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O outro lado da Copa

A Copa do Mundo é mais do que um evento esportivo. Sua realização e seus participantes estão inseridos no mundo globalizado, do qual não deixam de ser um retrato

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h43 - Publicado em 30 jun 2010, 14h09

por Paulo Zocchi

O outro lado da Copa

Quando você era criança, ensinaram-lhe várias coisas sobre futebol: são só 11 contra 11, todos têm chances iguais… Esqueça tudo isso. Vamos analisar os países cujas seleções participaram desta Copa do Mundo. Você verá que há bastante a aprender com a competição, muito além do futebol.

Num mundo tão desigual, o grau de desenvolvimento muitas vezes pesa na defnição das nações que vão se destacar no campo esportivo.É claro que muita coisa conta para determinar “o” país que vence uma Copa – e o resultado fnal é algo em aberto.

O Brasil, por exemplo, nunca foi rico, mas é o maior dos campeões. Mas tome os exemplos de Estados Unidos e Japão, as duas principais potências econômicas do mundo atual. Sem tradição no futebol, decidiram, há algumas décadas, investir rios de dinheiro em jogadores e técnicos. Resultado: conseguiram montar uma boa base para seleções presentes nas últimas três Copas.

Esta reportagem mostra que, numa Copa do Mundo, além da disputa e do espetáculo
apaixonante, há mil relações invisíveis que falam bastante do mundo em que vivemos.

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Copa do desenvolvimento: quem leva a melhor no mata-mata dos indicadores sócio-econômicos?


RIQUEZA – Você pode não ter percebido, mas a Copa é uma competição sobretudo entre países bem de vida

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O outro lado da Copa

50%

dos participantes da Copa são do grupo de MUITO ALTO DESENVOLVIMENTO HUMANO da lista do IDH. São 16 nações entre as 38 do grupo.
 

6

dos sete integrantes do G-7 (grupo dos países mais ricos) estão na Copa: Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália, Japão e Alemanha. Só fica fora o Canadá. (No G-7 participa o Reino Unido, formado pela Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte)
     

100%

dos países campeões mundiais de futebol participam dos grupos de ALTO ou MUITO ALTO DESENVOLVIMENTO HUMANO.
 

Costa do Marfm

é a única seleção na Copa que faz parte das 24 nações com BAIXO DESENVOLVIMENTO HUMANO
     

16%

dos países do mundo participam da Copa. Eles somados têm 67% do PIB global (tudo o que o mundo produz em um ano).

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MUITO POBRES

0 país participa desta Copa entre os 19 com a pior qualidade de vida no mundo, segundo a lista do IDH publicada em 2009. Desses, só dois já participaram: a República Democrática do Congo, antigo Zaire, que tomou 14 gols e não fez nenhum em três jogos, em 1974; e o Senegal, que
chegou às quartas de fnal, em 2002, vencendo a França e a Suécia.

  ALFABETIZADOS

20 das 32 seleções da Copa têm praticamente toda a sua população alfabetizada (pelo menos 96%). Só a Costa do Marfm conta com mais da metade da população (51,3%) analfabeta. No Brasil, 90% da população sabe ler e escrever.


GUERRA E PAZ – Você já ouviu falar que, na Copa do Mundo, os jogadores têm de ser guerreiros. Por aqui, isso é uma brincadeira. Mas há vários países nos quais o negócio é sério.

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O outro lado da Copa
Costa do Marfm
Em meio a uma guerra civil, o país é ocupado por tropas de paz da ONU, com a participação de outros dez países presentes na Copa.

Sérvia
Forças da Otan ocupam o Kosovo, província sérvia que proclamou a independência, não reconhecida pelo governo sérvio. O território está ocupado militarmente, há dez anos, por forças da Otan (aliança militar ocidental), com tropas de outros dez países que participam da Copa.

29 países entre os 32 da Copa mantêm hoje soldados ou tropas no exterior, em missões de pacifcação da ONU. Os que mais tinham soldados nessas missões, em janeiro de 2010, eram:

Nigéria ………………….. 5.805
Gana ………………………3.916
Uruguai …………………..2.516
Itália ………………………2.497
África do Sul ……………2.153

  50% dos países participantes da Copa estão envolvidos em uma guerra agora.

LUTAM NO AfEGANISTÃO, contra o Taleban e grupos insurgentes, tropas dos EUA, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Holanda, Dinamarca, Grécia, Eslováquia, Eslovênia, Austrália e Nova Zelândia.

A COSTA DO MARFIM enfrenta uma guerra civil desde 2002, e há uma trégua instável vigorando no início de 2010.

Além disso, a COREIA DO SUL e a COREIA DO NORTE, que travaram uma guerra entre 1950 e 1953, chegaram a uma trégua, mas nunca concluíram um acordo de paz. Formalmente, estão em estado de guerra até hoje.

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LÍNGUAS COMPARTILHADAS – Você já pensou que, apesar de serem de países diferentes, há várias seleções nas quais os jogadores podem conversar normalmente com os adversários, pois falam a mesma língua? São países cuja história teve algum ponto de contato – na maioria dos casos, antigas metrópoles e colônias.

8 seleções, de quatro continentes, falam inglês, herança do domínio do Império Britânico: Inglaterra, Estados Unidos, África do Sul, Nigéria, Gana, Camarões, Austrália e Nova Zelândia.

7 falam espanhol: a própria Espanha e mais seis países oriundos da América espanhola: México, Honduras, Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai.

4 falam francês: França, Costa do Marfim, Camarões e Suíça (país que tem quatro línguas)

3 seleções são de países nos quais a população, ou parte dela, fala italiano: Itália, Suíça e Eslovênia

COMPRA E VENDA

A China não participa da Copa, mas muita coisa do que os jogadores levarão para a competição saiu de lá. O país da Ásia é um dos quatro principais parceiros comerciais – para
exportações ou importações – de 31 dos 32 participantes da Copa (todos, exceto
a pequena nação de Honduras (nesse ranking, a União Europeia aparece como um parceiro, sem detalhamento dos países)

O Brasil é um dos quatro grandes destinos de exportação de cinco países presentes na Copa, e um dos quatro principais fornecedores externos para quatro participantes.

Os 6 times africanos têm a China como um dos três principais fornecedores externos, e dois deles exportam em grande quantidade para lá. Todos também compram muita coisa vinda da União Europeia.

O outro lado da CopaÓVNI

COREIA DO NORTE
Um dos regimes mais fechados do mundo, a comunista Coreia do Norte não faz parte das listas do IDH e da Organização Mundial do Comércio e suas estatísticas não são conhecidas. Sabe-se que a nação é pobre e, recentemente, fez muito barulho, pois realizou testes atômicos.
Agora, negocia seu desarmamento em troca de ajuda econômica. Até o início da Copa, seu futebol era um enigma, mas mostrou ser realmente fraco. O país foi eliminado com três derrotas (para Brasil, Portugal e Costa do Marfim).

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Estudo
O outro lado da Copa
A Copa do Mundo é mais do que um evento esportivo. Sua realização e seus participantes estão inseridos no mundo globalizado, do qual não deixam de ser um retrato

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