Entender pensadores como Immanuel Kant ou Thomas Hobbes não precisa ser uma tarefa difícil. Muitas vezes, filmes e livros ficcionais nos ajudam a compreender conceitos filosóficos, sociológicos e até políticos. A animação “Vida de Inseto”, lançada em 1998 pela Pixar, é exemplo disso. Ela conta a história de um formigueiro que vende a sua força de trabalho, na colheita de alimento, em troca da proteção dada pelos gafanhotos. Parece familiar? Certamente Karl Marx, o ‘pai do comunismo’, teria muito a dizer sobre o filme.
Entenda como “Vida de Inseto” se relaciona com a teoria marxista e maneiras de usar a animação como repertório cultural na próxima redação.
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Vida de Inseto
A animação “Vida de Inseto” acompanha a vida em um formigueiro que coleta comida não só para si, mas para os gafanhotos. O acordo entre as espécies é de que os gafanhotos irão proteger a colônia de outros predadores, desde que as formigas os alimentem todos os anos.
Após um acidente próximo ao último dia da colheita, que faz quase toda a comida cair de um penhasco, Flik, a formiga questionadora que causou o desastre, é enviado para buscar ajuda, e parte em uma aventura na ‘cidade grande’.
Flik encontra insetos de circo e os confunde com guerreiros, levando toda a trupe para o formigueiro a fim de lutar contra a dominação dos gafanhotos. O plano inicial dá errado, mas após uma chuva torrencial que faz com que todos fujam, a colônia percebe que estão em maior número e que, se unindo contra seus abusadores, não precisariam mais de sua proteção.
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Formigas, uni-vos
Karl Marx defendia que o proletariado, ou seja, os trabalhadores, deveriam tomar os meios de produção e o Estado (para mais tarde acabar com ele). Isso levaria ao fim de estruturas que existem no capitalismo e que mantêm a burguesia no poder – como o sistema jurídico burguês, a economia baseada na propriedade privada, a mídia burguesa e a religião.
Além disso, a teoria marxista reflete sobre a condição dos trabalhadores no capitalismo: por não deterem os meios de produção (ou seja, não serem os proprietários das indústrias) precisam vender sua força de trabalho para garantir o próprio sustento. O que muitos não se dão conta, no entanto, é que os donos também dependem dos trabalhadores para manter essas engrenagens funcionando. E é isso que as formigas percebem no final de “Vida de Inseto”.
Guardadas as diferenças, na animação é como se os gafanhotos representassem a burguesia, e as formigas o proletariado. Elas trocam sua força de trabalho por um tipo de pagamento: proteção. Mas, com isso, vivem sob condições exaustivas, e não sobra tempo para mais nada além de trabalhar.
Ao se darem conta de que são mais numerosas, e com isso mais fortes, as formigas se unem para destituir os gafanhotos e finalmente tomar as rédeas de suas vidas.
Dentro da teoria marxista, o formigueiro promoveu uma revolução socialista, com a classe trabalhadora derrubando a burguesia. Formigas, uni-vos!
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