da redação
Há muito tempo a estreia de uma novela não mexia tanto com os brios de um público que, pelo menos em teoria, não se apega muito a esse tipo de produto cultural: os estudantes de Comunicação, mais especificamente os de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.
Tudo porque hoje, com a estreia da global Passione, eles ganharão uma colega fictícia: Diana, vivida por Carolina Dieckmann, é aluna de pós-graduação em Jornalismo da ECA. Por conta disso, a escola serviu de palco de gravações da novela, o que gerou controvérsia entre os alunos.
Carolina Dieckmann vive uma
pós-graduanda em Jornalismo
Estudantes criticaram a produção do folhetim por ter fechado espaços comumente de acesso irrestrito (como o jardim da ECA) durante as gravações e de ter pintado os banquinhos desse mesmo jardim sem consultá-los. Consultada pelo GUIA DO ESTUDANTE, a assessoria de imprensa da Rede Globo nega que isso tenha ocorrido, dizendo que a pintura teve autorização da USP, o que é confirmado pela diretoria da ECA.
“A recepção foi muito cordial. A pedido da ECA, alguns alunos chegaram a participar como figurantes e acompanharam de perto a produção de uma novela”, informa a assessoria.
Houve estudantes, porém, que não acharam tudo tão harmonioso assim. “A Globo causou inconvenientes à medida que alterou a rotina nos alunos que não haviam recebido qualquer tipo de aviso prévio por parte da diretoria ou outro orgão oficial da ECA”, critica Roberta Figueira, do 4º ano de Jornalismo. “Quase perdemos um importante ensaio da bateria da ECA naquele dia por causa das gravações”, lembra.
Outros alunos viram proveitos da escola em receber a Globo. “A ECA, ‘sujnha’ como ela é, tem todo seu charme, mas é meio comum darem uma recalchutada no visual, afinal novela não é documentário”, pondera Saulo Fujii, também do 4º ano de Jornalismo. “Não vi ninguém perdendo prova ou chegando atrasado por causa das gravações”. A assessoria defendeu o uso do campus como cenário: “parte da novela é ambientada em São Paulo e, no caso da USP, além de ela ser um ícone importante na região, é também uma referência no mundo acadêmico, o que só valorizava a personagem de Carolina Dieckmann”
Reportagem de Fábio Brandt e Guilherme Dearo