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O que é nióbio e como ele pode cair no vestibular

Afinal de contas, o Nióbio só serve para fazer bijuteria mesmo? Pelo contrário. Mas dificilmente ele seria uma salvação econômica para o país

Por Taís Ilhéu
Atualizado em 2 jul 2019, 15h22 - Publicado em 2 jul 2019, 14h54
 (Wikipédia/Reprodução)
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Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro gravou um vídeo, durante a cúpula do G20, exibindo uma bijuteria japonesa feita de nióbio e defendendo a exploração do metal no Brasil. Segundo Bolsonaro, o preço elevado que pagou nas bijuterias no Japão (correspondente a cerca de R$ 5,5 mil) demonstram como o metal pode gerar riquezas por aqui. Ainda no vídeo, ele defende que o nióbio só é encontrado no Brasil e sugeriu a criação do “Vale do Nióbio”. 

O que é o nióbio e onde ele pode ser encontrado

Não é verdade que o nióbio é exclusividade brasileira — também existem reservas no Canadá, Austrália, Congo, Moçambique, Nigéria, Ruanda e outro países. Mas nós detemos a maior parte da produção mundial e cerca de 98,4% do total de reservas ativas estão em nosso território. Elas estão localizadas nos estados da Bahia, Amazonas, Goiás, Minas Gerais e Rondônia, sendo as de Araxá (MG) e Presidente Figueiredo (AM) as maiores. A maior mineradora responsável pela extração de nióbio é a CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração). A maior acionista da CBMM e dona da mina de Araxá é a família Moreira Salles.

Apesar das minas de nióbio estarem localizadas em poucos países, o metal é um dos elementos mais abundantes da Terra (ocupa a 33ª posição). Justamente por isso, ele não é um material muito valioso. O preço do Nióbio reage de acordo com o mercado e é, portanto, controlado pelo Lei da oferta e da demanda. Estima-se que só o nióbio de Araxá seria suficiente para cobrir a demanda mundial pelos próximos dois séculos. O quilo do nióbio vale hoje US$ 0,09, enquanto o do ouro está em US$ 41,8 mil.

O nióbio, no entanto, não costuma ser encontrado de forma isolada na natureza. O metal de transição, pertencente ao grupo 5 da Tabela Periódica, geralmente está nas minas associado a outros elementos, como o tântalo (Ta), o manganês (Mn) e o ferro (Fe). A tantalita [(Fe, Mn)(Ta, Nb)2O6]  e a niobite [(Fe, Mn)Nb2O6] são os minerais mais utilizados na produção em escala mundial de nióbio. Para chegar ao nióbio metálico, são necessárias diversas reações químicas para isolar esses elementos. 

Por ser um metal de transição, o nióbio é utilizado em ligas de aço para aumentar a resistência. Além disso, ele também é um bom condutor.

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As principais aplicações do nióbio 

Não, o nióbio não serve só para fazer bijuteria. Aliás, esse é um uso bem incomum do metal, segundo especialistas ouvidos pelo portal Uol. A empresa CBMM afirmou que 90% das aplicações do nióbio estão associadas à indústria siderúrgica, em especial para melhorar as propriedades do aço e suas ligas. É muito utilizado na automobilística, na aeronáutica, na produção de equipamentos de Raio-X e até em reatores nucleares. O  acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons, o maior do mundo, contém nióbio na sua liga e em seus condutores. 

O problema do nióbio, no entanto, é o alto custo de sua produção (devido, principalmente, aos processos químicos necessários para isolá-lo, como mencionado). Além disso, como falamos, ele não é um metal tão valorizado como mencionou o presidente.

Como ele já apareceu no Enem 

No ano passado, o nióbio protagonizou uma das questões de Ciências da Natureza do Enem. Na questão, o candidato deveria responder porque o nióbio e o tântalo apresentavam as mesmas características química e físicas. A resposta correta afirmava que a similaridade devia-se ao fato de ambos pertencerem ao mesmo grupo da tabela periódica. 

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(ENEM 2018) 

Na mitologia grega, Nióbia era a filha de Tântalo, dois personagens conhecidos pelo sofrimento. O elemento químico de número atômico (Z) igual a 41 tem propriedades químicas e físicas tão parecidas com as do elemento de número atômico 73 que chegaram a ser confundidos. Por isso, em homenagem a esses dois personagens da mitologia grega, foi conferido a esses elementos os nomes de nióbio (Z=41) e tântalo (Z=73). Esses dois elementos químicos adquiriram grande importância econômica na metalurgia, na produção de supercondutores e em outras aplicações na indústria de ponta, exatamente pelas propriedades químicas e físicas comuns aos dois.  

KEAN, S. A colher que desaparece e outras histórias reais de loucura, amor e morte a partir dos elementos químicos. Rio de Janeiro: Zahar, 2011 (adaptado).

A importância econômica e tecnológica desses elementos, pela similaridade de suas propriedades químicas e físicas, deve-se a

  1. a) terem elétrons no subnível f.
  2. b) serem elementos de transição interna.
  3. c) pertencerem ao mesmo grupo na tabela periódica.
  4. d) terem seus elétrons mais externos nos níveis 4 e 5, respectivamente.
  5. e) estrarem localizados na família dos alcalinos terrosos e alcalinos, respectivamente.  
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