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Redação do Enem: os erros de quem perdeu pontos ou zerou a nota

Veja dicas direto da Cartilha do Participante da Redação do Enem 2016

Por Paulo Montoia
Atualizado em 4 out 2017, 17h05 - Publicado em 4 out 2017, 13h34

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A Cartilha do Participante para a Redação do Enem 2016, lançada pelo Ministério da Educação (MEC) em outubro, é “massuda”: são mais de 60 páginas com informações para que o candidato consiga uma boa nota no exame. O material dá ótimas diretrizes do que os avaliadores esperam encontrar nas redações (e também do que não querem encontrar), com exemplos das últimas três provas.

Como sabemos que você está cheio de coisas para estudar, resolvemos facilitar a sua vida e reunimos dicas importantes referentes à segunda competência avaliada pela prova. Antes, relembre todas as cinco na tabela a seguir. Cada uma delas vale 200 pontos na nota:

As competências exigidas no Enem

Competência 1

Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.

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Competência 2

Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

Competência 3

Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

Competência 4

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Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

Competência 5

Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Agora, veja exemplos da abordagem esperada e de erros cometidos pelos participantes de edições anteriores do Enem. 

Enem 2013: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil

O que os avaliadores esperavam?

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O tema proposto aborda um problema social presente no cotidiano dos indivíduos e da sociedade brasileira, em que se mesclam aspectos de saúde pública, educação, segurança, direitos e deveres individuais e coletivos: consumo de bebida alcoólica e direção de veículos. O participante precisaria considerar fatos, estatísticas, discussões, leis relacionados às consequências da implantação desde 2008, ano em que a lei entrou em vigor. Não se trata de uma discussão acerca de opiniões sobre a lei, dicotomizadas (divididas) entre ser a favor ou contra, mas da possibilidade de considerar a ampla gama de aspectos envolvidos na questão. A pergunta que o tema propõe é: a implantação da Lei Seca está surtindo efeitos satisfatórios? Se ainda não está, o que se pode fazer?

Quem perdeu pontos:

Aqueles que apenas tangenciaram o tema. O aluno que, por exemplo:
1 – Discutiu a Lei Seca sem considerar seus efeitos;
2 – Tratou apenas das causas da Lei Seca;
3 – Tratou da relação entre ingestão de álcool e direção (mesmo sem menção à Lei Seca, já que ela, nesse caso, está implícita), como alcoolismo no trânsito, tratamento do motorista alcoolizado ou leis de trânsito para motoristas alcoolizados.

Quem fugiu do tema e zerou a prova:

Quem tratou, por exemplo, exclusivamente do problema de segurança no trânsito; ou da ingestão de álcool, sem associá-la às leis de trânsito ou à Lei Seca.

Enem 2014: Publicidade infantil em questão no Brasil

O que os avaliadores esperavam?

O participante precisaria considerar, com base nos textos motivadores, o contexto posto em discussão para entender o problema proposto: como o Brasil deve lidar com a veiculação de publicidade voltada às crianças? A partir do rol de informações (a coletânea), esperava-se que os textos produzidos se direcionassem para um dos diferentes contextos possíveis. Por exemplo:

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1O contexto legal: discutir a legislação atual, compará-la à de outros países, tomar posição e eventualmente propor alteração legal;
2 – O contexto de proteção às crianças: com base no entendimento da criança como um ser vulnerável, em formação, altamente influenciável, tomar posição pela regulamentação da publicidade infantil pelo Estado, para proibição ou restrição ou, ainda que aceitando a não interferência do Estado na regulação do setor, defender a importância da família e da educação para que a criança possa ser preparada para o consumo;
3 – O contexto de defesa da liberdade de expressão: com base em um entendimento de que o Estado não deve se envolver com questões de mercado, defender a livre veiculação da publicidade infantil, com ou sem autorregulamentação;
4 – O contexto pragmático: analisar a situação da publicidade infantil no Brasil e, a partir dessa perspectiva, propor mudanças ou defender a manutenção do cenário atual.

Quem perdeu pontos:

Quem abordou apenas um assunto relacionado a ele, como por exemplo:
1 – Tratou apenas do trabalho infantil no campo da publicidade;
2 – Tratou da erotização da infância no campo da publicidade;
3 – Abordou apenas a influência da publicidade na vida da sociedade em geral.

Quem fugiu do tema e zerou a prova:

Quem tratou, por exemplo, exclusivamente, de consumismo; de publicidade; de infância; de liberdade de expressão; de exploração sexual infantil; ou de trabalho infantil.

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Enem 2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

O que os avaliadores esperavam?

O participante precisaria considerar as várias dimensões do problema contidas nos textos motivadores, por meio, sobretudo, de dados sobre a violência contra a mulher, a fim de decidir sobre o seu direcionamento. Nesse contexto, esperava-se que as redações abordassem o cenário em que se localiza o problema (a sociedade brasileira) e não o tratassem como assunto novo, mas considerassem as políticas, ações e leis já em curso relacionadas a esse problema, como sugeriram os textos motivadores postos na proposta.

A partir do rol de informações (a coletânea), esperava-se que os textos produzidos se direcionassem para um determinado contexto:

1 – O contexto legal: discutir os pontos de fragilidade e/ou aspectos positivos existentes na execução da legislação atual (feminicídio, Lei Maria da Penha) acerca da violência contra a mulher;
2 – O contexto de proteção às mulheres por meio de políticas públicas: enfatizar a necessidade de proteção às mulheres como uma realidade brasileira urgente e inegável, problematizando a discussão de políticas públicas e sua efetividade;
3 – O contexto de ação da sociedade civil e/ou entidades não governamentais: discutir políticas pela igualdade de gênero e empoderamento das mulheres, sob um viés mais sociológico, problematizando a herança da cultura patriarcal na sociedade brasileira e as lutas feministas;
4 – O contexto de mudança cultural: transformar valores culturais com relação à equidade de gênero; o contexto da ação individual: demonstrar que qualquer mudança de atitude e de comportamento tem origem no indivíduo como membro de uma coletividade.

Quem perdeu pontos:

Tratou apenas de um assunto relacionado a ele, como discutir as leis ou outros instrumentos legais, a exemplo das leis Maria da Penha e do Feminicídio, sem relacioná-los ao cenário da persistência da violência contra as mulheres.

Quem fugiu do tema e zerou a prova:

1 – A redação que tratou exclusivamente de violência, sem mencionar o recorte de gênero “contra a mulher”;
2 – Tratou da violência contra a mulher em diferentes países sem mencionar o Brasil (exceto quando nada é dito sobre o lugar, mas infere-se que se trata do Brasil);
3 – Tratou da violência feminina, praticada pelas mulheres contra os homens;
4 – Tratou de feminismo/machismo, abordando apenas o movimento feminista ou machista;
5 – Tratou do papel da mulher na sociedade/família, sem abordar a questão da violência contra a mulher na sociedade brasileira.

 

Dicas importantes do Inep para a Competência 2 da redação

Writing icon set– Evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos motivadores, porque foram apresentadas apenas para despertar uma reflexão sobre o tema e não para limitar sua criatividade.

– Não copie trechos dos textos motivadores. Lembre-se de que eles foram apresentados apenas para despertar seus conhecimentos sobre o tema.

– Lembre-se de que cada parágrafo deve desenvolver um tópico frasal (tópico frasal é a ideia central que devemos desenvolver em um parágrafo. Não se deve desenvolver mais de uma ideia em um parágrafo de dissertação.)

– Evite recorrer a reflexões previsíveis, que demonstram pouca originalidade no desenvolvimento do tema proposto.

– Mantenha-se dentro dos limites do tema proposto.

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