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5 mitos e verdades sobre a Revolução Constitucionalista de 1932

Os constitucionalistas perderam a batalha, mas saíram vitoriosos. Ficou confuso? Uma professora de História explica!

Por Patrícia Giuffrida
9 jul 2025, 10h00
Revolução de 1932- relembre pontos importantes do conflito
 (Wikipédia/Wikimedia Commons/Reprodução)
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A Revolução Constitucionalista de 1932 é um daqueles episódios marcantes da história brasileira que todo mundo já ouviu falar, especialmente quem vive em São Paulo. Mas entre homenagens, discursos e desfiles, será que o que você conhece sobre o movimento é realmente verdade?

Para ajudar a desfazer confusões comuns (e bem populares), convidamos Ana Paula Aguiar, autora de História do Sistema de Ensino pH. Aqui, ela esclarece cinco mitos e verdades que circulam por aí sobre esse capítulo da Era Vargas. Porque entender o passado, com precisão e contexto, também é parte da preparação de quem vai encarar o vestibular com consciência histórica.

1. A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um movimento separatista de São Paulo

Mito! Esse boato persiste até hoje, mas a verdade é outra. Segundo a professora Ana Paula Aguiar, “o separatismo esteve presente apenas de forma secundária e minoritária. Alguns intelectuais, como Monteiro Lobato e Alfredo Ellis Júnior, defendiam a separação, e chegaram mesmo a circular panfletos e músicas separatistas, mas esse sentimento jamais foi dominante dentro do movimento”.

A grande motivação da revolta foi o descontentamento com o governo de Getúlio Vargas, instaurado após a Revolução de 1930, que suspendeu a Constituição de 1891 e nomeou interventores sem ligação com as elites paulistas. Até então, São Paulo era a maior força política do país, já que produzia o principal produto de exportação nacional – o café.

+ O que foi a República Oligárquica, do Café com Leite

2. A Revolução foi derrotada nos campos de batalha, mas saiu vitoriosa

Verdade! Parece contraditório, mas faz sentido: os paulistas perderam militarmente, mas suas demandas acabaram sendo atendidas. Logo após o fim da revolta, o governo Vargas convocou uma Assembleia Constituinte, reabriu o Congresso e organizou eleições — tudo o que os constitucionalistas pediam.

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“Como explica o jornalista Luiz Octavio de Lima, autor do livro ‘1932: São Paulo em Chamas’, trata-se de uma ‘vitória após a derrota’. Além disso, o movimento deixou marcas profundas no imaginário político brasileiro”, ressalta Ana Paula.

3. O único feriado relacionado à Revolução é o 9 de julho

Mito! Tem mais uma data para marcar no calendário: 23 de maio, o Dia da Juventude Constitucionalista. Nesse dia, em 1932, quatro estudantes — Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo — morreram em um protesto contra o governo Vargas. “Suas iniciais formaram a sigla MMDC, que se transformou em emblema de resistência e mobilização popular”, conta a professora.

Hoje, os restos mortais desses jovens estão no Obelisco do Ibirapuera, e a sede da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o Palácio 9 de Julho, homenageia a Revolução.

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4. Apenas quatro estudantes morreram no protesto que originou a sigla MMDC

Mito! O quarteto do MMDC virou símbolo da revolução, mas eles não foram as únicas vítimas daquele confronto. “O que muitas pessoas não sabem é que outras vítimas também morreram naquele episódio, mas apenas esses quatro foram identificados de imediato, o que consolidou apenas seus nomes como mártires do movimento”, explica Ana Paula.

5. Os jovens do MMDC são considerados heróis da pátria

Verdade! Em 2011, os nomes dos quatro estudantes foram oficialmente incluídos no “Livro dos Heróis da Pátria”, também conhecido como Livro de Aço, que fica no Panteão da Pátria, em Brasília.

“O que torna essa homenagem ainda mais curiosa é que Getúlio Vargas, o presidente contra quem os jovens lutaram, também está nesse livro. Outros homenageados nessa obra são: Padre José de Anchieta, Zumbi dos Palmares, D. Pedro I e Tiradentes”, destaca Ana Paula.

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