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Férias: aprenda todos grupos vegetais e animais com atividades cotidianas

Atenção aos detalhes do dia a dia revelam conteúdos de biologia, diz professor

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 5 jul 2021, 11h03 - Publicado em 29 dez 2009, 18h23
Folha de Macambira
Exemplo de monocotiledôneas, a Macambira (Flickr/Reprodução)
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por Fábio Brandt

Quem se prepara para os vestibulares deve aproveitar as férias para descansar e voltar em forma para a maratona de estudos. Isso não quer dizer que o período de descanso é improdutivo. Pelo contrário: aproveitar a pausa para dar mais atenção a detalhes do cotidiano pode ajudar, por exemplo, a fixar melhor os conteúdos de biologia.

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Uma questão frequente nos vestibulares e que os alunos podem treinar em casa é classificar as plantas em monocotiledôneas ou dicotiledôneas. “O jeito mais fácil de ver é pelas folhas. Se elas tiverem nervuras paralelas, como a palha do milho, é monocotiledônea. Se tiverem nervuras em rede, como o feijão, é dicotiledônea”, explica Marcelo Alex Leal, médico e professor de biologia do colégio e cursinho Objetivo.

Contar o total de pétalas da flor também ajuda a constatar a diferença. Nas monocotiledôneas, esse número sempre será múltiplo de três. Nas dicotiledôneas, será múltiplo de quatro ou de cinco. “Se houver 15 pétalas, é múltiplo de três e de cinco. Aí tem que ver a nervura das folhas também”, comenta Marcelo.

A divisão entre “mono” e “dicotiledôneas” só existe para as angiospermas, grupo (ou filo) mais evoluído do reino vegetal, adverte o professor. O grupo mais primitivo é o das briófitas, representadas pelos musgos, facilmente reconhecidos no ambiente doméstico como “aquele veludo verde que escorre pelo muro de casa”, diz Marcelo.
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Depois das briófitas, vêm as pteridófitas, famosas plantas ornamentais muito usadas para enfeitar a casa – como a samambaia. Na sequência, aparecem as gimnospermas, antecessoras das angiospermas na escala evolutiva dos vegetais.

Quem aproveitar as férias no sul do país, indica o professor Alex Leal, verá muitas gimnospermas, principalmente o pinheiro do paraná, também chamado de Araucaria angustifolha. “Ela dá o pinhão, que é uma semente comestível, não um fruto”, ressalta o professor. Fruto só seria possível em angiospermas.

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Aliás, o reconhecimento de frutos verdadeiros e falsos (pseudofrutos) é outro ponto importante para os vestibulares que pode ser melhor fixado durante as refeições diárias. Itens de sobremesa como morango, pera, maçã e caju não são frutos, alerta Marcelo. “Eles não se originam no ovário da flor, mas em outras partes. O fruto é o ovário que cresce e se desenvolve”. Frutos reais, por incrível que pareça, são o tomate, o pepino e o pimentão.

MUNDO ANIMAL

Mas o cotidiano não oferece apenas aprendizado sobre o reino vegetal. “Durante as férias, em casa, o aluno talvez possa obervar diferenças entre insetos, aracnídeos e crustáceos”, sugere o professor Marcelo. As três espécies integram o filo dos artrópodes, grupo com maior número de espécies do reino animal.

“Se tem formiga em casa, um inseto, repare: ela tem seis patas, duas antenas e o corpo dividido em três partes, a cabeça, o tórax e o abdome”, aponta o professor. “Sempre que tem um bichinho andando na parede e não se sabe o que é, chega lá e conta as perninhas. Se forem seis, é inseto”.

Férias: aprenda todos grupos vegetais e animais com atividades cotidianasCaso a conta der oito, o bicho não possuir antenas e tiver o corpo dividido em dois – abdome e cefalotórax, que conjuga cabeça e toráx -, então é um aracnídeo, como as aranhas. Já os crustáceos, como o camarão, têm dez ou mais patas, quatro antenas e o corpo dividido também em cefalotórax e abdome.

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“Aquele filme, Vida de Inseto, embora seja feito de forma bem humorada, para leigos, tem um rigor científico muito bom. É mais que uma diversão, é uma aula”, opina o professor, ressaltando que o mesmo não ocorre com Mickey Mouse – famoso personagem de Walt Disney. “Ele sé tem quatro dedos, mas o rato é mamífero e todo mamífero tem cinco dedos”, argumenta.

EVOLUÇÃO

Os artrópodes, no entanto, são o terceiro filo mais evoluído dos animais. Para apresentar os outros filos aos vestibulandos, o professor Marcelo começa com um exemplo marcante de porífero, grupo animal menos evoluído: “nas férias, quem ligar a televisão e vir o Bob Esponja, lembre-se que a esponja é um animal, pertencente ao filo dos poríferos”.

Na sequência da escala evolutiva, surgem os celenterados (ou cnidários). É o filo das medusas, águas-vivas e anêmonas, vistas com frequência no litoral. “Têm uma célula, o cnidoblasto, que nos queima quando a gente encosta nela”, detalha o professor de biologia. A primeira cena do desenho Procurando Nemo, lembra ele, destaca um celenterado: Nemo e seus pais são perseguidos por tubarões e se escondem sob uma anêmona para se proteger. Isso acontece porque peixes-palhaço têm um revestimento protetor contra queimaduras, o que não ocorre com os tubarões.

Depois dos celenterados, vêm os platelmintos, classicamente representados pela planária e pela solitária, seres incomuns no ambiente residencial. Na sequência, aparecem os nematelmintos, como a lombriga. “Se for pro interior, cuidado pra não andar descalço. Os vermes nematelmintos podem penetrar na pele do pé, ir pro intestino e causar amarelão”, descreve Marcelo, referindo-se ao Necator americanus e ao Ancylostoma duodenale. Os vermes são conhecidos como “vampiros”, porque se alojam no intestino e sugam tanto sangue da pessoa, que ela fica com anemia, perde a cor vermelhinha e fica branco-amarelada – daí o nome “amarelão”.

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Férias: aprenda todos grupos vegetais e animais com atividades cotidianasO próximo grupo, dos moluscos, pode ser até experimentado pelos estudantes. São as ostras, lulas, polvos e mariscos – caracterizados pelo corpo mole. Já o grupo seguinte, dos anelídeos, desperta de nojo à curiosidade na moçada. Quem quiser conhecê-lo melhor pode “fuçar” na terra e procurar uma minhoca – hermafrodita e com a boca em uma extremidade do corpo e o ânus na outra, como todos os anelídeos. “Se chegar perto da minhoca, vai ver que uma região de seu corpo é mais clara, chama-se clitelo. Ela está sempre mais perto da extremidade da boca e é fácil de ver”, afirma o professor.

Os próximos são os artrópodes, já apresentados. Chega então a vez dos equinodermas, filo da estrela do mar, do ouriço do mar e do pepino do mar. “Quase todos tem ‘mar’ no nome”, observa Marcelo, destacando que esses seres tem grande capacidade de regeneração. “Se você quebrar um braço da estrela e jogar na água, ela vai fabricar um braço novo. Mas o braço também vai formar uma estrela nova”, diz.

Por fim, o professor apresenta o filo dos cordados, o mais evoluído entre os animais e que engloba as espécies vertebradas. Para nunca se esquecer quem são os vertebrados, Marcelo dá a dica: basta se lembrar da sigla PAREM (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos).

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