Ser criativo é uma característica importante em qualquer campo de atuação ou profissão. Não é só aos artistas que ela favorece, qualquer situação que exija solução de problemas envolve a criatividade, em diferentes graus. Além de também impulsionar a capacidade de inovação, ela tem impacto positivo na habilidade de tomar decisões.
Por estes motivos e tantos outros – como aumento do bem-estar e diminuição do estresse e ansiedade – estimular a criatividade é um fator importante para a vida profissional e pessoal.
Em um artigo para a página The Mission, o empreendedor e autor Richie Norton descreveu algumas formas de desenvolver a criatividade, com base em pesquisas científicas. As três dicas vão evitar que ela falte nos momentos decisivos e impedir os bloqueios criativos.
#1 Estimular a criatividade diariamente (e investir no próprio bem-estar)
Um estudo conduzido por psicólogos, em 2016, mostrou que a criatividade e o bem-estar estão estritamente ligados.
Mais de 650 pessoas participaram da pesquisa. Diariamente, cada participante reportava quanto tempo foi gasto em atividades criativas – conceber ideias novas, se expressar de maneiras originais e úteis, ou realizar práticas artísticas – e os efeitos positivos e negativos disso.
Os especialistas descobriram que “empenhar-se em comportamentos criativos leva a um aumento do bem-estar no dia seguinte”. O aumento do bem-estar, por sua vez, também leva à criatividade, segundo o estudo.
Basicamente, o bem-estar cria condições favoráveis à criatividade, e ser criativo, em algum momento, aumenta as chances de o ser, novamente, em outro.
#2 Deixar a mente vagar
Permitir-se divagar pode ser contraprodutivo, mas aumenta a capacidade de ser criativo, de acordo com outra pesquisa.
“A divagação envolve um equilíbrio complexo de custos e benefícios: sua associação com vários tipos de erros enfatiza seu custo, enquanto sua relação com a criatividade e o planejamento futuro sugere seu valor potencial.”
Para os especialistas, um trabalho “bom e inventivo” requer balancear momentos de “foco intenso” com pensamento criativo “fruto da ociosidade” – as divagações.
#3 Desenvolver os componentes da criatividade
O terceiro estudo afirma que a criatividade é indispensável para atingir resultados. Por meio da análise de 90 publicações acadêmicas, de 1950 a 2009, os pesquisadores também conseguiram definir seus 14 componentes principais – entre atributos das atividade exercidas, habilidades e comportamentos.
Desenvolver, ao máximo, cada um dos componentes (que são passíveis de serem desenvolvidos), facilita a utilização da criatividade como ferramenta, sempre que necessário.
- Envolvimento ativo e persistência: A tenacidade para persistir no processo criativo, mesmo durante obstáculos.
- Lidar com a incerteza: Não depender de detalhamento de cada etapa do processo faz com que se evite métodos e soluções pré-existentes.
- Domínio de competência: Conhecer um domínio bem o suficiente para reconhecer lacunas, necessidades ou problemas que precisam ser resolvidos. Além de gerar, validar, desenvolver e promover novas ideias nesse domínio.
- Intelecto geral: Boa capacidade mental, no geral.
- Gerar resultados: Trabalhar tendo em mente um objetivo ou resultado final.
- Independência e liberdade: Trabalhar com autonomia de ações e decisões.
- Envolvimento emocional: A intenção e o desejo de ser criativo: ter a criatividade como própria recompensa. Sentir que ela é um processo positivo que dá satisfação.
- Inovar e originalidade: Fazer algo de uma maneira diferente, ou criar relações novas entre conceitos anteriormente não associados.
- Progressão e desenvolvimento: Processos que promovam algum tipo de movimento, avanço, evolução ou desenvolvimento.
- Interação social e comunicação: Influência mútua, feedback, compartilhamento e colaboração.
- Espontaneidade e processo subconsciente: Ser capaz de reagir de forma rápida e espontânea, quando apropriado, sem precisar gastar muito tempo pensando nas opções.
- Pensamento e avaliação: Avaliar conscientemente as opções e identificar a melhor, utilizando raciocínio e bom senso.
- Valor da atividade: Considerar que a contribuição é útil estimula a criatividade.
- Variedade, divergência e experimentação: Gerar ideias diferentes para comparar e escolher, com a flexibilidade de ser aberto a várias perspectivas e experimentar outras opções.
Este texto foi originalmente publicado no portal Na Prática, parceiro do Guia do Estudante.