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Por que Frida Kahlo se tornou um ícone feminista

Descubra a história da artista mexicana mais popular do século 20 e sua relação com o movimento social nos dias de hoje

Por Ludimila Ferreira
6 jul 2024, 10h00
Por que Frida Kahlo se tornou um ícone feminista
 (Guia do Estudante/Wikimedia Commons/Canva/Reprodução)
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De alguns anos para cá, a artista mexicana Frida Kahlo se tornou um ícone pop e feminista no mundo todo, mesmo que nunca tendo falado diretamente sobre feminismo enquanto era viva. Acontece que sua personalidade desafiou as normas sociais do século 20 e ela conseguiu expressar sua autenticidade mesmo nos momentos da dor: ela teve uma doença incurável aos seis anos de idade e sofreu um acidente quase fatal aos dezoito.

Conheça a história desta artista que se tornou referência na arte surrealista, e sua trajetória até se tornar um símbolo do movimento de luta das mulheres por direitos sociais.

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Quem foi Frida Kahlo

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu em Coyoacán, México, no dia 06 de julho de 1907. Teve poliomelite aos seis anos, o que tornou sua perna direita mais fina que a esquerda. Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa que pode ser transmitida através da água ou alimentos contaminados, ou contato com uma pessoa infectada. 

Aos 18 anos, Frida sofreu um acidente grave, no qual um bonde atingiu o ônibus em que ela estava. Uma barra de ferro atravessou o corpo da artista levando a várias fraturas:

  • Uma fratura tripla da coluna vertebral,
  • Uma fratura da clavícula,
  • Fraturas da terceira e quarta costelas,
  • Luxação do ombro esquerdo,
  • Tripla fratura da bacia,
  • Perfuração do abdômen e da vagina,
  • Onze fraturas da perna direita e
  • Deslocamento do pé esquerdo. 

Depois do acidente, a jovem passou por trinta cirurgias, ficando acamada e engessada. Neste momento, começou a se dedicar à pintura. Frida passou a fazer autorretratos utilizando um espelho para se olhar e pedindo um cavalete adaptado para segurar suas telas, já que não podia se sentar. Sua obra “El Camión” (O Ônibus/Caminhão) é interpretada como uma representação do ocorrido no ônibus.

Aos 21 anos, se casou com o muralista Diego Rivera e eles moraram em duas casas separadas, unidas apenas por uma ponte elevada, até a morte de Frida. A artista morreu de embolia pulmonar em 1954, depois de ficar com a saúde debilitada. Uma de suas pernas teve que ser amputada e ela sofria dores crônicas nas costas. Hoje, “La Casa Azul”, a casa dos artistas, é um museu dedicado ao casal no México.

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Fachada_Museo_Frida_Kahlo
Fachada de “La Casa Azul”, antiga casa de Frida Kahlo e hoje museu no México. (Wikimedia Commons/Reprodução)

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Por que Frida Kahlo se tornou um ícone do feminismo

Apesar de nunca ter se declarado feminista, Frida Kahlo se tornou um símbolo do movimento. Ela rejeitava as normas sociais da época, usava roupas consideradas masculinas na juventude e não se preocupava com os pelos do rosto. Mesmo não falando sobre os temas do feminismo de maneira direta, era ativa politicamente. Foi membro do partido comunista mexicano e, junto com Diego, abrigou em exílio León Trotsky, líder da Revolução Russa, e sua esposa Natalia por dois anos na Casa Azul.

Frida Kahlo foi redescoberta nos anos 1970, com o crescimento do movimento feminista. Ela retratava sua fragilidade física, psicológica e emocional através da arte, logo tratava de temas pertinentes às mulheres como:

  • Violência contra a mulher;
  • Liberdade social, sexual, econômica e política;
  • Estereótipos de gênero;
  • Independência

Frida tinha o desejo de ser mãe, porém sofreu três abortos espontâneos devido à sua saúde debilitada. Estes eventos são descritos visualmente no quadro “Hospital Henry Ford”. Seu trabalho também tratou de feminicídio, como em “Unos cuantos piquetitos” (Alguns pequenos cortes), no qual um homem posa ao lado de uma cama segurando uma faca, observando uma mulher ensanguentada.

Tratar destes temas era um tabu na época, porém não impediu que as mulheres se identificassem com o seu trabalho e ele fosse transformado em um símbolo pela igualdade de gênero. Apesar dos impedimentos físicos, a artista sempre era vista com cores vibrantes, saias estampadas e flores na cabeça.

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Sua autenticidade inspirou o movimento feminista e as mulheres a abraçarem suas verdades.

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