Big Fish & Begonia (China)
Embora a China não tenha uma tradição tão forte quanto o Japão na produção de animações, Big Fish & Begonia logo ganhou a crítica e o público. A animação conta a história de uma menina, Chun, que vive em um universo paralelo. Nesse mundo, os elementos da natureza têm um grande protagonismo e as criaturas que o habitam são responsáveis por controlar o clima e as estações.
Ao completar 16 anos, Chun é transformada em um golfinho e enviada ao nosso mundo. O longa fala muito sobre questões humanas como amadurecimento e responsabilidades, mas é também um importante gancho para discutir as origens da cultura chinesa e seus aspectos religiosos e míticos. Foi exibido no Festival de cinema de Animação de Annecy (França), no Festival de Cinema de Londres (Reino Unido) e no de Nova York (EUA).
A Viagem de Chihiro (Japão)
A Viagem de Chiriro coleciona 35 prêmios, entre eles o Urso de Ouro no Festival de Berlim (2002) e o Oscar de Melhor Filme de Animação (2003). Produzido pelo estúdio Ghibli, um dos mais célebres do ramo, este clássico foi dirigido e escrito por Hayao Miyazaki, que se inspirou para a história da personagem principal na sua própria infância.
A jornada começa com a mudança de Chihiro e de seus pais para uma outra cidade, que acaba interrompida por um acontecimento sobrenatural: ficam perdidos em um povoado fantasma. Com um roteiro fantasioso, assim como em Big Fish & Begonia, o filme levanta várias discussões sobre a cultura japonesa. Conflitos de gerações, quebra de tradições e troca de papéis são alguns dos elementos levantados para falar das mudanças no Japão. Até mesmo a questão ambiental aparece na figura do Deus do Rio, deformado pela poluição.
Com amor, Van Gogh (Polônia)
Com Amor, Van Gogh é única no gênero: uma biografia em forma de animação tão comprometida e fiel ao biografado que usou de seu ofício para relatar sua vida. Todo o longa é produzido a partir de 65 mil pinturas feitas no mesmo estilo em que Van Gogh pintava. A equipe de 100 pintores foi dirigida pela polonesa Dorota Kobiela e pelo americano Hugh Welchman.
No filme, a história dos últimos anos do pintor holandês é recuperada pelo filho de Joseph Roulin, de quem Van Gogh foi muito amigo em vida. Tanto os membros da família Roulin quanto os cenários do filme são retratados com as mesmas características com as quais foram pintadas na vida real. O filme foi produzido pela polonesa BreakThru Productions Trademark Films. Aclamado pela crítica, Com Amor, Van Gogh foi premiado em diversos festivais, como o Festival de Cinema de Animação de Annecy, o Festival da Bélgica e o Festival Internacional de Cinema de Vancouver (Canadá), além de ter sido indicado ao Oscar de animação, ano passado.
Mary & Max (Austrália)
A animação nada infantil conta a história de dois amigos improváveis que se unem pela solidão em comum. Mary tem 8 anos e mora na Austrália, enquanto Max é um solitário nova-iorquino de 44 anos. Eles se conhecem quando Mary escreve uma carta a Max contando sobre sua rotina e procurando por um amigo. A partir daí, o filme discute temas sérios como depressão, bullying, religiosidade, violência sexual e outros. O filme ganhou o Annecy Cristal no Festival de Cinema de Animação de Annecy (2009), e foi premiado como o melhor filme de animação no Asia Pacific Screen Awards no mesmo ano.
Mama K’s Team 4 (África do Sul)
Mama K’s Team 4 não só é a primeira série de animação africana da Netflix, como traz muita representatividade na figura das protagonistas da história. As quatro adolescentes, que moram em uma versão futurísticas da cidade de Lusaka, capital da Zâmbia, são convidadas por agentes secretos a se tornarem super-heroínas. O roteiro foi escrito pelo zambiana Malenga Mulendema.