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Fazer estágio no último ano é suficiente, diz vice-reitora da FEI

Estagiar é quase obrigatório para quem quer atuar no mercado, mas alunos precisam de cautela

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h34 - Publicado em 19 mar 2010, 16h40

O mercado valoriza quem faz estágio, mas estagiar por seis horas diárias no último ano é suficiente para obter boa formação. A opinião é da vice-reitora de extensão e atividades comunitárias da FEI, Rivana Basso Marino.

– Como é o estágio ideal?

Na entrevista a seguir ela fala sobre a importância do estágio profissional na formação dos estudantes e dá conselhos para quem desejar conciliar estudos e estágio. “Se ele [o aluno] tem dedicação maior, aproveita melhor as atividades acadêmicas”, garante Rivana.

Confira a íntegra da entrevista, concedida por telefone:

Guia do Estudante: Qual é a importância do estágio profissional para a formação acadêmica e para a vida do universitário? Isso varia para cada curso?

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Rivana Basso Marino: O estágio hoje é previsto nas diretrizes curriculares de boa parte dos cursos. Obrigatório ou não [para a obtenção do diploma], para o mercado ele é obrigatório. Se o aluno quer seguir na carreira profissional, é muito importante estagiar.

Quem opta por uma carreira acadêmica, pode fazer coisas que não são estágio, como iniciação cientifica ou monitoria, mais vinculadas à pesquisa. A gente pode considerar iniciação cientifica estágio, mas para os alunos que não conseguem estágio, a gente oferece vagas em nosso instituto de pesquisa, conseguimos estágio internamente.

GE: Como a senhora avalia a nova Lei do Estágio? Ela introduziu melhorias para a formação dos alunos?

RBM: Do ponto de vista educacional, o limite de seis horas ajuda muito, porque o aluno estagiário tem mais tempo para se dedicar à sua formação. O estágio tem o papel muito importante de colocar o aluno diante da realidade da profissão. Nós oferecemos uma carga prática muito grande em nossos laboratórios, mas eles não são o ambiente de trabalho. O estagio coloca o aluno diante da realidade do mercado profissional e isso tem muito valor.

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Mas não podemos esquecer que o estágio é complementar à formação universitária. Fazendo uma carga de estágio menor, o aluno tem tempo para desenvolver atividades complementares à sala de aula, se apropriar melhor do conhecimento obtido em sala.

Quem faz oito horas de estagio e fica mais quatro ou cinco horas na aula quase não tem tempo de fazer trabalhos e de estudar. Fica numa rotina muito pesada, sem poder pegar o livro e ir mais fundo naquilo que lhe interessa, não pode fazer trabalhos com calma.

GE: Há empresas que pressionam pela volta dos estágios de oito horas. Como a redução do limite de horas influenciou o oferecimento de estágios para os alunos?

RBM: A lei veio numa fase complicada de crise financeira, então ficou difícil de saber. Mas nosso setor de estágios está trabalhando normalmente, costumamos assinar dois mil contratos de estágio por semestre e não houve redução do número de estágios desde a implementação da lei.

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Houve situações em que o estagiário não tinha uma função realmente de estagiário e a empresa precisava dele por oito horas. Aí ele foi contratado. Ou então, alunos que já haviam feito os dois anos de estágio e também foram efetivados.

Empresas que contratam nossos estagiários se adaptaram relativamente bem. Isso afeta mais o aluno do [período] noturno, porque os do diurno já tinham uma carga reduzida de quatro ou seis horas de estágio. Então, hoje o aluno chega cedo na FEI, vai para a biblioteca, tem um convívio universitário que é muito enriquecedor. Nesse sentido foi muito bom.

GE: Que conselho a senhora dá aos jovens que pretendem estagiar desde o primeiro ano da faculdade?

RBM:
Se o aluno tem condições, pelo menos nos três primeiros anos, ele não deve se preocupar com estágio. Deve deixar isso para o penúltimo ou último ano. Participar de projetos na escola, como iniciação científica, ter um convívio com os colegas, conseguir uma formação ampla. Tudo isso é muito importante.

Alguns alunos não podem ter essa dedicação e têm uma vida mais puxada trabalhando e estudando. Mas nessa fase é importante aprender a estudar sozinho, não pode sair da faculdade só com o conhecimento obtido em sala, tem que ser autônomo. Se ele tem dedicação maior, aproveita melhor as atividades acadêmicas.

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Aconselho começar a procurar estagio faltando um ano e meio para sua formação. Os próprios processos pra estágio são pesados. Mas esse período de procura é suficiente. Aliás, é mais que suficiente para a formação fazer um estágio de seis horas diárias no último ano.

GE: A regulamentação dos estágios no Brasil ainda pode melhorar? Como?

RBM: Não sei. Aí entram aspectos legais e eu não saberia dizer. Mas já se resolveu muito. Tinha um pouco de se contratar alunos como estagiários para fazer algo que não era complementação da formação acadêmica. Era mesmo questão de pagar menos encargos, uma questão trabalhista. Não sei avaliar se ainda temos isso.

O aluno às vezes, em semana de prova, tinha que viajar pela empresa. Ele não pode ter responsabilidades com o emprego que prejudique o curso dele. Hoje a legislação dispensa metade da jornada em época de provas. Mas não saberia fazer balanço sobre o que melhorou e o que precisa ser melhorado.

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