5 livros russos que vão fazer você repensar a vida e o mundo
Obras profundas, personagens intensos e dilemas que atravessam o tempo

Ao terminar de ler um livro, você já chegou a ficar com a sensação de que o mundo ficou mais denso, que suas certezas desabaram e que seus dilemas existenciais ganharam novas camadas? Se ainda não, prepare-se. A literatura russa é um verdadeiro mergulho na alma humana — e não tem medo de cutucar feridas, questionar valores ou expor contradições.
Com personagens atormentados, cenários de guerra e perguntas sem resposta, esses livros não só contam boas histórias, eles mudam a forma como a gente enxerga a vida. Escolhemos cinco clássicos imperdíveis que podem transformar a sua visão do mundo. Vem com a gente nesse mergulho literário!
+ Os livros que “mudam vidas” recomendados por professores de Harvard
1. “Memórias do Subsolo”, de Fiódor Dostoiévski
É um pequeno romance publicado em 1864, considerado um precursor do existencialismo e da psicanálise. A história é contada por um narrador aposentado, solitário e ressentido que vive “no subsolo” — não literalmente, mas num estado de isolamento e amargura. Ele rejeita a lógica, o progresso e até a própria felicidade, se afundando em pensamentos obsessivos e contraditórios. Esse mergulho no ego ferido e nas frustrações humanas revela o lado sombrio da liberdade de escolha e da autoconsciência. É aquele tipo de livro que faz você se perguntar: será que a gente se sabota mais do que imagina?
2. “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski
Nessa obra de 1866, Raskólnikov é um jovem estudante, vivendo à beira da miséria. Sem dinheiro para pagar os estudos nem o aluguel, ele decide matar uma agiota cruel, convencido de que o fim justifica os meios. Orgulhoso e certo de sua superioridade intelectual, acredita poder cometer o “crime perfeito”, mas a realidade é bem diferente.
Assombrado pela culpa, ele mergulha em uma espiral psicológica intensa. A história acompanha sua luta interna entre orgulho e arrependimento, num caminho tortuoso rumo à redenção. Ao longo do livro, Dostoiévski vai além do assassinato: ele questiona o que é justiça, quem tem direito de decidir o que é certo, e como a culpa pode ser a pior prisão de todas.
+ O que os leitores não perceberam em “Noites Brancas”, livro russo que conquistou o TikTok
3. “Guerra e Paz”, de Liev Tolstói
Com mais de mil páginas e centenas de personagens, a obra, de 1869, é um dos maiores romances já escritos. Em todos os sentidos. A história se passa entre 1805 e 1820, durante as campanhas de Napoleão na Europa e a invasão da Rússia. Tolstói, ele mesmo parte da aristocracia, retrata com precisão a hipocrisia da nobreza, suas tradições religiosas e o contraste com a dura realidade de soldados e servos. Ao unir salões luxuosos e campos de batalha, o autor disseca a alma humana diante do caos, da guerra, da fé e da busca por sentido. Um clássico que, mesmo ambientado no século 19, continua atual ao mostrar como o indivíduo se coloca (ou se perde) diante da História.
4. “O Idiota”, de Fiódor Dostoiévski
Publicado em 1868, o livro conta a história do príncipe Míchkin, que volta à Rússia depois de anos em tratamento na Suíça por epilepsia e problemas mentais. Gentil, honesto e sensível, ele tenta se reintegrar à sociedade, mas rapidamente descobre que suas qualidades são vistas como fraqueza por um mundo obcecado por status, ambição e manipulação. Em meio a intrigas amorosas e disputas sociais, Míchkin se envolve com duas mulheres: a instável Nástassia Filíppovna e a jovem Aglaia, o que leva a situações intensas e trágicas. Neste romance poderoso, Dostoiévski mostra como a pureza pode ser esmagada pela crueldade, e nos faz repensar o que é, de fato, ser “normal”.
5. “A Morte de Ivan Ilitch”, de Liev Tolstói
Obra de 1866 conta a história de Ivan Ilitch, um homem que tinha tudo o que a sociedade esperava dele: carreira sólida, status, uma vida aparentemente correta. Mas, ao adoecer, descobre que talvez tenha vivido errado. Nesse curto (e poderoso) romance, Tolstói nos apresenta a rotina medíocre de um burocrata que passou a vida seguindo regras sociais, buscando aprovação e ignorando os próprios desejos.
À beira da morte, Ivan finalmente enxerga a futilidade de suas escolhas e questiona o que realmente importa. Com ironia e precisão cirúrgica, o autor nos leva da superficialidade dos salões da classe média russa ao abismo existencial de quem encara, pela primeira vez, a própria finitude. Uma leitura que nos faz pensar como estamos levando a vida: estamos atendendo expectativas externas ou fazendo o que é significativo para nós mesmos? Somos movidos por motivação interna ou pela satisfação dos outros?
Prepare-se para o Enem sem sair de casa. Assine o Curso GUIA DO ESTUDANTE ENEM e tenha acesso a todas as provas do Enem para fazer online e mais de 180 videoaulas com professores do Poliedro, recordista de aprovação nas universidades mais concorridas do país.