ENEM 2012: Para professores, prova de Linguagens, Códigos e suas tecnologias foi comprida demais
Nível de dificuldade da prova de línguas estrangeiras também surpreendeu
O coordenador do Anglo Vestibulares, Luiz Ricardo Arruda aponta duas surpresas no Enem. A primeira é o alto nível de dificuldade da prova de línguas estrangeiras. “Quem tem um inglês ou espanhol superficial consegue ter uma ideia do texto, mas não consegue responder. Exigiu a compreensão perfeita do texto para achar a alternativa correta”, conta.
A segunda surpresa foi o tema da redação que, de acordo com Arruda, não fazia parte do universo da maioria dos candidatos que prestaram a prova. “O aluno de classe média, que lê jornal, consegue falar desses problemas, porque ele tem acesso a essas informações. Mas a maioria, não”, analisa o coordenador.
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O professor Célio Tasinafo, coordenador pedagógico do Cursinho Oficina do Estudante, aprovou o tema. “Ele foi atual, mas sem ser óbvio. A aposta da maioria envolvia algo relacionado ao meio ambiente”, disse.
Os professores de literatura do Anglo elogiaram a qualidade das questões de linguagem, mas reclamaram do tamanho dos textos. “É uma eterna luta contra o relógio com esses textos imensos”, comenta Arruda.
O professor Célio Tasinafo concorda: “Depois de 20 questões, o aluno já está muito cansado porque teve de ler o equivalente a cinco ou seis capítulos de um livro em pouquíssimo tempo. Havia questões que ocupavam metade de uma página”.
Questão incompleta de matemática
Para Tasinafo, a prova de matemática e suas tecnologias foi a melhor da série. “Ela não pediu cálculos cansativos com contas gigantescas ou números quebrados. Mesmo assim, todos os grandes conteúdos do Ensino Médio foram cobrados”.
Na prova azul, a questão 165, que falava sobre geometria, não apresentava informações precisas para o candidato resolver o problema. Segundo Arruda, os dados em matemática precisam ser claros. “Não existem pressupostos, tem que ser rigoroso com as informações”. Para o professor, a questão deveria ser anulada. “Dependendo da hipótese, pode ter dado alternativa B, se tivesse feito de outro jeito, teria dado alternativa C”, conta.
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