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As Meninas: análise da obra de Diego Velásquez

Excelência artística e composição ousada criam um sofisticado jogo de espelhos na obra-prima de um dos maiores retratistas da história

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 22 Maio 2023, 17h19 - Publicado em 22 Maio 2023, 17h05

Síntese do apuro técnico adquirido ao longo de uma vida dedicada à pintura, As Meninas (1656) é até hoje alvo de especulações de críticos e historiadores da arte. Um dos motivos para o grande apelo dessa obra produzida no auge da maturidade de Diego Rodríguez de Silva y Velázquez (1599-1660) está em sua intrincada composição, capaz de transportar o espectador para dentro do quadro.

Nascido na cidade portuária de Sevilha, Velázquez iniciou os estudos precocemente, aos 10 anos. Em 1611, tornou-se aprendiz de Francisco Pacheco, pintor maneirista e importante teórico da arte com cuja filha, Juana, se casou em 1617. Por influência do sogro, integrou-se à corte real, em pleno Século de Ouro da coroa espanhola.

Em Madrid, conquistou rapidamente a confiança do rei Filipe IV, o que lhe conferiu liberdade para experimentar e ultrapassar os limites do conhecimento pictórico de sua época, rompendo com alguns procedimentos do barroco, como o tenebrismo do italiano Caravaggio.

Estudiosos afirmam que esse percurso de pesquisa e experimentação, que resultou no manejo mais solto dos pincéis e na correta dispersão da luz para evidenciar as formas, culminou na enorme tela As Meninas, originalmente chamada “A Família de Filipe IV”. A despeito de sua aparente simplicidade, conferida por uma notável sensação de proximidade e realismo, é uma das mais complexas obras da arte universal.

O quadro descortina uma cena capturada em sua efemeridade fugidia. Segundo o historiador de arte Ernst Gombrich, seria como se Velázquez houvesse fixado “um momento real de tempo muito antes da invenção da máquina fotográfica”. No centro da cena, a princesa Margarida, ladeada por damas de companhia, parece capturar o olhar daqueles que posam para Velázquez. O pintor retratou-se na tela inclinado ligeiramente para melhor observar seus modelos.

No canto direito, bufões, anões, um cachorro e dois sóbrios personagens ­”todos típicos da corte” são como que congelados em suas ações. No fundo, um homem abre uma porta, inundando de luz o último plano. Não fossem esse feixe luminoso e o pequeno espelho disposto, entre vários quadros, atrás do pintor, não se saberia a identidade daqueles que aparentam ser os verdadeiros objetos da atenção do artista. A luz e o reflexo no espelho denunciam a presença do próprio rei Filipe IV e de sua mulher, a rainha Mariana.

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O modo de representar a imagem refletida no espelho, o belo auto-retrato e a presença da metalinguagem são alguns dos principais predicados da tela. Mas a maestria de Velázquez reside, ainda, na perfeita composição formada por planos e personagens, resultando numa perspectiva incomum para aquela época.

O pintor obriga quem vê a tela a pôr-se no lugar onde estariam os soberanos; assim, no limiar do ateliê, o espectador parece mergulhar na própria vida palaciana. A propósito desse jogo labiríntico proposto por pinceladas ágeis, o filósofo francês Michel Foucault perguntou: “Somos vistos ou vemos?”.

Obra: As Meninas

Autor: Diego Velázquez

Técnica: Óleo sobre tela

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Tamanho: 318 x 276 cm

Local: Museu do Prado – Madrid, Espanha

Esse texto faz parte do especial “100 Obras Essenciais da Pintura Mundial”, publicado em 2008 pela revista Bravo!

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