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Fuvest 2010: Vidas Secas fala da opressão do homem contra o homem

Frases curtas e diretas no livro de Graciliano Ramos marcam a história de uma família assolada pelo clima e autoridades

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 11 abr 2018, 19h53 - Publicado em 18 nov 2009, 14h45

Em Vidas Secas (1938), Graciliano Ramos deixa claro que as condições naturais desfavoráveis não são as únicas culpadas pela miséria humana. A afirmação é de Fernando Marcílio Lopes Couto, professor de literatura do Sistema Anglo de Ensino.

O livro é muito característico do neorealismo nordestino dos anos 30, diz o professor. A trama gira em torno de uma família que migra de tempos em tempos para fugir da seca. Ela é composta por Fabiano, sua esposa Vitória e seus filhos (cujos nomes não aparecem, são chamados de “Menino mais Velho” e “Menino mais Novo”). “Também tem a cachorra Baleia, que é parte da família”, acrescenta Couto.

São as personagens secundárias, no entanto, que destacam a principal ideia do livro. “A família é vítima da seca, mas seus problemas vêm também da sociedade. O patrão de Fabiano representa a repressão política”, analisa Couto. O soldado amarelo, por sua vez, assume o papel da repressão das instituições, prendendo e batendo em Fabiano. “Não há que se voltar para Deus e culpá-lo pela miséria. A culpa é dos homens, que podem resolvê-la”, completa o professor.

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A linguagem usada por Graciliano nesta obra também se destaca. “Foi genial. Criou uma linguagem adequada à seca. Um estilo seco que diz muito com poucas palavras. Ele usa adjetivos de forma muito interessante, chamando atenção para a paisagem. Um estilo bastante direto”, descreve Fernando Couto.

Ele destaca ainda outra peculiaridade de Vidas Secas: “o narrador busca os pensamentos dentro das personagens, porque elas não exteriorizam o que pensam, nem o que sentem”. Assim, conclui Couto, Graciliano apresenta uma reflexão que vai além da questão social: trata dos aspectos psicológicos da opressão social. “A vida é seca, não só o ambiente. A vida é seca a partir de quando o homem também é”.

ANALOGIA ENTRE OBRAS
O vestibular costuma pedir analogias entre os livros da lista obrigatória, alerta o professor Fernando Couto. Por isso, ele destaca: Vidas Secas relaciona-se com O Cortiço (1890) e com Capitães da Areia (1937) por abordar problemas sociais. Mas os livros se diferenciam por conta de seus cenários: enquanto a obra de Graciliano fala da realidade rural, as outras duas obras tratam de questões urbanas.

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– Confira análise de Vidas Secas

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Estudo
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Frases curtas e diretas no livro de Graciliano Ramos marcam a história de uma família assolada pelo clima e autoridades

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