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Irã, Arábia Saudita e petróleo: entenda a Guerra Fria do Oriente Médio

Os Estados Unidos, parceiros da Arábia Saudita, já se mostraram à disposição para responder ao ataque

Por Taís Ilhéu
16 set 2019, 15h18
 (Wikimedia Commons/Lucas Silva/Reprodução)
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Desde sábado (14), o Oriente Médio vive sob tensão e risco de um novo conflito. O motivo são as explosões de duas instalações petrolíferas da Arábia Saudita depois de um ataque de drones. Depois do acontecimento, a produção de petróleo no país despencou 50%, o preço no mundo registrou alta de quase 20% nesta segunda (16) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que tomará medidas sobre o ocorrido assim que a Arábia Saudita indicar um culpado. 

Os Estados Unidos são um dos maiores parceiros políticos, militares e econômicos do país, hoje maior produtor de petróleo do mundo. Por outro lado, fazem oposição ferrenha ao governo do Irã, que já está sendo apontado como culpado pelo ataque — ainda que rebeldes houtis, do Iêmen, tenham assumido a autoria. 

O Iêmen — assim como a Síria — também é palco de um conflito que opõe Irã e Arábia Saudita. Enquanto o Irã apoia os rebeldes houthi, de origem xiita e que assumiram o controle de várias regiões do Iêmen após derrubarem o presidente do país, em 2014, a Arábia Saudita e os Estados Unidos tentam se livrar dos rebeldes. 

Historicamente, Irã e Arábia Saudita, ambos produtores de petróleo, sempre competiram pelo controle geopolítico no Oriente Médio. Com o objetivo de enfraquecer o primeiro, que tem uma economia mais frágil e completamente dependendo do petróleo, a Arábia sempre manteve uma alta produção de petróleo de modo a baratear o barril do produto. Estima-se que agora, com o ataque, cerca de 5% da produção mundial de petróleo, oriunda do país, fique comprometida. 

Ainda nesta segunda (16), o porta-voz houthi Yahiya Saree ameaçou atacar novamente as reservas da Arábia Saudita, reforçando a autoria do ataque. O coronel saudita Turki al Maliki, por outro lado, diz que as investigações apontam que as armas usadas para o ataque são provenientes do Irã. Autoridades do país, em Teerã, negam que estejam envolvidas. 

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