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Livros da Fuvest 2010: O Cortiço narra degradação moral no Rio de Janeiro

Livro símbolo do naturalismo tem cenário marcado pela urbanização que exclui os pobres

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h50 - Publicado em 18 nov 2009, 11h16

Livros da Fuvest 2010: O Cortiço narra degradação moral no Rio de Janeiro

Novidade na lista de livros obrigatórios da Fuvest 2010, O Cortiço, de Aluísio Azevedo, foi publicado pela primeira vez em 1890. “É uma obra símbolo do naturalismo brasileiro”, avalia Fernando Marcílio Lopes Couto, professor de literatura do Sistema Anglo de Ensino.

O livro, diz Couto, sintetiza dois aspectos do naturalismo: a sexualização (evidenciada pelas referências à sexualidade das personagens e pela presença de homossexuais e ninfomania) e a animalização (que ocorre quando as personagens agem por instinto, reduzidas ao seu instinto animal).

A história se passa no Rio de Janeiro, no fim do século 19, quando a cidade passava por um processo de urbanização que não estendeu seus benefícios aos menos favorecidos, analisa o professor. “É isso que Aluízio de Azevedo flagra no romance: um desenvolvimento seletivo, que beneficia apenas alguns”.

PERSONAGENS SEM DIGNIDADE
Os personagens mais importantes do livro, segundo Couto, são João Romão e Jerônimo. Romão é o dono do cortiço. Explorando seus inquilinos, ele muda, aos poucos, de classe social. Abandona sua amante (a escrava Bertoleza, que se suicida após ser deixada) e se casa com uma moça rica. “Isso mostra sua ascensão social. Mas sua trajetória é de degradação moral, como as outras personagens”, comenta o professor.

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Jerônimo é um português que emigra para o Brasil para trabalhar e melhorar de vida, mas passa por transformações radicais. Trai a esposa com Rita Baiana, uma morena sedutora, moradora do cortiço, começa a beber e a reclamar do trabalho. Para ficar com Rita, mata o namorado dela, Firmo, coroando sua degradação. “Ele perde todos seus valores, como o João Romão. Mas acaba a história mal”, analisa Couto.

Se Memórias de um Sargento de Milícias fala das classes baixas usando humor, O Cortiço aborda o mesmo tema com linguagem mais crua, expondo sem rodeios a decadência moral das pessoas, relaciona Fernando Couto. Outra obra da lista obrigatória da Fuvest que se relaciona com O Cortiço é Capitães da Areia (1937), expõe o professor. Os dois livros, diz ele, tratam de problemas urbanos e ligados à moradia.

– Leia mais resumos dos livros obrigatórios da Fuvest 2010

– Confira trechos comentados do livro de Aluísio Azevedo

– Leia análise de O cortiço

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Livro símbolo do naturalismo tem cenário marcado pela urbanização que exclui os pobres

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