O longa foi baseado no romance de Masuji Ibuse e premiado no Festival de Cannes.
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O Início do Fim (1989)
Diferentemente de “Oppenheimer” (2023) e “O Matemático” (2020), este filme norte-americano não foca em um personagem, mas no Projeto Manhattan como um todo. É considerado, por isso, uma das representações mais realistas do projeto. O longa consegue unir a ciência, dilemas morais e experiências pessoais dos personagens sem grande dificuldade e é interessantes para os inclinados à Química ou Física.
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Godzilla (1954)
Originalmente, o monstro Godzilla é uma metáfora japonesa para a tragédia de Hiroshima e Nagazaki. Nesta ficção, um grande dinossauro ataca a cidade de Tóquio, no Japão, e causa destruição em massa. Em seu primeiro design, a cabeça do mostro foi desenhada no mesmo formato da nuvem deixada após a explosão da bomba, mas acabou não sendo aprovado. Os “poderes” e origem do mostro também são claramente inspirados na arma nuclear. Sua criação é resultado de testes nucleares e seu sopro é radioativo. Godzilla se tornou uma franquia mundial e ganhou adaptações norte-americanas, que mascararam o significado original da criatura. O novo Godzilla japonês levou o Oscar 2024 na categoria Melhores Efeitos Visuais.
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