Como cai na prova: Análise do discurso
O GUIA mostra qual a melhor forma de estudar o conteúdo que é bastante cobrado no Enem e outros processos seletivos
A interpretação de texto e a análise do discurso são o cerne da prova de Linguagens do Enem. As habilidades são frequentemente cobradas dos candidatos em diversos gêneros textuais: crônicas, contos, poemas, romances, reportagens, entrevistas, artigos, charges, propagandas e até pinturas aparecem em questões que avaliam as capacidades de leitura e assimilação dos candidatos. Para ajudar os estudantes a entender melhor como o exame traz o assunto, o GUIA conversou com a professora de Português do Colégio e Cursinho Bernoulli, Allana Mátar de Figueiredo.
Segundo a professora, as questões do Enem têm um modelo parecido e trazem sempre um pequeno texto motivador que pode nortear mais de um exercício da prova. “A grande diferença do Enem para os outros vestibulares é que ele traz um texto base e várias questões sobre o mesmo tema. Os demais têm perguntas mais objetivas, mais rápidas e com estrutura enxuta”.
Allana destaca que é importante que o candidato trabalhe sempre, inicialmente, com algumas estratégias de leitura. “Ler a referência bibliográfica e o título são algumas das primeiras etapas, porque neles o aluno pode encontrar dicas relevantes para a interpretação da pergunta”, explica. Além disso, a professora recomenda que o estudante identifique, no trecho, quais são os argumentos principais e secundários.
Ao abrir a prova de Linguagens, o ideal é que o aluno vá direto ao enunciado de cada questão, antes mesmo de ler o texto de referência. “No enunciado, o estudante encontrará a situação problema e o objetivo da questão. Assim, ele poderá ler o texto-base e encontrar, com mais facilidade, os trechos que precisam de atenção”, diz.
Entender a estrutura da prova pode ajudar o candidato a resolver as questões de análise do discurso, conforme a professora. Ela destaca que o exame traz sempre cinco alternativas, com algumas mais fáceis de ser eliminadas. Nesse caso, é bom que o aluno esteja atento a palavras-chave que podem definir a resposta correta para a pergunta. Termos genéricos ou generalizantes podem sinalizar alternativas erradas. Allana recomenda ainda que o estudante preste atenção nos verbos que abrem cada sentença e reforça que os enunciados de análise do discurso raramente pedem a opção incorreta. “Não existe exceto no Enem. O aluno que vai praticando começa a se familiarizar”.
Tipos de questões
Questões que pedem o objetivo comunicativo do texto são comuns na avaliação. “Pode ser, por exemplo, informar sobre um certo acontecimento, alertar a população sobre algo, defender um ponto de vista”, explica Allana. Perguntas que requerem do aluno saber identificar o gênero e a função social do trecho destacado pela prova também aparecem com frequência. Em trechos argumentativos, a professora recomenda que os estudantes se atentem para as estratégias utilizadas pelo autor para que o texto faça sentido. Contra-argumentação, alusão histórica, exemplificação e uso de dados estatísticos podem ser algumas delas.
Na Literatura, é importante que o candidato estude questões prévias, especialmente sobre poemas e saiba distinguir qual o foco temático deles. De acordo com a professora, é recorrente que o Enem peça o que o ‘eu lírico’ manifesta no excerto. Já para exercícios que avaliam a análise do discurso em charges, tirinhas e cartuns, é necessário que o estudante saiba avaliar como são construídos o humor e a crítica expostos na peça. “É preciso que o aluno identifique o elemento linguístico que proporciona a crítica, que pode ser uma palavra, uma expressão, ou uma imagem”, destaca Allana.
Ritmo
Para se preparar para fazer uma boa análise do discurso no exame, a professora de Português lembra que a melhor forma de se familiarizar com a prova é construir um ritmo e uma rotina de leitura. “O aluno precisa não só ser um leitor proficiente, mas também ágil, porque a maioria dos candidatos que demoram a ler acabam chutando”, destaca. Por se tratar de uma prova grande, Allana lembra que o aluno deve tentar realizar as questões mais fáceis primeiro e deixar as mais difíceis para o final. “Se ele precisar chutar, de acordo com a estrutura da prova, as questões difíceis erradas tiram menos pontos dos candidatos”.
Separar horários na semana para se dedicar à leitura de textos é um bom começo para os estudantes que ainda têm dificuldade de interpretação. “Muitas vezes o aluno é dependente do professor e isso o prejudica. Ele precisa tentar interpretar, por conta própria, poemas, contos, ler reportagens mais elaboradas e outros gêneros para exercitar a habilidade de destrinchar um texto”, diz.
Gabarito das questões-exemplo:
Questão 99 – Enem 2014: Letra C
Questão 130 – Enem 2016 – 2ª aplicação: Letra C
Questão 119 – Enem 2016: Letra C
Questão 117 – Enem 2016: Letra A
Questão 130 – Enem 2015: Letra A