Quem prestou o Enem 2024 neste domingo (10) encontrou pouca dificuldade nas questões de Matemática e Ciências da Natureza, segundo os professores ouvidos pelo GUIA DO ESTUDANTE. “Havia muitos recursos visuais, o que facilitava a leitura e a tornava mais rápida. No geral, não identificamos muitas questões difíceis, então consideramos que foi uma prova de nível fácil a médio. Com uma boa gestão de tempo, o aluno pôde resolver o exame com tranquilidade”, disse Joyce de Sousa, especialista de avaliações do SAS Educação.
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A prova do segundo dia, de modo geral, apresentou uma quantidade de textos equilibrada e eles continham as informações necessárias para a resolução das questões ou para a contextualização.
Confira abaixo a análise por disciplina.
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Matemática
A prova de Matemática, no geral, apresentou um nível de dificuldade baixo e previsível em relação aos conteúdos das últimas edições, abordando temas como áreas de figuras planas, além de questões envolvendo porcentagem, função de primeiro e segundo grau, função exponencial, função de segundo grau relacionada a área e maximização, média e mediana – tópicos esperados.
“Embora algumas questões tenham sido desafiadoras, o tempo para resolvê-las foi compensado por outras muito mais simples, que o candidato resolvia em menos de três minutos, que é o tempo estimado por questão”, explicou Joyce de Sousa, especialista de avaliações do SAS Educação.
Em uma questão, por exemplo, era necessário apenas transformar uma porcentagem apresentada no enunciado em número decimal. Em outra, bastava estimar resultados observando gráficos, ou seja, perguntas que exigiam apenas uma análise rápida e direta.
Esse tempo extra possibilitou ao estudante dedicar-se às questões um pouco mais complexas.
Não foi uma prova conteudista, pois as situações-problema eram bem familiares, com fórmulas que os candidatos aprendem desde o Ensino Fundamental, como as de área de círculo, retângulo, triângulo e hexágono.
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Biologia
A prova de Biologia teve uma dificuldade de média para baixa. “Como novidade, a prova trouxe bastante fisiologia humana, o que não é muito comum no Enem, além de algumas questões de zoologia, um tema que não aparecia há muito tempo”, explicou André Bourg, professor de Biologia do Colégio Oficina do Estudante.
No geral, foi uma prova tranquila, bem contextualizada, adequada para quem estava atento e conhecia o conteúdo. Não houve nenhuma “pegadinha”.
Além disso, os textos de apoio forneciam dicas valiosas para resolver as questões, tornando a prova bem distribuída.
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Física
A prova manteve o padrão de exigir poucos cálculos, e os que apareceram eram simples – foram três ou quatro questões envolvendo cálculos básicos. Não era necessário o uso de conteúdos ou fórmulas incomuns, todos eram familiares e previstos.
“A prova demonstrou um bom nível de contextualização e exigência cognitiva, sendo considerada de dificuldade média. Talvez duas ou três questões fossem mais desafiadoras, como a que incluía uma tirinha do Calvin, que, segundo nossa análise, pode induzir muitos alunos a errarem ao escolher um dos distratores”, disse Idelfranio Moreira, Gerente Executivo de Ensino e Inovações Educacionais do SAS Educação e especialista em Física.
Segundo Roberto de Alessandri, professor de Física do Colégio Oficina do Estudante, a prova teve uma boa distribuição entre as áreas estudadas no Ensino Médio (mecânica, elétrica, termologia, óptica e ondulatória) embora com uma menor incidência de questões de ondulatória quando comparado ao ano passado.
De um modo geral, as questões cobram habilidades dos candidatos que visam relacionar a teoria trabalhada em aula com as situações do cotidiano onde elas podem ser aplicadas.
Química
A prova de química trouxe algumas questões de estequiometria, ou seja, apareceram cálculos, mas não em grande quantidade. Também houve um pouco de química orgânica, com perguntas para reconhecer funções orgânicas, o que segue a tendência do Enem. Questões aplicadas a temas ambientais, como reciclagem de alumínio e microplásticos, também foram abordadas. Em resumo, foi considerada de dificuldade entre média e fácil.
No geral, segundo os especialistas, a prova de Ciências da Natureza teve uma distribuição equilibrada entre Biologia, Física e Química.
Colaboração
SAS Educação: Joyce de Sousa, especialista de avaliações; João Eduardo Pinhata, gerente de avaliações; Idelfranio Moreira, gerente executivo de ensino e inovações educacionais e especialista em Física.
Oficina do Estudante: André Bourg, professor de Biologia; Roberto de Alessandri, professor de Física; Rodrigo Serra, professor de Matemática.
Colégio Ari de Sá: Jordanna Almeida, professora de Biologia.