6 dicas para se dar bem na redação do Enem, não importa qual seja o tema
Professora dá conselhos práticos para quem quer fazer uma boa dissertação

Escrever uma boa redação é um dos maiores desafios do Enem – e, por isso mesmo, pode ser o diferencial para garantir uma vaga na universidade dos sonhos. Com tamanha pressão, muitos estudantes acreditam que o melhor caminho para se dar bem na dissertação do exame é decorar todas as apostas de tema que circulam nas redes sociais. Cuidado com este engano! O correto mesmo é ficar afiado no modelo de texto pedido pela banca e ter estratégia.
Para ajudar nessa missão, reunimos 6 dicas valiosas de Julia Ferreira, linguista da Redação Nota 1000, que mostram como organizar as ideias, estruturar os parágrafos e evitar os erros mais comuns.
Confira!
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1. Pratique a interpretação de texto e desenvolva seu senso crítico
Uma boa redação começa antes mesmo de você pegar a caneta para escrevê-la. Isso porque é fundamental que você consiga compreender com profundidade o tema proposto, o que não se resume a apenas entender as palavras-chave, mas a captar as nuances, o contexto e as possíveis abordagens.
“Para isso, é importante acumular um repertório ao longo do tempo. Nesse sentido, a leitura de jornais, revistas, artigos acadêmicos e livros (impressos ou online) pode ajudar a expandir seu vocabulário e a familiarizá-lo com diferentes ideias, de modo a ser possível construir uma boa argumentação”, aconselha a educadora.
Além disso, ao ler, busque questionar as informações, comparando diferentes pontos de vista e, por meio disso, forme a sua própria opinião. Esse senso crítico é a base para a construção de uma tese (o seu ponto de vista) forte e original, garantindo uma boa base argumentativa para defendê-la.
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2. Organize as ideias antes de começar a escrever
Não comece a redação de forma aleatória, com apenas “fluxo de consciência”, isto é, escrevendo aquilo que vem à mente. “É importante que, antes de escrever, você tire alguns minutos para fazer um rascunho. O planejamento textual é uma das etapas mais importantes para garantir a coerência do seu texto”, avisa Júlia.
De início, busque anotar em tópicos os pontos que você mais domina sobre o tema. Em seguida, selecione os principais e organize-os em uma estrutura lógica: a introdução (apresentando o tema e sua tese), o desenvolvimento (com os argumentos que sustentam sua tese) e a conclusão (retomando a tese e apresentando uma proposta de intervenção com 5 elementos). Essa estrutura guiará você durante a escrita e evitará que você se perca ou se contradiga.
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3. Construa uma tese clara e que você consiga defender de modo consistente
“A tese é o centro da sua redação, uma vez que diz respeito ao seu posicionamento sobre o tema. Nesse sentido, em vez de simplesmente afirmar algo óbvio, busque apresentar um ponto de vista que demonstre sua reflexão crítica sobre o assunto. Isso porque, quando você se apropria de uma ideia e a defende com base em seu conhecimento e reflexão, o argumento fica mais sólido”, sugere a professora.
É mais fácil aprofundar em um assunto que você realmente entende e sobre o qual tem algo a dizer, do que repetir frases prontas que não representam sua visão. Lembre-se de que uma abordagem autoral demonstra que você possui repertório e evidencia sua capacidade de pensar criticamente.
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4. Use conectivos e operadores argumentativos para organizar o texto
A coesão é o que relaciona as partes do seu texto. Sem ela, os parágrafos se tornam “ilhas” de ideias desconexas. Os conectivos cumprem a função de unir frases e parágrafos para que o seu texto flua de forma lógica. “Já os operadores argumentativos ajudam a guiar o leitor, tornando a direção dos seus argumentos mais clara. Usar essas ferramentas de forma estratégica não só melhora a organização do texto, como também fortalece sua argumentação”, explica a educadora.
Para que a estratégia argumentativa de causa e consequência seja clara, você precisa aplicar conectivos para expressar essa relação no texto, como “em virtude disso” ou “dessa forma”. O mesmo ocorre para fundamentar os seus argumentos com o uso de repertórios, que não podem ser “jogados” na redação, mas devem ser introduzidos de modo a estabelecer uma relação do dado com o seu argumento.
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5. Aprenda a usar o repertório sociocultural de modo produtivo
No Enem, o repertório sociocultural é fundamental para a sua nota ficar mais alta na Competência 2. “No entanto, citar um filósofo ou um fato histórico não é o bastante, posto que o repertório precisa ser pertinente, ou seja, ter uma ligação clara e direta com o tema, e produtivo, isso é, ser usado em função da sustentação do seu argumento”, alerta Júlia.
A citação sozinha não vale pontos, então garanta que ela fortalece sua tese. Para isso, pratique a contextualização. Sempre que usar um repertório, seja um fato histórico ou uma citação, por exemplo, não o coloque de forma isolada. Em vez disso, explique quais aspectos desse dado se relacionam diretamente com o problema que você está discutindo e como isso pode “provar o seu ponto”.
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6. Revise o texto com atenção
Depois de escrever seu rascunho, não pule a etapa da revisão: apesar de ser a fase final, ela é tão importante quanto as outras. Muitos erros que passaram despercebidos podem ser corrigidos nesse momento.
Considerando a Competência 1, a revisão é essencial para eliminar erros de gramática, ortografia e pontuação, garantindo que o seu texto esteja formalmente correto. Na Competência 2, a revisão pode ajudar a verificar se o seu texto se manteve dentro do tema proposto, garantindo que todos os elementos da frase temática estejam dispostos na redação, e se segue a estrutura dissertativo-argumentativa. É nela, também, que você confirma se o seu repertório sociocultural foi usado de forma produtiva para o desenvolvimento do tema.
Já para as Competências 3 e 4, a revisão permite que você identifique e corrija falhas no raciocínio, organizando melhor as ideias e revisando se o uso de estratégias coesivas ajudou na construção de uma argumentação sólida.
Por fim, quanto à Competência 5, a revisão é o momento de confirmar se sua proposta de intervenção está completa, contendo todos os cinco elementos obrigatórios (agente, ação, meio/modo, finalidade e detalhamento) e se a sua solução para o problema abordado respeita os direitos humanos, um requisito fundamental da prova.
Uma revisão bem-feita pode ser o que levará você da nota 900 para a nota 1000!
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