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Filme mostra disputa por plebiscito no Chile de Pinochet

Gael García Bernal estrela o filme No, sobre os bastidores do plebiscito de 1988 que pôs o ditador Pinochet nas cordas

Por Paulo Zocchi
15 jan 2024, 11h04

Após 15 anos no poder, o ditador chileno Augusto Pinochet resolveu, em 1988, dar uma cartada para tentar se legitimar na Presidência por mais um período. Convocou um plebiscito sobre a sua permanência por mais oito anos. O país vivia sob um regime repressivo, com os meios de comunicação e os canais de representação social sob estreito controle do governo. Para dar um verniz de democracia, o regime decidiu que, durante cerca de um mês, os dois lados da campanha – e No – teriam 15 minutos diários na televisão.

+ Basta ter eleição para ser uma democracia?

Nesse ponto, começa a narrativa. O astro mexicano Gael García Bernal (Diários de Motocicleta) interpreta René, filho de um ex-perseguido político, que passou anos exilado, mas voltou ao país como um publicitário talentoso e praticamente apolítico. Ele produz comerciais de TV em uma agência de renome. Procurado por antigos amigos de seu pai para ajudar na campanha do No, ele reluta, mas acaba se integrando.

Sua vida pessoal é difícil: é separado da mulher, uma ativa militante contra a ditadura, e vive com o filho de uns 7 anos. No trabalho, seu chefe é um colaborador da cúpula do regime militar e passa a participar ativamente da ação oficial pelo .

A chegada de René à campanha do No provoca tensão, pois o rapaz propõe usar as ferramentas da linguagem publicitária de mercado, evitando um tom raivoso e engajado politicamente. Para parte dos ativistas do No isso é inaceitável, já que o golpe no Chile havia desencadeado uma repressão sanguinária, torturando, exilando e assassinando dezenas de milhares de pessoas, e, para os opositores, a campanha seria uma oportunidade ímpar para denunciar com todas as forças a ditadura de Pinochet.

René cerca-se de colegas de profissão e, com jogo de cintura, mantém a linha de marketing na campanha de TV, surpreendendo a cúpula do regime por sua capacidade de comunicação direta com a população chilena. Na verdade, a fusão de marketing com campanha política nasceu nos Estados Unidos. O filme mostra esse fenômeno, que hoje conhecemos muito bem nas campanhas políticas brasileiras, quando ainda estava chegando na América Latina.

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Mas, de qualquer forma, o Chile ainda vivia claramente sob uma ditadura, como fica marcado, a cada instante da trama, nos policiais infiltrados, nas ameaças que René sofre à medida em que a campanha cresce, na repressão arbitrária aos comícios do No.

Com uma mistura bem equilibrada de humor, suspense, drama e informação histórica, No é um filme ágil e inteligente. Sua ambientação nos transporta para o final dos anos 1980. Ótimo exemplo do bom cinema que se faz nos tempos atuais na América Latina, No é um filme que vale a pena assistir.

No

Direção | Pablo Larrain

Ano | 2012

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Disponível na Netflix.

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