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O ato de heroísmo que salvou mais de 1.000 do genocídio em Ruanda

Em 1994, integrantes da maioria hutu massacraram mais de 800 mil tutsis no país africano. Saiba mais sobre um dos episódios mais horríveis do século XX

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 7 abr 2021, 11h09 - Publicado em 8 abr 2014, 02h13

Se estivesse nas suas mãos a chance de salvar centenas de pessoas, mesmo que isso pudesse custar a sua vida, o que você faria? Paul Rusesabagina escolheu fazer a diferença durante um dos episódios mais tristes da humanidade, o genocídio em Ruanda, na África, que aconteceu em 1994. Graças a ele, 1.268 vidas foram poupadas.

++Dez genocídios do século 20

Em menos de 100 dias, cerca de 800 mil cidadãos da minoria étnica tutsi foram massacrados por extremistas hutus. Paul Rusesabagina trabalhava como gerente em uma rede de hotéis e conseguiu chegar a um deles, o luxuoso Mille Collines, em abril daquele ano. Com a mulher e os dois filhos, ficou confinado durante 76 dias e deu abrigo a centenas de refugiados. Para garantir a sobrevivência dos hóspedes, manteve relações cordiais com os líderes do genocídio, história que ficou famosa em 2004, ao ser contada no filme Hotel Ruanda.

++ Saiba mais sobre o filme que conta a história de Paul Rusesabagina e veja o trailer

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A Aventuras na História fez uma entrevista exclusiva com o herói de Ruanda em 2007. O bate-papo revelou detalhes sobre como ele foi capaz de contornar as tentativas de invasão dos rebeldes ao hotel:

“Nossa situação era precária. Não tínhamos água – precisávamos racionar a água da piscina –, não tínhamos eletricidade, a comida era escassa. Além disso, eu tinha de entreter os homens da milícia e do exército, conversar com eles, oferecer cerveja. Sempre tive em mente que nenhum ser humano é completamente bom ou completamente mau. Então, eu tentava enxergar o lado bom desses homens e usá-lo da melhor maneira possível para que eles deixassem em paz as pessoas no meu hotel. Quando eles ameaçavam os hóspedes, eu costumava dizer a eles: ‘Sei como você se sente. A guerra faz isso com as pessoas. Tome uma cerveja, vá para casa, descanse e volte amanhã’. Geralmente eles não voltavam.”

Ele também contou o histórico do conflito e deu sua visão sobre o porquê de os Estados Unidos não terem feito nenhuma intervenção em Ruanda para evitar o genocídio: “Cerca de 800 mil pessoas morreram em três meses e o que o mundo disse a respeito? Nada. Fechou os olhos para  e abandonou o país. Além disso, não há riquezas naquela terra, não há petróleo lá. Só havia pessoas se matando”.

Vale a pena ler o depoimento do homem que viu de perto tudo isso acontecer.  Leia a entrevista feita com Rusesabagina na íntegra.

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Segundo o próprio Rusesabagina, muitas das cenas do filme são menos violentas do que houve na realidade (Foto: Reprodução/Hotel )Segundo o próprio Rusesabagina, muitas das cenas do filme são menos violentas do que houve na realidade (Foto: Reprodução/Hotel Ruanda)

Por duas décadas, Paul Rusesabagina viveu exilado com a família na Bélgica e nos Estados Unidos e ganhou diversos prêmios mundiais por sua atuação em prol da paz. Mas, em 2020, retornou a Ruanda num voo que deveria ter pousado em outro país e foi preso e acusado de terrorismo. Rusesabagina vinha criticando o governo de Paul Kagame pela falta de liberdades democráticas e se recusou a participar de seu próprio julgamento, em março de 2021, apontando arbitrariedades no processo. Segundo o governo, Rusesabagina teria ligação com ações violentas da Frente Libertadora Nacional em 2018 e 2019. A comunidade internacional vê com desconfiança a prisão do opositor.

 

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O ato de heroísmo que salvou mais de 1.000 do genocídio em Ruanda
Em 1994, integrantes da maioria hutu massacraram mais de 800 mil tutsis no país africano. Saiba mais sobre um dos episódios mais horríveis do século XX

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