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O livro brasileiro que chamou a atenção de Olivia Rodrigo

"A Hora da Estrela" toca, nas entrelinhas, em temas como desigualdade social, Ditadura Militar, saúde mental e nazismo

Por Ludimila Ferreira
6 jul 2025, 19h00
olivia rodrigo lendo clarice lispector
 (Guia do Estudante/Wikimedia Commons/Editora Rocco/Canva/Reprodução)
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Último livro publicado por Clarice Lispector antes de sua morte, “A Hora da Estrela” chegou em Olivia Rodrigo por meio de uma amiga. A cantora passou seus momentos no Brasil se apaixonando pela genialidade da autora e descobrindo com a personagem principal, Macabéa, outros Brasis para além de São Paulo.

Em entrevista para a Vogue US a cantora afirma que está “marcando e anotando no livro inteiro”, já que “ele tem palavras muito bonitas”. Abaixo, conheça esse livro que, debaixo de uma narrativa sobre amor e traição, fala sobre desigualdade social, nazismo e Ditadura Militar!

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A história de “A Hora da Estrela”

A nordestina Macabéa, protagonista de “A Hora da Estrela”, é uma mulher miserável, que mal tem consciência de existir. Depois de perder sua tia e única parente viva, ela se muda para o Rio de Janeiro, onde aluga um quarto, arruma um emprego como datilógrafa e gasta suas horas ouvindo a Rádio Relógio.

Macabéa, então, se apaixona por Olímpico de Jesus, um metalúrgico também nordestino, mas ele logo a trai com uma colega de trabalho. Desesperada, a personagem principal consulta uma cartomante, que prevê um futuro luminoso e cheio de luxo: Macabéa irá conhecer Hans, um estrangeiro alemão, que dará a ela tudo que jamais sonhou.

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Esta falta de sonhos da personagem mostra como a obra toca em temas com depressão e falta de amor pela vida. Ela sempre foi uma mulher vazia, conformada com sua situação de vida e sem perspectivas de mudança, pois não tinha energia vital nem para usar a imaginação. Em dado momento, o narrador afirma que “Macabéa só sabia chover”, já que era triste e melancólica como um dia chuvoso.

No posfácio da edição mais recente, publicada pela editora Rocco, Paulo Gurgle Valente, filho de Clarice, mostra relações entre a narrativa do livro e a vida privada de sua mãe, trazendo ainda mais profundidade para a obra.

Assim como o narrador do livro, ela morou em Recife na infância. Já mais velha, viveu em Maceió, cidade natal da personagem principal do livro.

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Além disso, Mabacéa também remete aos guerreiros judeus rebeldes, os macabeus, que lutaram contra a cultura grega invasora, quando Antiochus IV, rei da Síria, tentou forçar a implementação do helenismo na Judeia, aproximadamente dois séculos antes de Cristo.

No final do livro, diante do único desejo que a personagem principal teve na vida, encontrar Hans, seu grande amor estrangeiro, ela é atropelada por ele em uma Mercedes, carro usado pelo chanceler do Terceiro Reich.

A própria Clarice tinha ascendência judaica e, durante a Segunda Guerra Mundial, atuou como enfermeira voluntária no 45th General Hospital (Centro de Pesquisa Médica), ajudando brasileiros feridos.

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+ Por que Hitler odiava os judeus?

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O livro brasileiro que chamou a atenção de Olivia Rodrigo
"A Hora da Estrela" toca, nas entrelinhas, em temas como desigualdade social, Ditadura Militar, saúde mental e nazismo

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