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Cientistas comprovam que esqueleto encontrado na Inglaterra é mesmo de Ricardo III

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h35 - Publicado em 4 dez 2014, 23h33

Agora não restam mais dúvidas de que o esqueleto encontrado em 2012 em um estacionamento em Leicester, na Inglaterra, é mesmo de Ricardo III, Rei da Inglaterra entre 1483 e 1485. A descoberta do esqueleto foi feita por pesquisadores da Universidade de Leicester, em colaboração com a Richard III Society e com o Conselho Municipal da região. Muita gente esteve envolvida porque o projeto era ambicioso: escavar a tumba perdida do último rei da dinastia dos York e do último rei inglês a morrer durante uma batalha.

Mesmo sabendo a localização aproximada da tumba com registros históricos com mais de 527 anos, muita coisa mudou na geografia urbana da região de Leicester. Depois de morto, o monarca foi enterrado em um convento sem nenhuma cerimônia especial. Por isso, diferentemente de outros membros da realeza britânica, seus restos mortais acabaram desaparecendo.

Esqueleto de Ricardo III (foto: Universidade de Leicester)

Esqueleto de Ricardo III (foto: Universidade de Leicester)

Para ter certeza absoluta

Depois de quase um ano da descoberta do esqueleto, em 2013, os cientistas já tinham quase certeza de que a ossada pertencia à Ricardo III, devido a análises de cicatrizes e com base na curvatura da coluna vertebral. A pesquisa definitiva, no entanto, só foi publicada agora, na revista Nature Communications. E, graças a essas investigações, os resultados concluem um dos casos de investigação forense mais antigos da história do Reino Unido.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores combinaram o DNA do esqueleto com o de sete parentes vivos de Ricardo III: dois pela linhagem feminina da família e cinco pela linhagem masculina. O DNA dos parentes e do esqueleto foi coletado e analisado sob vários tipos de marcadores genéticos, incluindo os genomas mitocondriais completos (herdados através da linha materna) e os marcadores dos cromossomos Y, herdados da linha paterna.

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Pulada de cerca real

Só que, por essa ninguém esperava: os cientistas encontraram uma combinação positiva apenas entre os parentes da linhagem feminina, com o genoma mitocondrial. Não houve combinação entre o cromossomo Y dos restos mortais de Ricardo com a linhagem masculina da família. Ou seja, alguém, em algum momento da história da família real inglesa, teve filhos fora do casamento, o que poderia colocar em xeque a linha de sucessão. Mas, para os cientistas, isso não é um fator significante, “dada a conhecida possibilidade de uma falsa-paternidade em algum momento da história das diversas gerações”.

Se houve mesmo a “pulada de cerca”, o resultado poderia questionar a legitimidade de Henrique IV, Henrique V, Henrique VI e “toda a dinastia Tudor”, a começar por Henrique VII, seguido de Henrique VIII, Eduardo VI, Maria I e Elizabeth I, segundo conta o próprio estudo. Porém, os pesquisadores não têm o objetivo de contestar a legitimidade da atual Rainha da Inglaterra, Elizabeth II. “O que nós descobrimos é que há uma quebra na cadeia… Nós não sabemos quando esta quebra ocorreu. […] De forma alguma estamos indicando que Sua Majestade não deveria estar no trono”, afirmou em coletiva o vice-chanceler da Universidade de Leicester, Kevin Schurer, para quem a história real inglesa foi submetida a “todo tipo de reviravolta”.

– Leia também: Os Tudor, um século de poder

– Leia também: Guerra das Rosas, luta das casas reais inglesas durante o século 14

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Mudança na aparência do retrato real

Esse é o retrato que mais se aproxima das características físicas identificadas pelos pesquisadores. (imagem: reprodução)

Loiro e de olhos azuis: Esse é o retrato que mais se aproxima das características físicas identificadas pelos pesquisadores. (imagem: reprodução)

Os pesquisadores também usaram marcadores genéticos para determinar o cabelo e a cor dos olhos de Ricardo III e constataram que, provavelmente, a aparência do monarca se assemelha mais com uma das primeiras versões de seus retratos, a que pertence à Sociedade de Antiquários de Londres. A chance de ele ter cabelo loiro é de 77% e a de ter olhos azuis é de 96%, bem diferente da versão morena como ele é frequentemente apresentado em quadros e estátuas de cera.

Para os cientistas, esse é um grande avanço no estudo da aparência de esqueletos tão antigos. “Fazer inferências sobre o cabelo ou a cor dos olhos de uma pessoa só a partir de alguns fragmentos de DNA obtidos a partir de um esqueleto teria sido impensável há apenas alguns anos atrás”, relatam.

Com informações da Nature.com e BBC.com

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Cientistas comprovam que esqueleto encontrado na Inglaterra é mesmo de Ricardo III
Agora não restam mais dúvidas de que o esqueleto encontrado em 2012 em um estacionamento em Leicester, na Inglaterra, é mesmo de Ricardo III, Rei da Inglaterra entre 1483 e 1485. A descoberta do esqueleto foi feita por pesquisadores da Universidade de Leicester, em colaboração com a Richard III Society e com o Conselho Municipal […]

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