Produto das transformações sofridas pelo Brasil nas duas primeiras décadas do século 20, o período modernista brasileiro começou com a Semana de Arte Moderna de 1922. Ele evolui em três gerações, marcadas pela busca de inovações capazes de amadurecer a literatura nacional.
Primeira geração (1922-1930)
Seus expoentes máximos são Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954). Tida como iconoclasta, caracterizou-se pela negação do passado, pelo caráter destrutivo de suas propostas, pelo nacionalismo e pela valorização do cotidiano como matéria prima da Literatura. A redescoberta da realidade brasileira e do coloquialismo também marcam sua produção.
Segunda geração (1930-1945)
Fase de consolidação do Modernismo no Brasil. Na poesia, autores como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) e Cecília Meireles (1901-1964) apresentam preocupação acentuada com a análise do ser humano e suas angústias – reflexo da sociedade em crise, na qual é essencial indagar o sentido da existência.
Prosa: o neorrealismo do romance regionalista apresenta a problematização da luta pela sobrevivência em uma sociedade dominada pela exploração e pelas intempéries. Esse tema aparece, por exemplo, nas obras de ficção de Graciliano Ramos (1892-1953), José Lins do Rego (1901-1957), Rachel de Queiroz (1910-2003) e Jorge Amado (1912-2001).
Terceira geração (1945-1960)
Um de seus representantes é João Guimarães Rosa (1908-1967), criador de uma prosa universal, em que o sertão é palco para discussão de dramas humanos, narrados em linguagem poética e inventiva. Outro representante é a escritora Clarice Lispector (1920-1977), que aparece com uma literatura introspectiva, marcada pela quebra da linearidade discursiva e pela epifania. Também se destaca João Cabral de Melo Neto (1920-1999), cuja obra caracteriza-se pelo rigor formal, pelo equilíbrio e pela busca da significação máxima da palavra.
Com o que ficar atento?
As transformações significativas pelas quais passaram a sociedade brasileira – especialmente nas décadas de 60 e 70 – criaram o conceito de pós-Modernismo e fizeram emergir tendências literárias como o Concretismo, a Poesia Práxis.
Além disso, observa-se que, ao revolucionar as artes, a literatura, a música e a arquitetura no Brasil, o Modernismo inspirou e possibilitou o surgimento de movimentos posteriores, como o Cinema Novo, o Tropicalismo e o Teatro de arena.
Como já caiu no vestibular?
(Unifesp-SP) Sobre Manuel Bandeira, é correto afirmar que
a) a insistência em temas relacionados ao sonho e à fantasia aponta para uma concepção de vida fugidia e distanciada da realidade. Dessa forma, entende-se o poeta na transição entre o Realismo e Modernismo.
b) sua obra é muito pouco alinhada ao Modernismo, pois sua expressão exclui por completo a linguagem popular, priorizando a erudição e a contenção criadora.
c) o desapego aos temas do cotidiano o aponta como um poeta que, embora inserido no Modernismo, está muito distanciado das causas sociais e da busca de uma identidade nacional, como fizeram seus contemporâneos.
d) o movimento modernista teve com seu trabalho e com o de poetas como Oswald e Mário de Andrade a base de sua criação. Bandeira recriou literariamente suas experiências pessoais, com temas como o amor, a morte e a solidão, aos quais conferiu um valor mais universal.
e) o poeta trata de temas bastante recorrentes ao Romantismo, como a saudade, a infância e a solidão. Além disso, expressa-se como os românticos, já que tem uma visão idealizada do mundo. Daí seu distanciamento dos demais modernistas da primeira fase.
Gabarito
Resposta correta: D
Comentário: É característica marcante da produção dos poetas em questão o aproveitamento da riqueza expressiva da linguagem e das possibilidades rítmicas do verso. Disso resulta uma poesia simples, clara e de profundo lirismo.
SAIBA MAIS
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