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Fernando Pessoa: biografia, heterônimos e principais obras

O poeta português é lembrado principalmente por seus heterônimos Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 19 mar 2024, 14h58 - Publicado em 16 mar 2024, 19h00

Poeta por excelência, Fernando Pessoa deixou um legado único na literatura não apenas de seu país, Portugal, mas do mundo todo. Quase 90 anos depois de sua morte, é cada dia mais estudado e lembrado por sua obra universal. Não conformava-se com apenas uma forma de ver o mundo, e por isso inventou sua própria. Criou dezenas de heterônimos com nome, sobrenome, profissão e até mapa astral.

Abaixo, conheça um pouco sobre a história do escritor e a vastidão de sua obra.

Biografia

Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em 13 de junho de 1888 em Lisboa, Portugal. Filho de uma família da baixa aristocracia, perdeu o pai, Joaquim de Seabra Pessoa, quando tinha apenas cinco anos de idade. Sua mãe, Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa, voltou a se casar poucos anos depois com o cônsul João Miguel Rosa, e por isso toda a família mudou-se para Durban, na África do Sul.

Os acontecimentos da infância e adolescência de Fernando Pessoa moldaram profundamente sua identidade e literatura. Além do pai, perdeu também um irmão e duas irmãs, os três falecidos nos primeiros anos de vida.

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Entre idas e vindas, Pessoa retorna definitivamente à sua terra natal em 1905, e nos anos seguintes dedica-se à escrita – seja nos poemas, traduções ou ensaios e críticas publicados na revista literária “A Águia”. Chega a abrir uma pequena gráfica com o dinheiro da herança deixada pela avó, mas o negócio logo vai à falência.

O grande marco inicial da sua trajetória literária foi, muito provavelmente, a revista “Orpheu“, que ajuda a fundar em 1915. A publicação literária é reconhecida como o início do Modernismo em Portugal, movimento literário do qual Fernando Pessoa tornaria-se o grande nome. Nesta época, aproxima-se de outros reconhecidos autores portugueses como Mário de Sá-Carneiro.

O fato de ter recebido uma educação em inglês, nas escolas da África do Sul, influenciou os primeiros passos de Pessoa como escritor – o primeiro livro que publica, em 1918, é 35 Sonnets, uma coletânea de sonetos escritos em inglês. No mesmo idioma, publica também as coletâneas Antinous, English Poems I, II e III. Seu único livro publicado em vida e em língua portuguesa foi Mensagem – uma quase epopeia sebastianista que resgata a história de Portugal.

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+ “Mensagem”: resumo da obra de Fernando Pessoa

Ao longo de sua vida, o escritor português também interessou-se pela filosofia, política, publicidade e até astrologia – tinha sol em gêmeos e ascendente em escorpião, informações que, do seu ponto de vista, valiam menção. Fernando Pessoa morreu aos 47 anos, no dia 30 de novembro de 1935, vítima de uma cirrose hepática. No leito de morte, registrou suas últimas palavras no papel “I know not what tomorrow will bring” (“Não sei o que o amanhã trará”).

Os escritos de Fernando Pessoa seguiram sendo compilados nas décadas seguintes a sua morte, e deram origem a outras publicações como o “Livro do Desassossego” – obra do autor mais próxima de um romance, assinada por seu semi-heterônimo, Bernardo Soares.

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Heterônimos de Fernando Pessoa

Fernando Pessoa é conhecido por ser o grande poeta português, embora tenha escrito muito em inglês. Lembrado por seus interesses um tanto excêntricos – que iam da astrologia ao ocultismo. Por ter transitado em tantas áreas diferentes, ainda que não tenha completado 50 anos de vida. Mas nada, provavelmente, chama tanto a atenção quanto seu talento para criar as múltiplas personalidades de seus heterônimos.

Diferentemente dos pseudônimos, nomes fictícios usados por escritores para assinar seus textos, os heterônimos vão muito além de uma simples assinatura. É construída uma personalidade, valores e história em torno destes nomes, o que pode tornar textos escritos por uma mesma pessoa completamente diferentes. É o que fazia Fernando Pessoa.

Logo na infância o escritor criou seu primeiro heterônimo, Chevalier de Pas. Ao longo dos anos surgiram outros, como Charles Robert Anon e H. M. F. Lecher. Os mais famosos, no entanto, são Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro.

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  • Ricardo Reis: Nascido em 19 de setembro de 1887, Ricardo Reis é o único heterônimo de Fernando Pessoa que não tem uma data de morte – o que instigou o escritor José Saramago a escrever o livro “O ano da morte de Ricardo Reis“. Médico, Reis é descrito por Pessoa como um monarquista convicto, que inclusive mudou-se para o Brasil em protesto à proclamação da República em Portugal. Suas obras são bucólicas e prezam pelo resgate de uma literatura clássica, calcada em um rigor formal. Temas mitológicos e o fim da vida são frequentes em suas poesias.
  • Álvaro de Campos: é o heterônimo de Fernando Pessoa que apresentou, mais definidamente, fases em sua produção poética. Álvaro de Campos nasceu em 15 de outubro de 1890 e era engenheiro de formação. Seus poemas são influenciados, em um primeiro momento, pelo simbolismo, mas acabam ao longo do tempo assumindo um tom niilista. Criticava a modernidade e questionava o sentido da vida e das coisas. É autor de um dos mais famosos poemas de Língua Portuguesa, “Tabacaria”.
  • Alberto Caeiro: Sem profissão e sem educação formal, Alberto Caeiro é considerado, por Fernando Pessoa, o mestre de todos os outros seus heterônimos. O camponês representa a verdadeira sabedoria, aprendida fora dos livros. Era avesso a formalismos e às explicações metafisicas ou filosóficas sobre a vida. Sua obra é de linguagem simples, direta.

+ Análise dos Poemas Completos de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa

Além destes, Fernando Pessoa teve ainda um semi-heterônimo, Bernardo Soares. Na narrativa inventada por Pessoa, os dois teriam se conhecido em Lisboa e Soares teria lhe entregado os escritos que compuseram, décadas mais tarde, o “Livro do Desassossego”. Bernando Soares guardava características em comum com seu criador. Sobre este heterônimo, Pessoa afirmou:

“Não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e afectividade”.

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Principais obras de Fernando Pessoa

Em vida, Fernando Pessoa publicou os seguintes livros:

  • 35 sonnets (1918)
  • Antinous (1918)
  • English poems (1921) — em três volumes
  • Mensagem (1934)

O Livro do desassossego, assinado pelo semi-heterônimo, Bernardo Soares, foi publicado postumamente em 1982.

Outros poemas escritos pelos heterônimos de Fernando Pessoa ao longo de décadas foram compilados e publicados em coletâneas mais tarde:

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