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Como “Avatar: o último mestre do ar” ajuda a entender o colonialismo

Assim como no mundo real, a animação é marcada por genocídio, colonialismo e brutalidade

Por Ludimila Ferreira
17 mar 2024, 15h00
cartaz de divulgação de avatar
 (Netflix/Divulgação)
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“Avatar: o último mestre do ar” ganhou mais um live action, dessa vez em formato de série, pela Netflix. No universo de Avatar, a população é divida entre os quatro elementos: terra, fogo, ar e água. Apesar das diferenças, todos vivem em paz, até que a Nação do Fogo decide entrar em guerra com as outras três, iniciando o processo de invasão, colonização e destruição, prendendo a assassinando os dobradores dos outros elementos para que o fogo se torne o único restante. Por tudo isso, a história animada pode ajudar a entender como funciona o colonialismo e seus impactos no mundo.

Conheça abaixo a história de Avatar e os paralelos entre a nação do fogo e países reais que colonizaram e subjugaram outros povos ao longo dos séculos.

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O enredo de Avatar

personagem aang de avatar é menino de cabelos raspados
(netflix/Divulgação)

Em “Avatar: o último mestre do ar” o mundo é divido entre quatro povos: a Tribo da Água, a Nação do Fogo, o Reino da Terra e os Nômades do Ar. Cada grupo tem habitantes capazes de dominar um dos elementos individualmente, com o poder da Dobra. Apenas o Avatar, que é o escolhido, pode dominar todos durante sua vida e seu papel é manter o equilíbrio entre os territórios. Toda vez que um Avatar morre, no mesmo instante renasce um outro em um novo continente. No momento em que se passa a animação, o avatar é um dobrador de ar de doze anos de idade chamado Aang.

A história começa quando os Nômades do Ar descobrem que a Nação do Fogo está empenhada em invadir e conquistar todas as outras, gerando destruição. Aang então precisa viajar para as outras terras e aprender as três dobras que faltam para se tornar um Avatar completo, porém acaba preso com seu Bisão Voador em uma tempestade e congelado em uma calota de gelo durante cem anos.

Sem o Avatar, os povos não foram capazes de se defender e acabaram invadidos pela Nação do Fogo, que dizimou todos os Nômades do Ar já que não quiseram revelar a identidade do avatar. Após um século de guerra, dois irmãos da Tribo da Água encontram Aang congelado, e agora ele precisa aprender a dobrar os três elementos que faltam em tempo recorde para restaurar o equilíbrio do mundo.

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O colonialismo em Avatar e no mundo real

nação do fogo
(Netflix/Divulgação)

Em resumo, o colonialismo é a imposição de autoridade de um povo sobre outro, normalmente por meio de poder militar, como foi feito pela Nação do Fogo em “Avatar: A Lenda de Aang”. Seus objetivos podem ser impor sua linguagem, cultura e religião, ou até mesmo explorar recursos naturais para crescer economicamente a partir da comercialização deles. No mundo real, a colonização aconteceu sobretudo de duas formas: para exploração e povoamento.

O território que hoje é o Brasil, por exemplo, sofreu primeiro com a colonização para exploração, já que os portugueses extraiam daqui recursos naturais para enriquecer a metrópole. O caso dos Estados Unidos é diferente, uma vez que a Inglaterra desde o princípio planejava se instalar no local e expandir a civilização inglesa para outro continente.

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Em “Avatar”, a Nação do Fogo, os colonizadores também começam a viver nas novas nações impondo suas leis e cultura. Em “Avatar: a lenda de Aang”, por exemplo, sabemos que o Reino da Terra está sob domínio da Nação do Fogo após Aang ser confundido com um colono ao se infiltrar na escola como aluno.

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Além disso, no colonialismo, também é comum que os dominadores se apropriem da história e narrem somente o seu ponto de vista dos acontecimentos. O caso brasileiro exemplifica bem: por muito tempo, as violências impostas pelos colonizadores aos indígenas e negros escravizados foi mascarada.

Em “Avatar” a Nação do Fogo também muda a história dos Nômades do Ar. Em seus livros de história, a Nação do Fogo diz que o Senhor do Fogo se defendeu sozinho do exército dos Nômades do Ar quando, na verdade, a comunidade não tinha um exército e era composta por monges. O aconteceu foi uma emboscada em seu próprio território que levou ao genocídio de todos os monges. 

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