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‘The fate of Ophelia’: o movimento artístico por trás da pintura que inspirou Taylor Swift

Ophelia, de John Everett Millais, captura um instante decisivo, onde a beleza e a tragédia se fundem

Por Taís Ilhéu
3 out 2025, 12h50
the fate of ophelia taylor swift
 (reprodução/Wikimedia Commons)
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Pintado entre 1851 e 1852, “Ophelia”, de John Everett Millais, é uma obra-prima inspirada na personagem de mesmo nome da peça “Hamlet”, de Shakespeare. Na história, a jovem, entregue à insanidade após uma desilusão amorosa, afunda em um rio. A obra tem várias reinterpretações na cultura pop — como, mais recentemente, na capa do novo álbum da cantora Taylor Swift cuja primeira canção leva o nome “The fate of Ophelia“.

Abaixo, entenda melhor a obra de John Everett Millais e o movimento artístico por trás dela.

A tragédia de Ophelia

John Everett Millais ophelia
(John Everett Millais/Wikimedia Commons)

O quadro de Millais captura o momento trágico em que o corpo de Ophelia jaz no rio. Seu semblante parece pacífico, mesmo na tensão entre a vida e a morte. Seus olhos semicerrados e a boca entreaberta sugerem uma suspensão: não sabemos se ainda há sopro de vida, ou se já é tarde demais.

Suas mãos se voltam para cima, como num gesto de abandono. O corpo flutua na água sem resistência. Shakespeare descreve que ela cantava, incapaz de perceber seu próprio perigo.

Os trajes se espalham como uma extensão do seu corpo, criando uma aura etérea. Na peça, a rainha Gertrude conta que justamente essas roupas a mantiveram boiando por um tempo, antes de a água encharcá-las e afundar a jovem.

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Nessa pintura, nada é por acaso! Violetas são associadas à pureza; papoulas evocam a morte; margaridas lembram a inocência; e o salgueiro simboliza abandono.

A cena nos remete ao galho de salgueiro que, segundo Gertrude, se quebrou quando Ofélia pendurava sua coroa de flores. Seria um acidente, uma entrega silenciosa ou reflexo de sua loucura?

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O simbolismo, da literatura à pintura

No Simbolismo (1893-1922), a produção poética evoca sentimentos e sensações por meio da sugestão. A estética simbolista – durante um período contemporânea do Pré-Modernismo – se opõe aos avanços da industrialização e do progresso tecnológico próprios do século 19.

É comum que os textos simbolistas manifestem uma visão decadente sobre a realidade, bem como uma oposição ao comportamento racional. O Simbolismo valoriza os sentidos, as sugestões evocadas pelas palavras, a musicalidade e o ritmo dos poemas. O misticismo, a subjetividade e a sinestesia (combinação de sensações) são aspectos altamente explorados pelos poetas do movimento.

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João da Cruz e Sousa (1861-1898), autor de “Broquéis e Missal” (1893), é um dos principais nomes do período. Na produção poética também destacam-se Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), que escreveu “Câmara Ardente” (1899), e Augusto dos Anjos (1884-1914). Este último foi um poeta inclassificável. Sua poesia flertou com as estéticas diversas de seu tempo – há em seus poemas influências parnasianas (na forma), naturalistas (na linguagem e na ambientação), simbolistas (na temática) e pré-modernas (na ousadia linguística).

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A integração do ser humano com a realidade objetiva, com base na exaltação dos sentimentos, foi abordada por inúmeros artistas plásticos do século 19. Na tela acima, o pintor inglês John Everett Millais retrata a morte de Ofélia para exprimir essa integração. O suicídio da personagem de “Hamlet”, de William Shakespeare, serviu de inspiração para a articulação entre realidade subjetiva e realidade objetiva.

Ao decompor-se, o cadáver de Ofélia entra novamente em harmonia com o mundo natural e restaura a unidade entre sujeito e mundo.

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‘The fate of Ophelia’: o movimento artístico por trás da pintura que inspirou Taylor Swift
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