Conheça os escritores que inspiraram Machado de Assis
Descubra os autores que influenciaram o mestre do realismo brasileiro

Machado de Assis é frequentemente citado como o maior escritor da literatura brasileira. Mas você já parou para pensar em como ele chegou até este posto? Afinal, quais obras Machado gostava de ler? Quais escritores ajudaram a moldar seu estilo único?
Conhecer essas influências vai além da curiosidade: é um jeito inteligente de entender melhor as entrelinhas de seus livros, enriquecer análises e ainda ter repertório extra para brilhar em provas e concursos.
Confira alguns desses autores, elencados pela editora Antofágica.
1. Xavier de Maistre
Um dos autores que mais inspirou Machado foi o francês Xavier de Maistre, com sua famosa “Viagem ao Redor do Meu Quarto”. Maistre mostrou que é possível explorar o mundo sem sair do lugar — ideia que Machado transformou em uma marca própria: a viagem para dentro da mente e da alma. Basta lembrar de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, em que o narrador passeia por suas memórias e reflexões, conversando diretamente com o leitor, um recurso que Maistre também usava.
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2. William Shakespeare
Machado também era fã declarado do inglês Shakespeare. Ele lia suas obras no original e admirava sua forma de explorar dilemas humanos. Essa influência é visível em personagens ambíguos como Capitu, que desafiam rótulos. Além disso, como crítico de teatro, Machado escreveu resenhas sobre companhias italianas que encenavam Shakespeare no Brasil. “Otelo” foi uma de suas maiores referências: não por acaso, a obra inspirou a autora Helen Caldwell a escrever “O Otelo Brasileiro de Machado de Assis”, comparando o ciúme de Bentinho em Dom Casmurro ao de Otelo.
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3. Alexandre Dumas
Sim, o mestre dos romances de aventura também marcou Machado. O francês Alexandre Dumas, autor de “Os Três Mosqueteiros”, influenciou o brasileiro não no estilo de ação, mas na forma de criar tramas envolventes e personagens memoráveis. Prova disso é a citação de “Os Três Mosqueteiros” no conto “A Missa do Galo”, quando o jovem Nogueira espera a hora da missa de Natal folheando esse livro.
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4. Arthur Schopenhauer
Machado também bebia da filosofia. Foi leitor do filósofo alemão Arthur Schopenhauer, especialmente de “A Metafísica do Amor”. Em sua crônica “O Autor de Si Mesmo” (1895), Machado reflete sobre uma notícia trágica — uma criança abandonada — usando as ideias do filósofo, para quem o amor não é impulso puro do espírito, mas um artifício engenhoso da natureza para perpetuar a espécie. Machado questiona, então, o sentido de nascer sem ter quem ame.
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5. John Milton
Outro nome que aparece em suas referências é do inglês John Milton, autor do épico “O Paraíso Perdido”. Machado admirava a força simbólica do poema e o usou como base para metáforas em suas obras. Em “Dom Casmurro”, Bentinho compara a vida a uma grande ópera, onde Deus seria o poeta e Satanás, o maestro rebelde — uma clara referência à rebelião dos anjos que Milton descreve.
Vale a pena revisitar essas influências. E, quem sabe, fazer como Machado: ter sua lista de autores preferidos, que abrem portas para entender o mundo — e a literatura — de um jeito cada vez mais crítico e curioso.
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