Segundo o Climatempo, um novo ciclone bomba, formado no mar, na costa Sul do Brasil, vai afetar também o Sudeste do país, nesta terça-feira (15). Especialistas alertam que as fortes rajadas de vento sobre parte dessas regiões podem chegar a 90km/h, e que há risco de chuva forte no Sul.
Em julho, o fenômeno causou estragos e mortes na região Sul e teve reflexos mais leves no Sudeste. Dessa vez, a previsão é que ele atuará mais afastado do oceano, reduzindo a chance de danos maiores.
Apesar de não ser algo inédito, o termo “ciclone bomba” pode gerar várias dúvidas. Conversamos, então, com o professor de geografia do Anglo Vestibulares Augusto Silva, que esclareceu os principais pontos sobre o tema.
Em geral, ciclone é uma área de baixa pressão atmosférica. Isso acontece quando o ar se move para cima e, à medida que se afasta da superfície terrestre, provoca queda da pressão atmosférica naquela área. Essa queda atrai o ar de outras áreas, causando ventos que sopram em direção ao centro da formação do ciclone.
“Esses ventos em ascensão têm um movimento em espiral, ou seja, conforme vão subindo eles estão girando em volta do centro, fato que caracteriza o movimento ciclônico”, explica Augusto.
Segundo o professor, é comum observarmos esse movimento ciclônico em áreas tropicais (mais quentes). Ciclone tropical é o termo geral para fenômenos que, dependendo da intensidade e da região em que ocorrem, podem ser chamados de furacão, tufão ou tempestade tropical.
O ciclone bomba, no caso, é um ciclone extratropical, ou seja, surgiu em uma área subtropical. Ele acontece quando uma conjunção de fatores naturais possibilita uma queda abrupta da pressão, gerando um intenso deslocamento do ar em poucos minutos.
“O termo ‘bomba’ vem dessa característica repentina, fruto da rápida queda de pressão, fato que determina qual será a potência da tormenta, gerando fortes rajadas de ventos acompanhadas de tempestades”, explica o professor.
Fenômenos como o recente ciclone no Brasil
Não foi a primeira vez que um fenômeno como o dessa semana ocorreu no Brasil, especialmente na região Sul. O motivo é que esses ciclones se formam a partir do choque do ar frio do continente com o ar mais quente vindo do Oceano Atlântico. Por isso, a região Sul é mais suscetível, já que recebe com mais intensidade os ventos da Antártica.
Um exemplo de casos anteriores semelhantes é o “furacão Catarina”, como ficou conhecido o ciclone que atingiu Santa Catarina e Rio Grande do Sul em 2004. Assim como o ciclone bomba desta semana, ele também tinha características de ciclone extratropical. “A diferença é que em 2004 o ciclone foi ganhando força, seus ventos foram se intensificando ao longo dos dias e permaneceu mais tempo atingindo a área continental. Fato semelhante não se verifica no atual ciclone bomba”, afirma Augusto.
O tema no vestibular
O professor alerta que vários vestibulares ampliaram o número de questões sobre aspectos naturais pertinentes aos estudos geográficos. Ele aconselha que estudantes se preparem para questões sobre a diferença entre áreas de alta e baixa pressão atmosférica, a circulação geral da atmosfera, o efeito Coriolis (que tem influência na direção dos ventos e no giro das células de alta e baixa pressão atmosférica) e sobre a diferença entre tufão, furacão e ciclone.
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